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Pelo menos 6.000 reclusos escapam da prisão de Moçambique: O que sabemos | Notícias da prisão

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Cerca de 6.000 prisioneiros libertaram-se de uma prisão de segurança máxima na capital moçambicana, Maputo, na quarta-feira, segundo as autoridades policiais, enquanto a violência pós-eleitoral que dura semanas continua a abalar a nação da África Austral.

O chefe da polícia do país, Bernadino Rafael, disse que os presos fugiram da Cadeia Central de Maputo no dia de Natal, na sequência do que chamou de “revolta”.

Pelo menos 33 prisioneiros morreram e 15 ficaram feridos quando os prisioneiros confrontaram as forças de segurança durante a sua fuga, acrescentou. As autoridades inicialmente disseram que 1.500 detidos escaparam, mas aumentaram esse número na sexta-feira, segundo a agência de notícias Associated Press.

Pelo menos 151 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e forças de segurança desde o polêmicas eleições de 9 de outubrosegundo a Plataforma Eleitoral Decide, grupo de monitoramento eleitoral.

Aqui está o que você deve saber sobre a violência que assola o país e a fuga da prisão que lançou luz sobre a crise do país:

O que está a acontecer em Moçambique?

O país está nas garras de tumultos violentos e generalizados que eclodiu na sequência das controversas eleições de 9 de Outubro, que prolongaram o domínio do partido Frelimo, há muito tempo no poder, e concederam ao seu candidato Daniel Chapo a presidência com 65 por cento dos votos expressos.

A Frelimo governa desde a independência do país de Portugal em 1975, mas tem perdido cada vez mais o seu apelo, especialmente entre os jovens, à medida que o país enfrenta elevados níveis de dificuldades económicas e agitação no seu norte.

O candidato incendiário da oposição, Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar com 24 por cento dos votos, rejeitou e contestou legalmente os resultados eleitorais, tal como fizeram outros candidatos da oposição. Observadores eleitorais, inclusive da Associação dos Bispos Católicos do país e da União Europeia, alegaram que os resultados eleitorais foram alterados.

Os primeiros motins eclodiram quando dois membros do Podemos um partido que apoia Mondlane foram mortos por homens armados não identificados em 19 de Outubro. Os apoiantes de Mondlane, que culpam o governo, saíram desde então às ruas em cidades de todo o país, montando bloqueios de estradas com pneus em chamas, bem como incendiando esquadras da polícia e escritórios do governo e atacando empresas. As forças de segurança reprimiram brutalmente, abrindo fogo contra os manifestantes.

Nova violência eclodiu esta semana após o mais alto tribunal eleitoral do país reafirmou a vitória de Chapo na segunda-feira. Mondlane apelou aos seus apoiantes para “fecharem” o país durante cinco dias até sexta-feira.

Semanas de agitação afetaram a economia do país e reduziram o número de turistas que visitam as suas famosas praias de areia branca. O Fundo Monetário Internacional rebaixou a taxa de crescimento anteriormente prevista de 5% para 4,3% em Novembro.

Como os prisioneiros se libertaram?

Há relatos conflitantes sobre como exatamente a revolta na prisão começou na quarta-feira e se manifestantes de fora estiveram envolvidos.

O chefe da polícia, Rafael, disse na quarta-feira que houve uma “agitação” por parte de um grupo de manifestantes “subversivos” nas proximidades da Prisão Central de Maputo, uma instalação de alta segurança localizada 14 km (9 milhas) a sudoeste de Maputo.

“Eles (manifestantes) estavam fazendo barulho, exigindo que pudessem retirar os presos que estão lá cumprindo pena”, disse Rafael.

O responsável acrescentou que os presos aproveitaram os distúrbios para derrubar um muro, permitindo a fuga de algumas pessoas.

Alguns prisioneiros dominaram os guardas prisionais, roubaram as suas espingardas AK-47 e começaram a libertar outros prisioneiros, disse o chefe. Não está claro se os manifestantes também invadiram a prisão e ajudaram alguns detidos a fugir das instalações.

