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PF na cola e empoderamento de políticos: o diagnóstico do STF sobre as emendas

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Laryssa Borges

Se nada desse certo no cabo de guerra das emendas parlamentares, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), tinha planejado uma cartada final: fixar um redutor progressivo para trazer a montanha de dinheiro – na casa dos 50 bilhões de reais – de volta a patamares realísticos ou mesmo congelar os valores de hoje em termos reais. Não foi necessário. Na quarta-feira, 26, Dino homologou um plano de trabalho apresentado pelo Congresso para aumentar a transparência e a rastreabilidade de recursos públicos a que deputados e senadores têm direito de mandar a seus redutos eleitorais.

Nos últimos dias, porém, Dino ouviu apelos de integrantes do Supremo para que buscasse alternativas para o imbróglio fora da esfera policial. Como se sabe, ao congelar parte dos valores das emendas no ano passado, o magistrado determinou que a Polícia Federal fechasse o cerco contra políticos suspeitos de desviar recursos públicos.

Por trás das avaliações de que o chicote não era necessariamente a melhor estratégia para colocar fim ao problema estão avaliações de que, a preço de hoje, municípios contemplados com dinheiro com Congresso recebem o que integrantes do STF chamam de “menu completo”: uma rede de aliados, colaboradores e, às vezes, cúmplices para comandar completamente setores como limpeza pública, saúde, esportes e hospitais. Por esta tese, a emenda empoderaria tanto o político que, a depender da intensidade do pente fino, praticamente nenhum parlamentar ou município contemplado sobreviveria incólume.

Esta análise, verbalizada também na recente reunião na casa do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia na qual STF e parlamentares discutiram como alinhavar um acordo para destravar as emendas, tem como pano de fundo recente a Operação Overclean, que no final do ano passado levou empresários e um parlamentar de menor escalão para a cadeia depois que se descobriu um esquema de fraudes em licitações de projetos de pavimentação de ruas sob responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) na Bahia e, na sequência, uma intrincada rede de obras que partiriam de recursos de emendas para desviar recursos, desta vez em benefício de políticos graúdos. O caso está no STF por haver menção ao deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA).

Na reunião na casa de Maia, Flávio Dino fez um panorama das investigações envolvendo emendas, mas não referência direta ao caso da Overclean. Para o desespero de parlamentares e daqueles que o haviam aconselhado não usar a PF como solução para o problema, o ministro do STF disse que não vai fazer vistas grossas (ou leves) e que, como juiz, a ele não é dado a luxo de prevaricar.

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Matheus Leitão

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“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social) 


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Charge do JCaesar: 05 de maio

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Felipe Barbosa

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A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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A articulação para mudar quem define o teto de jur...

Nicholas Shores

O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica. 

Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.

A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira. 

Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.

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Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios. 

Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.

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Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.

Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.

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Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.

Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.



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