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Para acabar com a aids, protejamos os direitos humanos de todas as pessoas
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O mundo fez um enorme progresso na redução do impacto do HIV nos últimos 15 anos. Em 2023, um total de 30,7 milhões de pessoas estavam em tratamento, ou seja, 77% das pessoas que vivem com HIV no mundo – em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Esse avanço resultou em uma redução significativa nas mortes relacionadas à aids, com queda de 51% no mesmo período.
Mais que um dado biomédico, essa informação representa mais pessoas com a possibilidade de viver, planejar sonhos e conquistar objetivos. Isso porque o tratamento do HIV permite que as pessoas tenham qualidade de vida, e quando estão em tratamento regular e acompanhamento médico, essas pessoas podem alcançar a supressão viral e, portanto, não transmitir o HIV. O tratamento das pessoas que vive com HIV também é prevenção a novas infecções.
Além do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra ao mundo qual é o caminho certo para promover a resposta ao HIV: pelo caminho dos direitos humanos, respeitando todas as pessoas e fornecendo informações e insumos para que cada pessoa possa tomar decisões sobre seus corpos. Em 2024 foram mais de 311 milhões de preservativos e mais de 9 milhões de autotestes para HIV distribuídos gratuitamente.
Outra conquista deste ano é que o Brasil alcançou o número de 100 mil pessoas usuárias de PrEP, a profilaxia pré-exposição, um medicamento capaz de prevenir o HIV. Esse número representa um marco no que diz respeito à diversidade de estratégias fornecidas pelo SUS e uma oportunidade para que pensemos e planejemos a prevenção do HIV a partir da perspectiva da escolha.
Outra ferramenta biomédica inovadora é o lenacapavir, um medicamento preventivo que é administrado por injeção duas vezes por ano e representa um caminho para que as novas infecções sejam reduzidas.
Neste ano, a farmacêutica Gilead disponibilizou autorização para que seis farmacêuticas possam produzir a versão genérica do lenacapavir e tornar disponível para 120 países, mas o Brasil foi excluído do acordo por ser considerado um país de renda média. Um medicamento como o lenacapavir tem o potencial de transformar radicalmente a resposta a essa epidemia no Brasil.
Isso mostra que, embora uma série de ferramentas eficazes de tratamento e prevenção tenha sido desenvolvida, o mundo ainda não está no caminho certo para acabar com a aids como uma ameaça global à saúde até 2030.
O progresso global está muito lento: em pelo menos 28 países, as novas infecções por HIV estão aumentando e, particularmente na América Latina, aumentou 9%.
Então, como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?
Um relatório do Unaids, Sigamos o caminho dos direitos, divulgado antes do Dia Mundial da Aids, mostra que a defesa dos direitos é o caminho para uma resposta ao HIV que seja robusta e sustentável.
As barreiras à saúde precisam ser eliminadas. Por exemplo, mais da metade dos países tem leis que impedem que pessoas jovens façam o teste para saber seu status de HIV, a menos que obtenham permissão de responsáveis. E essas barreiras precisam ser abordadas pelas lideranças.
Sabemos que o mundo quer colocar a resposta ao HIV no caminho certo. As lideranças do G-20 assumiram esse compromisso recentemente no Rio de Janeiro, ao estabelecer a Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, para promover acesso a vacinas, tratamentos terapêuticos e outras tecnologias de saúde, e ao reconhecer que as desigualdades impactam a saúde das pessoas.
A criminalização e a marginalização de grupos de pessoas também estão prejudicando que os direitos dessas populações sejam respeitados. É por causa do impacto da discriminação que o risco de contrair o HIV é 23 vezes maior para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, nove vezes maior para profissionais do sexo e 20 vezes maior para mulheres trans do que para a população em geral em todo o mundo.
Há esperança.
Em todo o mundo, várias leis que impedem a prestação de serviços de saúde pública a grupos de pessoas foram removidas. Dois terços dos países agora não criminalizam pessoas LGBTQIA+. Há uma tendência também para a remoção das leis contraproducentes que criminalizam a exposição, a não revelação ou a transmissão do HIV.
