MUNDO
Os cientistas estão finalmente vencendo a resistência antimicrobiana? – DW – 18/11/2024

PUBLICADO
8 meses atrásem
Infecções resistentes a antimicrobianos matar milhões todos os anos. Eles têm o potencial de nos levar de volta à idade das trevas, quando infecções comuns como infecções do trato urinário (ITU) ou pneumonia eram letais e intratáveis.
Resistência antimicrobiana (RAM) ocorre quando os germes que causam infecções – bactérias, vírus ou fungos – desenvolvem maneiras de escapar dos medicamentos usados para tratá-los.
Uso excessivo de antibióticos em locais como fazendas de frango e as clínicas de saúde tornaram-se um dos principais impulsionadores da RAM.
A boa notícia é que um importante impulso científico está a registar progressos significativos na luta contra a RAM.
“A resistência aos antibióticos ainda está longe de ser resolvida, mas tem havido muito progresso tanto na melhor compreensão como nas melhores práticas para a descoberta de novos antibióticos (que superam a resistência antimicrobiana)”, disse Luis Pedro Coelho, biólogo computacional da Universidade de Tecnologia de Queensland em Austrália.
Coelho liderou um novo estudo publicado na revista Cell em julho, que apresentou um enorme banco de dados de quase um milhão de potenciais compostos antibióticos.
O estudo é a prova de que podemos ser optimistas em relação à RAM, disse Sebastian Hiller, biólogo estrutural da Universidade de Basileia, na Suíça, que não esteve envolvido na investigação: “Este é apenas um exemplo de investigação em curso que mostra as nossas capacidades científicas para combater superbactérias. são enormes”, disse Hiller à DW.
Usando IA para descobrir novos antibióticos
O estudo usou aprendizado de máquina para procurar potenciais agentes antibióticos em um enorme banco de dados de micróbios que vivem em ambientes como o solo, o oceano e as vísceras humanas e animais.
“As bactérias lutam umas contra as outras constantemente nesses ambientes, usando ferramentas de guerra chamadas peptídeos, que são disparadas contra outras bactérias para matá-las. Os pesquisadores exploraram este espaço em busca de peptídeos antibióticos e encontraram algumas jóias escondidas”, disse Hiller.
O algoritmo examinou bilhões de sequências de proteínas potenciais e reduziu-as aos principais candidatos com previsão. ações antimicrobianas.
No total, foram previstos 863.498 novos peptídeos antimicrobianos, dos quais mais de 90% nunca haviam sido descritos antes.
Coelho disse que todos os peptídeos tinham o mesmo mecanismo geral de ação para matar bactérias – rompendo as membranas celulares que protegem as bactérias do meio ambiente.
“Também vemos que alguns peptídeos são mais eficazes contra certas cepas bacterianas do que outros, mas ainda não podemos prever exatamente por que, ou (digamos) qual peptídeo funcionará contra qual bactéria”, disse Coelho à DW.
Antibióticos peptídicos eficazes contra infecções bacterianas
Para descobrir quais destes péptidos poderiam ser úteis como antibióticos, os investigadores sintetizaram 100 péptidos e testaram-nos contra 11 estirpes bacterianas causadoras de doenças em placas de laboratório.
Eles descobriram que 79 peptídeos romperam as membranas bacterianas e 63 peptídeos atingiram especificamente bactérias resistentes a antibióticos, como Escherichia coli (E.coli) e Staphylococcus aureus.
Os pesquisadores também testaram os compostos em camundongos com abscessos cutâneos infectados, mas apenas três dos peptídeos mostraram efeitos antimicrobianos. vivo (em um organismo vivo).
“Isso indica que sua eficácia pode ser limitada vivo. Ainda assim, este é um resultado notável, e os compostos podem contornar os efeitos secundários de toxicidade grave dos antibióticos de último recurso, como as polimixinas”, disse Seyed Majed Modaresi, da Universidade de Basileia, na Suíça, que também não esteve envolvido no estudo.
A ameaça global da resistência antimicrobiana
Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5
Serão estas razões para estarmos optimistas em relação à luta contra a RAM?
Os autores publicaram seu conjunto de dados com acesso aberto, o que permite que outros cientistas revisem os 863.498 peptídeos e desenvolvam antibióticos com usos específicos em mente.
Por exemplo, os cientistas poderiam adaptar as propriedades dos antibióticos para minimizar os efeitos sobre as bactérias “amigáveis” do intestino humano. Muitos antibióticos em uso são conhecidos por destruir microbiota intestinal benéficao que pode levar a problemas de saúde e ao controle de patógenos potencialmente mortais.
Os cientistas também poderão utilizar o conjunto de dados para criar antibióticos contra os quais as bactérias não desenvolvam resistências, ajudando enormemente na luta a longo prazo contra a RAM.
Modaresi disse que o novo estudo mostra que inteligência artificial tornou-se fundamental na luta científica contra a RAM e que “a aplicação da aprendizagem automática acelerou o processo de descoberta de novos antibióticos”.
Ele acrescentou que o tipo de peptídeos descoberto neste último estudo era apenas um dos muitos agentes antimicrobianos existentes, e que as mesmas técnicas poderiam ser usadas para descobrir muitos outros tipos de antibióticos, incluindo bacteriófagos.
Hiller disse que embora haja razões para estar optimista em relação à luta científica contra a RAM, o próximo grande desafio é a criação de novos agentes antibióticos que sejam comercialmente viáveis.
“Só usamos novos antibióticos quando os antigos já não funcionam. Isto é bom porque evita que as bactérias desenvolvam resistências a eles, mas significa que não são financeiramente viáveis”, disse Hiller.
Hiller disse que as organizações de saúde e os governos estão a trabalhar em formas de tornar a comercialização de antibióticos mais viável, para que possam aproveitar as enormes reservas de potenciais antibióticos que os cientistas descobriram.
Editado por: Zulfikar Abbany
Fontes:
Descoberta de peptídeos antimicrobianos no microbioma global com aprendizado de máquina, publicado em Cell (2024) por Santos-Júnior et al. https://doi.org/10.1016/j.cell.2024.05.013
Colaboradores da Resistência Antimicrobiana. Carga global da resistência bacteriana aos antimicrobianos em 2019: uma análise sistemática. Publicado no The Lancet (2022) https://doi.org/10.1016/S0140-6736(21)02724-0
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
Leia mais notícia boa
- Menino autista imita cantos de pássaros na escola e vídeo viraliza no mundo
- Cidades apagam as luzes para milhões de pássaros migrarem em segurança
- Três Zoos unem papagaios raros para tentar salvar a espécie
Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
Leia Mais: Só Notícias Boas
Relacionado
MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
Leia mais notícia boa
A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
Relacionado
MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
Leia mais notícia boa
Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE6 dias ago
BANCO DA AMAZÔNIA LANÇA EDITAL DE R$ 4 MILHÕES PARA APOIAR PROJETOS DE BIOECONOMIA NA REGIÃO AMAZÔNICA
- OPINIÃO6 dias ago
OPINIÃO: O Parlamento com menos políticos é mais eficiente
- ESPECIAL6 dias ago
Oxytocin Peptide: A Speculative Exploration
- ACRE2 dias ago
Ufac apresenta projeto de melhoria para internet nos campi — Universidade Federal do Acre
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login