Imagens de vídeo compartilhadas no X mostraram o momento em que centenas de prisioneiros apareceram para abrir um portão alto na prisão e escapar.

Alguns analistas dizem que os prisioneiros em fuga provavelmente aproveitaram a segurança mais leve que vigiava as instalações durante as férias de Natal, em comparação com os dias úteis normais.

Rafael disse que havia 29 “terroristas condenados” entre os fugitivos, referindo-se a membros presos do grupo armado al-Shabab, que trava uma guerra na província de Cabo Delgado, no norte do país, desde 2017, na esperança de criar um Estado islâmico. Esse conflito matou mais de 33 mil pessoas e causou o deslocamento de centenas de milhares.

Na quarta-feira, A Ministra da Justiça, Helena Kida, disse à emissora local Miramar TV que os distúrbios começaram dentro da prisão e que os manifestantes do lado de fora não tiveram nada a ver com isso.

Um veículo militar blindado bloqueia a estrada enquanto manifestantes tentam chegar ao posto fronteiriço de Ressano Garcia entre Moçambique e África do Sul, em 13 de Novembro de 2024 (Alfredo Zuniga/AFP)

Algum prisioneiro foi recapturado?

Sim. O comandante da polícia disse que as autoridades recapturaram 150 prisioneiros até quarta-feira.

Vídeos partilhados no X mostram dezenas de prisioneiros a correr pelo que parecia ser um bairro residencial, levantando as mãos e celebrando enquanto corriam.

Muitos dos prisioneiros correram para casas aleatórias para se esconderem das autoridades, mas a polícia armada os seguiu e conseguiu capturar alguns deles, de acordo com vídeos que circularam nas redes sociais.

Numa gravação de vídeo, um recluso que ainda tinha algemas no pulso direito disse às autoridades que tinha sido detido na secção disciplinar da prisão e que foi libertado por outros reclusos.

O que disse Venâncio Mondlane?

Mondlane, que está exilado em local desconhecido, tem comunicado com os seus apoiantes no Facebook. Ele usou a plataforma para denunciar as eleições e convocar protestos.

No meio da nova violência desta semana, Mondlane acessou novamente o Facebook na noite de terça-feira prometendo instalar-se como presidente no dia 15 de Janeiro, o mesmo dia em que o presidente eleito Daniel Chapo toma posse.

Venâncio, num vídeo separado na quinta-feira, acusou as forças de segurança de incitarem saques e agitação no país como parte de um plano mais amplo, para que o governo declarasse estado de emergência e reprimisse os seus apoiantes.

O político afirmou que “não houve intervenção policial” durante os episódios de violência desta semana, acrescentando que as autoridades estavam “essencialmente encorajando as pessoas a atacar e roubar”.

Continuou a apelar à “justiça eleitoral” por parte das autoridades eleitorais e ao fim do governo da Frelimo.

O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, expressou preocupação com a violência, disse a porta-voz Stephanie Tremblay na quinta-feira.

Guterres apelou aos líderes políticos e às partes relevantes para que procurem uma resolução pacífica e “para acalmar as tensões, incluindo através de um diálogo significativo (e) de reparação legal”, disse o porta-voz.

Da mesma forma, o presidente da União Africana, Moussa Faki, disse sentir “profunda preocupação” com a violência em curso, especialmente os novos tumultos desta semana, e apelou à calma.

Na manhã de segunda-feira, após a confirmação da presidência de Chapo pelo tribunal constitucional, os Estados Unidos apelaram às autoridades moçambicanas e “a todas as partes interessadas para que se abstenham da violência e se envolvam numa colaboração significativa para restaurar a paz e promover a unidade”.

Num comunicado, o porta-voz Matthew Miller reiterou que os observadores dos EUA, bem como outros monitores internacionais, “citaram irregularidades significativas no processo de apuramento, bem como preocupações com a falta de transparência durante todo o período eleitoral”.

Miller acrescentou que “os responsáveis ​​pelas violações dos direitos humanos, incluindo o assassinato de manifestantes e funcionários do partido e o uso excessivo da força pelas forças de segurança, devem ser responsabilizados”.



Leia Mais: Aljazeera

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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