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Porque é que Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestiniana, nomeou agora um sucessor? | Notícias do conflito Israel-Palestina

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Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina (PA), nomeou Rawhi Fattouh para assumir o cargo caso não possa continuar no cargo devido a problemas de saúde.

À medida que Israel continuava a sua guerra contra Gaza – matando mais de 44 mil pessoas e ferindo e deixando inúmeras outras à fome – as críticas a Abbas e à sua presidência aumentaram.

Abbas, de 89 anos, que também lidera a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), foi eleito presidente da AP em 2005, um ano depois da morte do então líder Yasser Arafat.

Então, por que ele está nomeando um sucessor agora e como seria o processo de sucessão?

Rawhi Fattouh chega para participar da cerimônia de posse do presidente turco Recep Tayyip Erdogan em Ancara, Turquia, em 2 de junho de 2023 (Metin Aktas/Anadolu via Getty)

Primeiro, o que é a Autoridade Palestina?

A Autoridade Palestina foi estabelecida como um governo palestino interino sob a Lei de 1993. Acordos de Osloque o então primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin assinou com Arafat.

A AP foi originalmente concebida para administrar provisões básicas – como educação, segurança, água e electricidade – para os palestinianos que vivem sob ocupação israelita em Gaza e em partes da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental ocupada.

Oslo dividiu a Cisjordânia em Áreas A, B e C, dando à Autoridade Palestina segurança e controle administrativo sobre a Área A e controle administrativo sobre a Área B.

Mas Israel conduz rotineiramente ataques violentos em toda a Cisjordânia ocupada.

Os críticos dizem que a AP actua efectivamente como um aparelho de segurança em nome da ocupação israelita.

Por que a AP ainda existe?

Os Acordos de Oslo, apoiados pelos EUA, visavam ostensivamente criar um Estado palestiniano até 1999 em Gaza e na Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como capital.

No entanto, apenas um ano após a assinatura dos acordos, Israel estava a construir colonatos ilegais na Cisjordânia.

O assassinato de Rabin por um nacionalista israelita de extrema-direita também diminuiu qualquer esperança de que Israel entregasse o território ocupado à AP.

Apesar de não ter conseguido criar um Estado palestiniano, a AP continuou indefinidamente sob a liderança de Abbas, apesar de o seu mandato ter tecnicamente terminado em 2009.

um grande veículo militar na frente de uma ambulância em uma rua empoeirada
Um veículo militar durante um ataque israelense em Jenin, na Cisjordânia ocupada por Israel, 25 de setembro de 2024 (Raneen Sawafta/Reuters)

Por que Abbas ainda é presidente da AP?

Em 2006, o grupo Hamas, que não reconheceu Israel, venceu as eleições para liderar a AP.

Os doadores ocidentais congelaram o financiamento para forçá-lo a reconhecer Israel, o que se recusa a fazer até que Israel reconheça um Estado palestiniano.

Foi tentada uma partilha de poder entre o Hamas e o partido rival Fatah – que também lidera Abbas – mas eclodiram combates e o Hamas expulsou o Fatah de Gaza.

Desde então, o Fatah dirige a Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada, sem conseguir impedir a invasão de Israel e perdendo popularidade.

Abbas evita eleições parlamentares e presidenciais porque, dizem os analistas, teme Fatah perdendo para o Hamas e ele perdendo seu posto.

Os palestinos esperavam votar em maio de 2021, mas Abbas adiou as eleiçõesculpando Israel por dizer que não permitiria a votação na Jerusalém Oriental ocupada.

Ele nunca teve um sucessor? E se ele ficar doente?

Ele só escolheu um sucessor há alguns dias.

Rawhi Fattouh é o antigo presidente do Conselho Legislativo Palestiniano, actual presidente do Conselho Nacional Palestiniano – o órgão legislativo da OLP – e membro do Comité Central da Fatah.

Se Abbas não puder continuar como presidente, Fattouh assume a presidência da AP durante 90 dias até que as eleições possam ser realizadas. Ele fez isso antes, em 2004, quando Arafat morreu.

Fattouh não tem sede de poder e deixará prontamente o cargo assim que uma nova figura for eleita, disse Tahani Mustafa, especialista em política palestina do Grupo de Crise Internacional.

“Rawhi Fattouh… não tem nenhuma ambição política”, disse ela. “Ele é alguém que simplesmente entregará o manto.”

Rescaldo do ataque de colonos israelenses em Al-Mazraa Al-Qibleyeh, perto de Ramallah
Palestinos inspecionam veículos incendiados por colonos israelenses que invadiram a cidade de al-Mazra’a al-Qibliya, perto de Ramallah, Cisjordânia, em 20 de novembro de 2024 (Issam Rimawi/Agência Anadolu)

Por que Abbas fez isso agora?

Alegadamente, devido à pressão dos EUA e dos estados do Golfo.

Em Setembro, a Arábia Saudita aliou-se a vários países árabes e europeus – não especificou quais – para pressionar por uma solução de dois Estados para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano.

Mais tarde, em Setembro, Riade comprometeu-se a dar à Autoridade, com dificuldades financeiras, 60 milhões de dólares para a manter em funcionamento.

Mustafa, do ICG, disse que a Arábia Saudita condicionou a parcela final de US$ 10 milhões à escolha de um sucessor por Abbas.

A AP foi prejudicada por Israel retendo US$ 188 milhões nas receitas fiscais que arrecada em nome da AP – uma estipulação de Oslo.

Abbas ainda tem poder na política palestina?

Sim, ele e seu círculo.

Abbas ainda lidera o Fatah, o maior e mais antigo grupo político palestiniano e já escolheu Mahmoud al-Aloul – vice-presidente do comité central – para assumir o partido depois dele.

Mais significativamente, Abbas lidera a Organização de Libertação da Palestina (OLP), que é muito mais poderosa que a AP.

A OLP – um movimento guarda-chuva de facções palestinas dominadas pela Fatah – faz lobby pelos direitos dos palestinos e toma decisões em seu nome no cenário global

De acordo com Mustafa, Abbas garantiu que o seu confidente próximo, Hussein al-Sheikh – secretário-geral da OLP – o sucederá como chefe.

Para fazer isso, Abbas dotou o conselho executivo da OLP de legalistas para garantir que eles votassem em alguém do seu círculo para o poder caso ocorresse uma eleição.

“A AP é a função menos cobiçada porque é apenas… um prestador de serviços”, disse Mustafa. “O verdadeiro creme de la creme aqui é a OLP e o Fatah.”



Leia Mais: Aljazeera

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.

A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.

A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 



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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.

 



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