O novo relatório apresenta um caminho explícito: para acabar com a aids, sigamos no caminho dos direitos. Para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de cada pessoa.
*
É DIRETORA E REPRESENTANTE DO UNAIDS NO BRASIL
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A Marcha das Mulheres enfrentou polêmica e divisão. Uma reformulação da marca será suficiente? | Notícias de Donald Trump
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18 de janeiro de 2025Mas a organização continuou. Em 2018, as líderes da Marcha das Mulheres ajudaram a manifestar-se contra o candidato de Trump ao Supremo Tribunal Brett Kavanaugh enquanto ele enfrentava questões sobre alegações de agressão sexual.
Depois, em 2020, fizeram uma vigília pelo falecido juiz do Supremo Tribunal Ruth Bader Ginsburgque era conhecida pelo seu trabalho em matéria de igualdade de género.
E em 2022, quando o Supremo Tribunal finalmente capotou o direito federal ao aborto, os organizadores da Marcha das Mulheres lançaram um “verão de fúria”, com protestos de costa a costa.
Mas o grupo também continuou a enfrentar controvérsias sobre a sua adesão.
Em 2018, por exemplo, um membro fundador alegou que foi afastada do seu papel de liderança devido à sua fé judaica. O clamor contra o anti-semitismo levou outros líderes a renunciarem. Os críticos também acusaram o grupo de marginalizar as pessoas de cor e encobrir o feminismo.
Em 2019, o movimento registou números muito menores do que nas marchas anuais anteriores, deixando alguns participantes desapontados.
Desde então, a organização trouxe novas lideranças, como Tamika Middleton, sua diretora administrativa desde 2021. Ela reconhece que a organização teve que evoluir para acompanhar os tempos.
“Acho que estamos sempre aprendendo e acho que estamos sempre praticando, né?” ela disse. “Nossos valores nem sempre chegam à nossa prática da maneira que pretendemos.”
Middleton, que se descreve como parte de “uma tradição radical negra do sul”, disse à Al Jazeera que o protesto anual deste ano – apelidado de Marcha do Povo – não tentará recriar o ímpeto de massa de 2017.
Em vez disso, ela espera que a Marcha Popular de terça-feira reúna uma coligação mais ampla de ativistas interessados em promover os direitos dos imigrantes, das pessoas LGBTQ+ e dos pobres, bem como das mulheres.
“Estamos reconhecendo a conexão entre todas essas batalhas e que existe uma ameaça, existe uma oposição que está além de Trump”, disse Middleton.
As tendências mutáveis dentro do movimento ficaram evidentes em Novembro passado, quando a Marcha das Mulheres ajudou a organizar um protesto improvisado em frente à Heritage Foundation, um think tank conservador.
Era o fim de semana seguinte às eleições de 2024 e Middleton notou uma diferença na forma como os manifestantes reagiram à vitória mais recente de Trump.
“Quando Trump foi eleito pela primeira vez, houve um tipo de indignação que realmente cresceu, muito rapidamente”, explicou ela. “E desta vez o que vimos, sim, vimos alguma indignação. Também vimos frustração, vimos decepção, vimos tristeza. Vimos muita tristeza.”
Para Marie, a ativista que participou na marcha de 2017 em São Francisco, os últimos quatro anos sob o presidente democrata Joe Biden também contribuíram para uma mudança no ânimo do público.
Sob Biden, o EUA continuou fornecer ajuda militar incondicional ao seu aliado Israel – mesmo enquanto o país do Médio Oriente travava uma guerra devastadora de 15 meses em Gaza, matando mais de 46.800 palestinianos. Especialistas das Nações Unidas consideraram que as tácticas de Israel no enclave são “consistentes com o genocídio”.
Marie explicou que vê os acontecimentos recentes como parte de um “legado de violência” que se estende para além das linhas partidárias.
“Trump não é o bicho-papão”, disse Marie. “Esta é uma nação que prioriza bombas e, especificamente, bombardear crianças em vez de educá-las.”
A mudança política, acrescentou ela, exige um activismo mais sustentado do que aquele que um único protesto anual pode proporcionar.
