MUNDO
O que isso significa para o futuro de África? – DW – 24/10/2024

PUBLICADO
8 meses atrásem
Egito e Etiópia participaram pela primeira vez de um Cimeira do BRICS após uma expansão de seu número de membros.
A aliança que inicialmente se referia ao Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul está gradualmente a tornar-se um corpo maior, depois de também acolher o Irão, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU) no seu seio.
Presidente russo Vladímir Putin na sessão de encerramento do BRICS na cidade de Kazan, no sudoeste da Rússia, disse que todos os países que aderiram ao bloco “compartilham aspirações e valores semelhantes e uma visão de uma nova ordem global democrática”.
A cimeira de três dias, que terminou na quinta-feira, também proporcionou uma plataforma para os países membros discutirem planos para aprofundar a cooperação financeira e desenvolver alternativas aos sistemas de pagamentos dominados pelo Ocidente.
O que é o BRICS e o que ele quer?
A posição de África no contexto da expansão dos BRICS
Expandindo o Grupo BRICS foi algo que muitos especialistas disseram que ajudaria os países africanos a reposicionarem-se no mundo.
“Na verdade, vejo muitos países africanos a aderir porque África quer uma nova potência mundial que esmagaria o poder global existente e alguns adeririam por várias razões, incluindo (melhorar as suas economias e comércio)”, disse o Dr. Michael Ndimancho, analista político da da Universidade de Douala, nos Camarões, disse à DW.
AL Kitenge Lubanda, analista de assuntos congoleses, disse à DW que outras nações ricas em recursos naturais, como a República Democrática do Congo (RDC), devem aderir ao BRICS para aproveitar os seus muitos benefícios.
“Fazer parte de um todo muito maior é uma ambição viável”, disse Lubanda. “Sabe, hoje, os materiais estratégicos, estou falando de cobalto, coltan, zinco e todos os outros materiais de mineração que tornam a China poderosa hoje, vêm da RDC.”
Há muito tempo que África mantém laços com os países ocidentais, mas o surgimento de China e Rússiamembros-chave dos BRICS, diminuiu um pouco a influência ocidental nas últimas décadas.
Alguns analistas dizem que a adesão da África do Sul aos BRICS deu a muitos países africanos esperança de que também poderiam fazer parte da nova força global.
O que os BRICS oferecem à África?
“Os BRICS estão a trazer uma nova dinâmica, que os africanos não viam há algum tempo. Lembrem-se que os africanos estavam a lidar com um sistema antigo. Um sistema que eles conheceram através da escravatura, do comércio de escravos, do colonialismo, do imperialismo e de todos esses”, disse Ndimancho. disse.
A África do Sul disse que valoriza a amizade de Moscovo.
“Continuamos a ver a Rússia como um aliado valioso, como um amigo valioso que nos apoiou desde o início, desde os dias da nossa luta contra apartheid“, disse o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, numa reunião bilateral com Putin na véspera da cimeira.
Isso é o que eles disseram Rússia e China apresentaram argumentos convincentes para que África se reposicionasse na criação de uma nova ordem global, graças às suas ofertas atraentes em acordos comerciais bilaterais.
“A Rússia está a apresentar muitas propostas para os africanos e penso que funcionou para alguns países como o Egipto com a central de energia e gás”, disse ele, referindo-se ao Usina nuclear de el-Dabaaque tem sido denominado “o maior projeto de cooperação russo-egípcio” desde a década de 1950.
“Na Nigéria e em alguns destes países vimos exemplos de como a China quer trabalhar”, acrescentou Ndimancho.
“E A China está a atrair África com o facto de não virem com as tendências coloniais, vêm para fazer negócios. Estão a propor a economia de que África tanto precisa.”
Líderes do BRICS discutem alternativa ao dólar
A última década assistiu a um aumento nos compromissos comerciais e estratégicos entre África e os países BRICS, que constituem os maiores parceiros comerciais e novos investidores de África.
“A entrada dos BRICS em África agora é para mostrar ao sistema global que (os membros) podem fazer negócios em condições de igualdade”, disse Ndimancho.
“Nunca tivemos uma União Europeia que propusesse a inclusão de um país africano nas suas parcerias, por isso a entrada dos BRICS em África é um exemplo para mostrar que a China, a Rússia e os seus parceiros têm boa fé.”
Os riscos da adesão dos países africanos ao BRICS
Com essas oportunidades surgem outros riscos, incluindo acordos comerciais desfavoráveis que matam a indústria transformadora e a produtividade em África.
“A China paga menos (quando se trata de direitos de importação), e é o mesmo quadro em toda a África onde a China consegue enviar os seus produtos para África, quase sem importação e isto mata as produções locais, isto mata as exportações e África é permanecendo agora ao nível do consumo”, alertou Ndimancho.
África já lançou a sua plataforma continental de comércio livre para impulsionar as economias dos países africanos. No entanto, há receios de que o crescimento possa ser prejudicado se África é prejudicado pela expansão do BRICS.
“Mas os (países) africanos não podem ir todos para os BRICS. Eles deveriam, antes de mais nada, ser capazes de colaborar e fazer negócios. Temos blocos regionais e dentro desses blocos temos até países que estão realmente sufocando.”
Mas Lubanda disse que os países africanos podem aderir aos BRICS e ainda fortalecer todos os outros laços geopolíticos, tanto no continente como com o Ocidente.
“Podemos estar no BRICS e ter as nossas relações geopolíticas com o Ocidente sem qualquer problema”, disse ele.
“E hoje é assim, conseguimos ter uma certa liberdade de ter um certo número de atividades com uns e outras atividades com outros. E acho que essa liberdade deve ser respeitada por todos”.
Editado por: Keith Walker
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
Leia mais notícia boa
- Menino autista imita cantos de pássaros na escola e vídeo viraliza no mundo
- Cidades apagam as luzes para milhões de pássaros migrarem em segurança
- Três Zoos unem papagaios raros para tentar salvar a espécie
Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
Leia Mais: Só Notícias Boas
Relacionado
MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
Leia mais notícia boa
A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
Relacionado
MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
Leia mais notícia boa
Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login