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Por que crianças são mais afetadas pela mudança climática – 11/10/2024 – Ambiente

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Geovana Oliveira

Todos os efeitos das mudanças climáticas são ainda piores para as crianças, segundo diversos estudos e análises feitas por órgãos como OMS (Organização Mundial da Saúde), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) e a AAP (Academia Americana de Pediatras).

Entre as doenças agravadas pela crise, por exemplo, 88% vão recair sobre crianças com menos de 5 anos, conforme a OMS. Durante as ondas de calor, o mesmo grupo tem maior dificuldade para regular a própria temperatura corporal. As fortes chuvas que causam enchentes fazem com que elas dependam de adultos para se proteger e, muitas vezes, são deixadas à mercê de programas sociais.

“Quando olhamos para a mudança climática, estamos vendo também uma crise para o direito das crianças“, diz Danilo Moura, especialista em crise climática do Unicef no Brasil.

Como a fisiologia das crianças é diferente, explica Moura, o impacto direto de eventos extremos como ondas de calor e inundações é maior sobre elas.

Além disso, porque seus direitos são pouco garantidos em geral, há menor proteção e prevenção para sua saúde, o que agrava o quadro, afirma o advogado do Instituto Alana, Guilherme Pecoral, especializado em justiça climática.

Segundo alerta feito pela AAP em fevereiro deste ano, o aumento da temperatura tem sido associado a uma disparada nas hospitalizações de crianças, por doenças como dengue e chikungunya.

A poluição do ar também afeta mais as crianças que os adultos, destaca o advogado do Instituto Alana, que protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal), em parceria com outras organizações, uma manifestação pedindo adoção urgente de medidas de prevenção e combate aos incêndios que atingem o país.

As crianças inalam mais ar por quilo de peso corporal e absorvem mais poluentes em relação aos adultos enquanto seus pulmões estão em formação, afirma a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Além disso, explica Pecoral, as escolas, equipamentos públicos que estão em todo o território nacional e concentram crianças, muitas vezes não têm uma infraestrutura adequada para prevenir episódios críticos de poluição do ar.

As instituições tampouco são preparadas para lidar com calor excessivo ou chuvas fortes, diz Moura, e, durante eventos extremos como inundações, são uma das opções de abrigo para os deslocados, o que também afeta a educação das crianças.

A instabilidade causada pelos eventos climáticos prejudica a saúde mental de todos, mas especialmente das crianças, uma vez que estão com corpo e cérebro em desenvolvimento, afirma o presidente da SBP, Clóvis Francisco Constantino.

“Os primeiros cinco anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento cerebral da criança. Ela precisa estar muito bem nutrida, em um meio social que facilite sua interação com as pessoas e o próprio meio ambiente, e necessita ter uma qualidade do ar que possibilite oxigenar bem seus pulmões sem parcelas grandes de poluentes”, diz Constantino.

“A velocidade de desenvolvimento nos primeiros anos de vida é muito grande, qualquer interferência desequilibra isso”, completa.

Direitos das crianças são afetados

Com a mudança do padrão de calor e chuvas, a agricultura familiar sofre mais que grandes produtores para cultivar alimentos, diz Danilo Moura. Estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), porém, mostram que a maior parte das crianças brasileiras mais pobres recebem alimentos da agricultura familiar.

“O sistema que garante a segurança alimentar das crianças brasileiras é extremamente vulnerável à mudança climática, especialmente no Nordeste, onde o aumento da aridez coloca uma pressão sobre um sistema de produção já pressionado”, afirma o especialista.

Pesquisa do Unicef publicada nesta semana mostra que 2,1 milhões de crianças e jovens não têm acesso a água no Brasil. “Embora a água seja um direito humano essencial para todo mundo, as crianças sofrem mais imediatamente o efeito da sua falta do que adultos, porque precisam de mais água para se manterem saudáveis”, diz Moura.

O sistema de proteção contra a pobreza e de assistência social também fica pressionado pelos eventos climáticos extremos, complementa, o que dificulta ainda mais a assistência voltada às crianças.

“O que a gente está fazendo [ao negligenciar o meio ambiente] é estreitar as possibilidades de quem as crianças podem ser —que tipo de vida elas podem levar, onde podem morar, com o que podem trabalhar e que natureza vão conhecer”, diz Moura.

O projeto Excluídos do Clima é uma parceria com a Fundação Ford.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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