MUNDO
O solo sagrado da velocidade: Oval Olímpico de Calgary enfrenta crise existencial | Canadá

PUBLICADO
5 meses atrásem
Leyland Cecco in Toronto
Quando Jeremy Wotherspoon amarrou os patins e entrou no gelo, seu campo de visão se estreitou. Seu mundo ficou em silêncio, exceto pelos cortes profundos de suas lâminas.
Em um dia bom, ele se moveria em velocidades alucinantes. Em dias melhores, ele viajaria mais rápido do que qualquer outra pessoa no planeta, quebrando 17 recordes mundiais. Correr no limite dos limites humanos é uma sensação avassaladora, disse ele.
“Só depois de parar é que ouvi o vento pela primeira vez ou percebi como estava respirando com dificuldade.”
Anunciado como um dos maiores patinadores de velocidade de todos os tempos, Wotherspoon estabeleceu a maioria de seus recordes mundiais em um único local: o Oval Olímpico de Calgary.
Patinadores de velocidade em pista longa se reuniram neste fim de semana para uma corrida da copa do mundo na pista de gelo de 400 metros da Universidade de Calgary. Mas há um medo crescente de que o edifício histórico tenha sobrevivido à sua expectativa de vida.
Construído para 1988 Olimpíadasfoi o primeiro oval coberto de patinação de velocidade nas Américas. Antes de sua construção, os pilotos sofriam com ventos fortes, chuva ou neve. Uma instalação isolada das intempéries significava que os patinadores de velocidade podiam se concentrar em seu ritmo interno e na forma para avançar o mais rápido possível.
Mas por baixo da extensa instalação existe um intrincado conjunto de 400 ligações de tubos usadas para produzir e manter gelo – e, nos últimos anos, essas ligações de tubos provocaram fugas prejudiciais.
“Tudo o que pode ser mantido, nós fizemos”, disse o diretor do oval, Mark Messer, à imprensa canadense, alertando que as chances de uma “falha catastrófica” aumentam a cada vazamento. “A única maneira de realmente consertar isso é substituir o piso. Isso é muito urgente. Se não podemos fazer gelo, não seremos uma construção de gelo.”
Embora o oval também receba patins públicos, jogos de hóquei e uma pista de corrida, sua tradição está ligada exclusivamente ao seu famoso gelo.
Situado a mais de 1.000 metros acima do nível do mar, quando construído pela primeira vez, o local de Calgary era o oval interno mais alto de seu tipo.
Em altitudes mais elevadas, a água congelada contém menos oxigênio, tornando-a mais difícil – e, para patinadores de velocidade, mais rápida. Ao mesmo tempo, o ar está mais rarefeito e por isso os atletas, vestidos com seus trajes de spandex, avançam em velocidades que não seriam possíveis em nenhum outro lugar do planeta.
Um ano após a inauguração, foi apelidado de “o gelo mais rápido do mundo”.
“No gelo rápido, você está no limite do que seus movimentos e seu corpo podem suportar”, disse Wotherspoon, que estabeleceu 12 de seus 17 recordes mundiais no Oval de Calgary. “É um pouco como correr em declive: é fácil perder o controle. E o gelo mais rápido parece que você está quase em declive. Se você mantiver seu tempo e ritmo alinhados, você estará realmente se movendo no limite de tudo.”
após a promoção do boletim informativo
Durante as Olimpíadas de 1988, foram estabelecidos recordes mundiais em sete eventos e recordes olímpicos em três. Ao longo dos seus 38 anos de vida, o oval produziu mais de 300 recordes mundiais. Apenas o local de Salt Lake City ultrapassou Calgary, onde todos os dez eventos de patinação de velocidade nas Olimpíadas de 2002 estabeleceram recordes olímpicos, bem como nove recordes mundiais.
Dentro de uma instalação há um relevo de bronze de 3 metros de comprimento intitulado Irmãos do Vento, mostrando oito atletas de patinação de velocidade desenhando um atrás do outro.
“Alguns dos meus patins mais memoráveis no oval foram quando não havia nada em jogo. Você não estava correndo, estava apenas tendo um dia rápido cercado por sua equipe. Quando você está no circuito da copa do mundo, é barulhento e você não vê as pessoas que te ajudam diariamente”, disse Wotherspoon. “E então há uma beleza nos dias mais calmos no gelo.”
O edifício deveria durar apenas 25 anos quando foi construído e agora está completando 38 anos. Para evitar falhas, é necessária uma renovação de C$ 60 milhões para, entre outras tarefas, substituir o piso e atualizar a fábrica de gelo.
O ministro dos Esportes de Alberta diz que tem feito lobby junto ao governo federal para financiar as reformas necessárias porque nenhuma empresa privada intervirá para financiar os reparos. Mas o governo federal afirma que embora a pista seja uma “parte vital do legado desportivo do Canadá”, a estrutura de propriedade única do oval significa que não é elegível para determinados fundos federais.
Duas outras formas ovais cobertas foram construídas no Canadá – uma na Colúmbia Britânica e outra em Quebec – mas nenhuma delas é o marco zero para a equipe nacional de patinação de velocidade do Canadá. Esse programa tornou-se a inveja do mundo, tanto pelo volume de medalhistas olímpicos que produziu como pela estrutura de identificação de talentos que canaliza uma oferta inesgotável de aspirantes a atletas para o cenário mundial.
O oval permanece singular não só pela sua velocidade, mas também pela forma como remodelou o desporto.
Antes de ser construída, a seleção canadense passava meses treinando na Europa e depois, quando voltava para casa, rezava por bom tempo.
“Ao ter um centro de treinamento em Calgary, de repente você tinha um lugar onde poderia ir para a escola e treinar, e poderia treinar em condições muito melhores”, disse Wotherspoon.
“Não há outra maneira de ver isso: mudou completamente a patinação de velocidade”, disse ele. “Não vejo como isso poderia simplesmente fechar. Teria que ser condenado antes que as pessoas parassem de usar qualquer coisa. E mesmo assim, não acho que isso seria suficiente para manter as pessoas longe do gelo.”
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
Leia mais notícia boa
- Menino autista imita cantos de pássaros na escola e vídeo viraliza no mundo
- Cidades apagam as luzes para milhões de pássaros migrarem em segurança
- Três Zoos unem papagaios raros para tentar salvar a espécie
Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
Leia Mais: Só Notícias Boas
Relacionado
MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
Leia mais notícia boa
A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
Relacionado
MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
Leia mais notícia boa
Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE6 dias ago
BANCO DA AMAZÔNIA LANÇA EDITAL DE R$ 4 MILHÕES PARA APOIAR PROJETOS DE BIOECONOMIA NA REGIÃO AMAZÔNICA
- OPINIÃO6 dias ago
OPINIÃO: O Parlamento com menos políticos é mais eficiente
- JUSTIÇA7 dias ago
Celular esquecido em cena do crime pode ser usado como prova, decide STF
- ESPECIAL5 dias ago
Oxytocin Peptide: A Speculative Exploration
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login