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O que saber sobre o novo governo interino da Síria | Notícias da Guerra da Síria
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11 meses atrásem
Depois de derrubar o regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad, líder Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e comandante-em-chefe da nova administração, Ahmed al-Sharaanomeou Mohammed al-Bashir para liderar um governo provisório até 1º de março.
A medida visa estabilizar o país, fornecendo serviços básicos aos civis e evitando uma luta pelo poder entre grupos armados por recursos estatais e ministérios, disseram especialistas à Al Jazeera.
“(É necessário um governo provisório) para garantir que o Estado continue a funcionar e que as pessoas tenham eletricidade, água, esgotos e internet”, disse Thomas Pierret, especialista em Síria do Instituto de Investigação e Estudo do Mundo Árabe e Muçulmano.
No entanto, o governo provisório – e o HTS – poderá perder credibilidade se se recusar a partilhar o poder após três meses, alertaram os especialistas.
Aqui está o que sabemos sobre o governo provisório e seu chefe:
Quem é Mohammed al-Bashir?
O chefe do governo interino é um tecnocrata que chefiou o Governo de Salvação da Síria (SSG) em Idlib, uma província no noroeste da Síria.
Após a eclosão da revolta síria em Março de 2011, Idlib tornou-se um reduto da oposição. Em 2017, o HTS consolidou o controlo e criou o SSG a partir de tecnocratas civis.
“Mohammed al-Bashir… fez um trabalho razoavelmente bom em Idlib”, disse Robin Yassin-Kassab, especialista em Síria e co-autor de Burning Country: Syrias in Revolution and in War.
“Entendo que faz sentido expandir (o Governo de Salvação) para toda a Síria, por enquanto”, acrescentou.
A experiência de Al-Bashir em engenharia elétrica, gestão de projetos e planejamento administrativo sugere que ele possui o conhecimento profissional para manter os serviços básicos no país, disseram analistas.
Ele emergiu pela primeira vez como ministro no governo de Salvação apoiado pelo HTS em 2021, de acordo com o site oficial do governo interino
Durante dois anos, atuou como chefe de desenvolvimento e assuntos humanitários, de acordo com Assaad Al Achi, diretor executivo da Baytna, uma organização não governamental que apoiou grupos locais da sociedade civil na Síria durante a guerra.
“Ele estava definitivamente interessado no trabalho humanitário porque era lá que estava o dinheiro”, disse Al Achi, referindo-se à política do SSG de tributar as organizações de ajuda humanitária.
Em 13 de janeiro de 2024, o Conselho Shura em Idlib elegeu al-Bashir como primeiro-ministro do SSG.
Quem são os outros ministros?
Al-Bashir disse à Al Jazeera Árabe que, por enquanto, os ministros do SSG assumiriam as pastas ministeriais nacionais. A atual formação ministerial é:
- Ministro do Interior, Mohammed Abdul Rahman
- Ministro da Economia e Recursos Basileia Abdul Aziz
- Ministro da Informação, Muhammad Yaqub al-Omar
- Ministro da Justiça Shadi Muhammad al-Waisi
- Ministro da Agricultura e Irrigação, Mohamed Taha al-Ahmad
- Ministro da Saúde Mazen Dukhan
- Ministro do Desenvolvimento, Fadi al-Qassem
- Ministro da Administração e Serviços Locais, Mohamed Abdel Rahman Muslim
- Ministro das Doações, Hussam Haj Hussein
- Ministro da Educação, Nazir al-Qadri
- Ministro do Ensino Superior e Pesquisa Científica Abdel Moneim Abdel Hafez
Haverá uma transição?
Apesar do papel proeminente de al-Bashir, Al Achi não acredita que o primeiro-ministro interino tenha ambições de consolidar o poder sobre a Síria.
“O que me preocupa é se (este governo provisório) prolongar (o seu mandato) por mais de três meses, mas se for apenas por três meses… então está tudo bem”, disse ele.
Os especialistas estão preocupados que o HTS tente governar toda a Síria com mão de ferro.
De acordo com um relatório da Rede Síria para os Direitos Humanos, o HTS sujeitou críticos e opositores a desaparecimentos forçados e torturou pessoas até à morte.
A Al Jazeera pediu ao escritório de mídia do HTS que respondesse a essas alegações, mas eles não haviam feito comentários até o momento da publicação.
Preparando-se para ter sucesso
O governo interino e o HTS poderiam aliviar as preocupações de uma tomada de poder, propondo um roteiro detalhando quando as negociações com outras partes interessadas começariam antes da formação de uma coligação mais ampla, disse Yassin-Kassab à Al Jazeera.
Acrescentou que um plano deve ter como objectivo implementar a Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, que apela a um período de transição de 18 meses, durante o qual uma coligação inclusiva irá redigir uma constituição e preparar-se para eleições sob a supervisão das Nações Unidas.
“(HTS) precisa de dizer que este é o início de um processo que envolverá todos os aspectos da sociedade e todas as lideranças políticas”, disse Yassin-Kassab.
“Isso tranquilizaria os sírios e a comunidade internacional e daria ao novo governo muito mais legitimidade.”
Quem vai pagar pela transição?
A economia da Síria está em frangalhos – o Banco Mundial classifica o seu produto interno bruto (PIB) em 129º lugar entre 196 estados.
O HTS conseguiu aumentar as receitas durante o seu governo em Idlib, tributando os residentes, bem como os bens e ajudas que passavam pela fronteira turca. No entanto, não está claro se o grupo dispõe de recursos financeiros suficientes para reforçar a economia e fornecer provisões básicas a curto e médio prazo.
Os especialistas acreditam que o HTS pode ser incentivado a partilhar o poder, ligando o alívio das sanções às reformas políticas.
A Síria está na lista dos Estados Unidos de “países que patrocinam o terrorismo” e, além disso, o HTS é considerado uma “organização terrorista estrangeira” pela União Europeia, pela Turquia e pelos EUA.
A UE e os EUA também sancionaram grande parte da economia síria, incluindo o sector da energia e o comércio de bens relacionados com a tecnologia ou o fornecimento de electricidade, de acordo com a Human Rights Watch (HRW).
É imperativo que o HTS partilhe o poder com outras partes interessadas e a sociedade civil, a fim de convencer os sírios e a comunidade internacional de que o grupo mudou, argumenta Yassin-Kassab.
“Resta saber se este é o início de uma tomada de poder pelo HTS e por órgãos civis alinhados ao HTS”, disse ele à Al Jazeera.
“Eu certamente espero que não.”
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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