NOSSAS REDES

MUNDO

Os aplicativos que oferecem troca de casa nas férias – 16/01/2025 – Tec

PUBLICADO

em

Victoria Scheer

Convidar um estranho para ficar na sua casa pode não parecer um feriado relaxante. Mas, para alguns viajantes, a troca de casas vale a pena o voto de confiança.

“É como um encontro, só que de casas”, conta Liz Barlow.

A consultora de gestão britânica semiaposentada de 70 anos já fez 31 trocas de casas. Ela calcula ter economizado mais de 20 mil libras (cerca de R$ 148 mil) se hospedando de graça na casa de outras pessoas.

Ela e o marido, Ivan Greenaway, de 72 anos, são de North Yorkshire, no nordeste da Inglaterra. Eles começaram a trocar de casa em 2015 —não antes de ter certas reservas.

Barlow se lembra claramente de pensar: “será que alguém irá destruir minha casa? Roubar minhas coisas? É algo importante no começo, até que você faz.”

Sua primeira troca levou o casal para um bangalô isolado na Austrália e, depois, para a África do Sul, onde eles ficaram em uma casa no alto de um penhasco, decorada com curiosos móveis de madeira.

Mas Barlow sonha até hoje com uma casa no meio da floresta, onde eles se hospedaram no Alasca.

“Foi simplesmente deslumbrante nos sentarmos no terraço, observando as árvores”, relembra ela. “Nas duas semanas em que estivemos lá, houve uma onda de calor. Visitamos a feira local, o rodeio e, no meu aniversário, fomos andar com renas. Foi fantástico.”

Para Barlow e Greenaway, a troca de casas proporciona sua imersão no modo de vida de outra pessoa, o que pode trazer alguns pedidos incomuns.

“Quando ficamos no Alasca, ela [a dona da casa] nos disse o que queria que salvássemos se houvesse um terremoto”, relembra ela. “Não eram suas fotos de família, nem suas joias. Eram as suas colchas de artesanato.”

A ideia de troca de casas data dos anos 1950, quando professores começaram a procurar opções de viagens baratas durante as férias de verão. Mas, para a maioria das pessoas, quem chamou a atenção para a troca de casas foi a comédia romântica “O Amor Não Tira Férias” (2006).

A história da troca de casas entre Kate Winslet e Cameron Diaz para as festas de final de ano inspirou Rebecca Pyatt, de Honley, em West Yorkshire (centro-norte da Inglaterra). Ela deu seu voto de confiança na época em que lecionava nas ilhas Seicheles, em 2017.

“Você tem simplesmente o prazer de sair de férias, mas vivenciando a vida e a cultura de outras pessoas”, descreve ela, hoje com 35 anos. “Você pode ir para hotéis em Paris e Roma, mas é um tanto artificial. Você não vivencia realmente como é morar naquelas cidades.”

Pyatt conseguiu captar pessoalmente parte daquela magia de Hollywood, quando ela e seus amigos ficaram na mesma casa usada pelos membros do elenco de “007 Contra Spectre” (2015), durante as filmagens no México.

“Era uma casa imensa, bem perto da praia e tinha uma piscina infinita e um chef de cozinha próprio”, conta Pyatt.

“Foi incrível. A suíte máster era simplesmente enorme, tinha uma sacada e um banheiro aberto plano, de onde você podia ver o mar.”

Ela conta que, ao contrário do Airbnb, o processo inicial para realmente trocar de casas é muito mais lento. É preciso dedicar muito tempo para construir o seu perfil.

“Você irá receber mais ofertas depois de permanecer na plataforma por mais tempo”, segundo ela. “Você não pode simplesmente reservar porque alguém tem disponibilidade, todos têm o direito de dizer não.”

Pyatt nunca teve experiências negativas, mas ela ressalta que sempre há o risco de desistências de última hora. Sites como HomeExchange oferecem aos seus membros assistência para a substituição de trocas ou acomodações alternativas, se os planos iniciais não derem certo.

Como muitas outras empresas de viagem, seus negócios aumentaram desde o fim das restrições da pandemia. Agora, são 200 mil membros ativos em todo o mundo —5.600 deles no Reino Unido.

Segundo a gerente de relações públicas da empresa, Jessica Poillucci, “quando as viagens retornaram, observamos cada vez mais pessoas adotando a troca de casas”.

“A crise do custo de vida e a inflação encareceram as viagens”, afirmou ela. “Observamos uma mudança das viagens concentradas no Instagram para pessoas que querem vivenciar os lugares como moradores locais. E a troca de casas oferece uma solução perfeita para isso”, complementou.

Para pessoas como Liz Barlow e Rebecca Pyatt, as trocas de casas são baseadas na confiança mútua e em “acreditar na bondade das pessoas”.

Pyatt afirma que não se preocupa com danos ou roubos. Para ela, “os benefícios superam os riscos”.

“O dinheiro que economizamos provavelmente é muito mais do que teríamos que gastar com reparos”, comentoy. “Não tenho nada particularmente sentimental, tudo é material e pode ser substituído se for quebrado.”

“MINHA DEFINIÇÃO DE PESADELO”

Mas, para Charlotte Hindle, que administra a empresa de comunicação de viagens North East South West, em conjunto com o jornalista Simon Calder, as trocas de casas são a sua “definição de pesadelo”.

“É muito difícil convidar alguém para sua casa”, segundo ela. “Acho muito melhor em termos de Airbnb, é um cômodo ou imóvel separado que você pode controlar e não tem coisas pessoais à sua volta.”

Para que o processo seja mais tranquilo e seguro, ela aconselha as pessoas a relacionar os objetos dentro de casa e considerar os riscos e a contratação de seguro.

“Você não quer ficar em uma situação de ser acusada de levar alguma coisa”, afirma ela. “Se você não conhecer as pessoas, é preciso verificar os prós e os contras em termos de segurança.”

“Quando foi a última manutenção do aquecedor? Quando foi a última inspeção das instalações elétricas? Se for apenas sua residência, às vezes, você pode descuidar destes procedimentos.”

Em vez de simplesmente reservar um quarto de hotel com alguns cliques, a troca de casas pode ser bastante trabalhosa, segundo a fotógrafa Kate Abby, de Pateley Bridge, em North Yorkshire.

“Ela envolve muito trabalho até sua execução, como a limpeza da casa além do normal”, ela conta. “Quando você sai de férias, você pode simplesmente fechar a porta e deixar a cama desarrumada.”

Abby tem 53 anos e reconhece que, em comparação com os métodos de viagem mais convencionais, a troca de casas oferece à sua família a oportunidade de sair dos destinos de férias mais comuns.

“Às vezes, vamos a lugares aonde necessariamente não iríamos, pois somos limitados pelas opções”, conta a fotógrafa. “Já fomos para um vale no Parque Nacional North York Moors, que não fica longe de onde moro. Eu nunca havia estado lá e não teria escolhido aquele lugar, mas foi muito agradável.”

A troca de casas pode não funcionar para todas as pessoas. Mas, para suas ávidas praticantes Abby, Pyatt e Barlow, o sistema oferece a oportunidade de sair de férias quando seria impossível de outra forma, devido aos custos.

“Fomos observar os ursos-pardos pescando salmão em um rio no Alasca e vimos belugas na baía de Hudson, no Canadá”, conta Barlow. “Tivemos experiências fantásticas.”

Texto publicado originalmente aqui



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS