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Pesquisador goiano é investigado após artigos retratados – 05/03/2025 – Ciência

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Pesquisador goiano é investigado após artigos retratados - 05/03/2025 - Ciência

Ana Bottallo

O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) iniciou, em novembro do último ano, uma investigação preliminar sumária (IPS) para apurar a suspeita de que um de seus pesquisadores, Guilherme Malafaia, teria apresentado pareceres falsos em artigos publicados na revista Science of the Total Environment (Stoten), publicados pela Elsevier. A editora retratou, até o momento, 44 artigos em que ele é autor correspondente.

Segundo nota do IF Goiano, o caso foi encaminhado à Comissão de Ética do Instituto.

“O processo está na fase de Investigação Preliminar Sumária [IPS], que é um procedimento inquisitório e preparatório, com prazo de duração de até 180 dias. Seu objetivo é apurar a existência ou não de indícios de autoria e materialidade referentes ao caso. Até o momento, a instituição não recebeu novas denúncias, sejam internas ou externas, relacionadas a este caso (…) e o professor segue lotado em seu cargo (professor do ensino básico e tecnológico) e continua como coordenador do Laboratório de Toxicologia Aplicada ao Meio Ambiente”, diz o comunicado.

O caso, conforme revelado pela Folha, teve início após a constatação de informações fictícias no processo de submissão de artigos à revista, como o uso de contas de emails falsos de pareceristas para as revisões dos artigos. Os nomes, bem como as informações de contatos dos revisores, foram indicados por Malafaia.

Segundo a plataforma Retraction Database, 44 artigos cujo autor correspondente é o pesquisador foram retratados até agora —o número pode chegar a 47. Malafaia nega a acusação e diz que não teve espaço para ampla defesa durante o processo de retratação da revista.

Em relação ao processo de investigação em andamento no instituto goiano, o pesquisador afirma que não houve abertura de processo contra ele, mas sim que foi o autor de um processo administrativo protocolado em 22 de novembro relatando os fatos e solicitando assessoria jurídica da instituição.

“Para evitar desinformação e garantir que os fatos sejam interpretados corretamente, é fundamental destacar que a IPS não tem caráter acusatório nem punitivo. Esse procedimento não é um processo disciplinar, mas sim uma etapa prévia para verificar se há elementos que justifiquem a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), uma sindicância ou outra medida formal. Assim, qualquer interpretação que sugira o contrário não estaria de acordo com o que prevê a legislação da administração pública”, disse o biólogo.

Ele afirma, ainda, que não foi convocado até o momento para prestar declarações e nem recebeu resposta sobre eventual apoio jurídico do instituto.

Depois do contato com o pesquisador, a reportagem solicitou mais informações ao IF Goiano, que disse que no processo há elementos do processo administrativo iniciado pelo autor, mas também de denúncias após a veiculação da notícia.

“No caso em questão, o processo foi instaurado a partir de denúncias anônimas da sociedade, de fatos noticiados pela mídia e também pelo processo administrativo aberto pelo próprio pesquisador, como ele relatou. Todas essas ocorrências foram juntadas e consideradas para compor a investigação, que é a fase na qual encontram-se os trâmites”, disse.

Segundo a instituição, a IPS pode, sim, resultar em instauração de ações como processo administrativo disciplinar (PAD) ou na celebração de um termo de ajustamento de conduta (TAC), e que estas serão definidas quando a investigação for finalizada.

RELEMBRE O CASO

A Elsevier retratou, até o momento, 44 artigos do periódico Stoten cujo autor correspondente é Malafaia. A editora descobriu emails falsos de revisores sugeridos, entre os quais Michael Bertram, Olga Kovalchuk e Graham Scott, que desconheciam os endereços.

Bertram disse à Folha não ser detentor da conta de gmail indicada e que só teve conhecimento do caso quando um editor da Elsevier o procurou perguntando se aquelas informações eram verdadeiras. O pesquisador afirmou não conhecer nem Malafaia nem os demais autores dos artigos investigados.

De acordo com a Elsevier, o processo do Cope (Comitê de Ética em Publicação) teve início após um dos editores da revista chamar a atenção para os artigos em questão, o que levou à abertura de uma investigação. “A investigação descobriu endereços de email fictícios para certos revisores sugeridos pelos autores e, portanto, a decisão foi de retratar os artigos”, declarou a editora.

Malafaia afirma ter obtido os endereços em uma base científica pública chinesa chamada CNKI (Infraestrutura Nacional de Conhecimento da China, em inglês). Após a comunicação da Elsevier, ainda de acordo com ele, não foi possível repetir os passos para obter os emails por problemas de acesso à sua conta, que teria sido hackeada, impossibilitando a comprovação de origem.

O pesquisador se disse vítima de um processo editorial falho e alegou que os editores deveriam ser os responsáveis por verificar a autenticidade dos emails dos revisores sugeridos.

O periódico Stoten é voltado para pesquisas ambientais e suas relações com as pessoas. Uma investigação no último ano mostrou que, assim como outros periódicos publicados pela Elsevier de áreas próximas, o Stoten é considerado um “papermill journal” —favorece a quantidade, não a qualidade dos artigos.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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