“A ação necessária para mudar esse governo não consiste em algumas horas de sábado com alguns sinais”, disse Marie. “Saímos do domínio do protesto bonitinho.”
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“não houve alerta antes do primeiro ataque” na manhã de sábado em Kyiv
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18 de janeiro de 2025Em meio a uma disputa com Robert Fico, Volodymyr Zelensky recebe o líder da oposição eslovaca
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recebeu na sexta-feira o líder da oposição liberal eslovaca, sem se encontrar com o primeiro-ministro Robert Fico, no meio de uma disputa entre Kiev e Bratislava sobre o trânsito de gás russo.
Bem disposto em relação a Vladimir Putin, o Sr. Fico não perdeu a paciência desde que Kiev pôs fim a isso em 1é Janeiro, às entregas de gás russo à Eslováquia, após o termo do contrato que até então permanecia em vigor, apesar da ofensiva russa em grande escala.
O nacionalista Robert Fico convidou Zelensky na segunda-feira para um “negociação” na Eslováquia para restabelecer o trânsito de gás, numa carta aberta publicada nas redes sociais, depois de ameaçar acabar com a ajuda humanitária e a assistência prestada aos refugiados ucranianos. “OK. Venha para Kyiv na sexta-feira »o interessado respondeu laconicamente, em X. Anteriormente, ele havia acusado o eslovaco de “travessuras opacas com Moscou”.
Se o Sr. Fico não compareceu à reunião, o opositor Michal Simecka, líder do partido liberal e pró-europeu Eslováquia Progressista, aproveitou a oportunidade. “É sexta-feira. Deveríamos ter vindo, então aqui estou”ele brincou no Facebook. O objetivo desta visita é “reabrir a porta que Robert Fico bateu com suas explosões de agressão”acrescenta.
“Estávamos prontos para receber o líder dos nossos amigos, do povo eslovaco, e veio outro líder, mas é com prazer”por sua vez, declarou o presidente ucraniano. “Estamos prontos para ajudar o povo eslovaco com estabilidade energética”acrescentou, sem mais detalhes.
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Bolsonaro diz que vai processar Haddad – 18/01/2025 – Mercado
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18 de janeiro de 2025 Marianna Holanda
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (18) que vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por ter dito que ele estaria por trás da crise em torno da medida da Receita Federal que ampliaria a fiscalização sobre transações via Pix.
“Vou processar o Haddad. Ele não tem o que fazer, sempre me acusa de alguma coisa”, disse a jornalistas no aeroporto em Brasília, ao levar Michelle Bolsonaro para embarcar para a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Ele foi impedido por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de viajar.
“[Haddad] Falou inclusive que eu comprei 101 imóveis sem origem de dinheiro. Pegou meia dúzia de familiares meus do Vale do Ribeira. O que essa meia dúzia de Bolsonaro de 1990 para cá e está pago em moeda nacional corrente. Natural. Naquela época comprava até telefone em dólar”, completou.
Ele comparou ainda Haddad com Paulo Guedes, seu ex-ministro da Fazenda. E disse que o governo Lula não pode dar certo, comparando a gestão a um “bebum dirigindo um carro”.
Haddad, em entrevista à CNN na véspera, declarou que a família Bolsonaro é pessoalmente focada na Receita Federal em decorrências de investigações feitas sobre o clã.
“Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas. O Duda Lima foi quem fez o vídeo”, disse, em referência ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e ao marqueteiro que fez a campanha à reeleição de Bolsonaro.
Na terça (14), o parlamentar mineiro fez a publicação na qual afirma que o governo “só está pensando em arrecadar, sem oferecer nada” e fala em “quebra de sigilo mascarado de transparência”. O post ultrapassou 300 milhões de visualizações.
O vídeo foi o estopim para o recuo do governo no caso. Embora Haddad tenha defendido o mérito da medida até a manhã de quarta (15), quando teve a primeira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pesou o argumento de que uma campanha publicitária já não seria mais suficiente para deter a onda críticas à medida, fake news e a prática de crimes contra a economia popular, com aplicação de golpes.
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