MUNDO
Presidente da Moldávia critica interferência em referendo após maioria estreita apoiar adesão à UE
PUBLICADO
2 meses atrásem
Uma pequena maioria de 50,39% votou “sim” no referendo decisivo da Moldávia sobre a adesão à União Europeia, segundo os resultados preliminares, depois que a presidente do país, Maia Sandu, disse que a votação de domingo foi prejudicada por uma interferência externa “sem precedentes”.
O resultado apertado — com menos de 1% das cédulas ainda a serem contadas — está longe de ser um endosso retumbante do caminho pró-UE que Sandu tem seguido ao longo de quatro anos no comando da pequena ex-República soviética, que se encontra entre a Rússia e o Ocidente.
Sandu obteve 42% dos votos em uma eleição presidencial realizada simultaneamente ao referendo, enquanto seu principal rival, o ex-procurador-geral Alexandr Stoianoglo, obteve 26%, um resultado mais forte do que as pesquisas haviam previsto.
O resultado prepara o cenário para um segundo turno muito disputado entre os dois em 3 de novembro. Stoianoglo disse que, se eleito, construiria uma política externa “equilibrada”, envolvendo laços com a UE, os Estados Unidos, a Rússia e a China.
As votações simultâneas de domingo, que ocorreram após persistentes alegações de interferência nas eleições, foram vistas como um teste para as aspirações da nação do sudeste europeu de aderir à UE até 2030 e escapar definitivamente do raio de influência de Moscou.
O futuro da Moldávia tem sido o centro das atenções desde a invasão russa da vizinha Ucrânia, a leste. A Rússia mantém um pequeno contingente de tropas estacionadas como forças de paz na região separatista da Moldávia, a Transdniestria.
No período que antecedeu o referendo de domingo, as pesquisas mostraram uma clara maioria de apoio à adesão à UE. Um resultado “sim” significa que uma cláusula será adicionada à Constituição do país definindo a adesão à UE como uma meta.
Nas primeiras horas de segunda-feira, Sandu disse aos moldavos que havia “provas claras” de que grupos criminosos trabalhando em conjunto com “forças estrangeiras hostis aos nossos interesses nacionais” haviam tentado comprar 300 mil votos.
Ela disse que isso representava uma “fraude de escala sem precedentes” e que a Moldávia “responderia com decisões firmes”.
“Grupos criminosos… atacaram nosso país com dezenas de milhões de euros, mentiras e propaganda, usando os meios mais vergonhosos para manter nossos cidadãos e nossa nação presos na incerteza e na instabilidade”, disse ela.
O Kremlin denunciou a votação na Moldávia como “não livres”, lançando dúvidas sobre o que disse ser um aumento “difícil de explicar” nos votos a favor de Sandu e da UE, e desafiando a líder moldava a “apresentar provas” de interferência.
A UE saiu em defesa de Sandu, dizendo que a Moldávia havia enfrentado “intimidação e interferência estrangeira realmente sem precedentes por parte da Rússia e de seus representantes antes dessa votação”.
POSIÇÃO MAIS FRACA
O resultado apertado do referendo pode colocar Sandu em uma posição mais fraca para o segundo turno, já que ela defendeu a integração à UE.
A Moldávia iniciou o longo processo de negociações formais de adesão em junho e, sob o comando de Sandu, tem como objetivo aderir até 2030. Os laços com Moscou se deterioraram quando Sandu condenou a invasão da Ucrânia pelo Kremlin e diversificou o fornecimento de energia para longe da Rússia.
Stoianoglo boicotou o referendo de domingo, chamando-o de um estratagema para aumentar o número de votos de Sandu na eleição.
No período que antecedeu a votação, as autoridades fizeram repetidas declarações alegando tentativas apoiadas pela Rússia de interferir na votação por parte do magnata fugitivo Ilan Shor, que vive na Rússia.
A Rússia, que acusa o governo de Sandu de “russofobia”, nega ter interferido, enquanto Shor nega ter cometido qualquer delito.
A polícia acusou Shor, que foi condenado à prisão à revelia por fraude e participação no roubo de 1 bilhão de dólares, de tentar pagar uma rede de pelo menos 130.000 eleitores para que votassem “não” e apoiassem “nosso candidato” na eleição.
Shor se ofereceu abertamente nas mídias sociais para pagar aos moldavos para que convencessem outros a votar de uma determinada maneira e disse que esse era um uso legítimo de seu dinheiro.
Nas primeiras horas da manhã, ele declarou que os moldavos haviam votado contra o referendo, dizendo a Sandu: “Hoje eu a parabenizo, você perdeu a batalha”
O analista político Valeriu Pasha disse que o voto no “sim” — inicialmente atrás durante a contagem dos votos — só havia ficado à frente devido ao comparecimento excepcionalmente alto dos moldavos que vivem no exterior, que em sua maioria apoiam a integração à UE.
“Com essas eleições, nas quais dezenas de (pontos percentuais) podem ser comprados, será muito difícil para nós seguirmos em frente. Mas precisamos aprender lições e aprender a combater esse fenômeno”, escreveu ele no Facebook.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
MUNDO
Investigação sobre morte de delator do PCC enfrenta crise – 12/12/2024 – Cotidiano
PUBLICADO
11 minutos atrásem
13 de dezembro de 2024 Rogério Pagnan
A força-tarefa criada pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para tentar esclarecer a morte do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, delator do PCC assassinado no aeroporto de Guarulhos em novembro, passa por uma crise interna com celeuma entre delegados e ameaça de debandada das equipes.
Uma das crises envolveu o delegado Severino Pereira de Vasconcelos, do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) que, após desentender-se com superiores, decidiu entregar o cargo e colocar-se à disposição para trabalhar em outra unidade.
Após alguns dias afastado, o delegado decidiu reassumir a investigação com a promessa de ter autonomia para conduzir o inquérito, de acordo com policiais ouvidos pela Folha. Na tarde desta quinta (12), ele teria se reunido com a diretora do departamento, Ivalda Aleixo, para aparar as arestas.
Policiais ligados a Vasconcelos relatam uma insatisfação por parte do delegado com suposta ingerências no curso dos trabalhos, que acabaram atrapalhando o desempenho da equipe de homicídios, que ainda não conseguiu prender os principais suspeitos, como os executores e mandante.
O ápice para o rompimento do delegado com a cúpula, ainda conforme policiais ouvidos, teria sido o flagrante dos suspeitos presos pela Rota (tropa de elite da PM), realizado na última sexta-feira (6). A ação teria começado com Vasconcelos, mas ele foi substituído no curso dos trabalhos.
A confirmação da saída do delegado poderia levar uma debandada das equipes do DHPP, já que ele tem apoio de colegas de profissão.
Policiais ligados a Ivalda amenizaram o episódio, afirmando ter sido um ato normal de trabalho, mas que acabou sendo mal interpretado. A indisposição com Vasconcelos estaria assim superada e todos estariam trabalhando arduamente para tentar esclarecer esse crime, considerado de alta complexidade.
A prisão dos suspeitos pela Rota também provocou outra crise envolvendo policiais da força-tarefa. Delegados do Deic (Departamento de Investigações Criminais) e do DHPP teriam se desentendido em público, com troca de ataques verbais, em razão do acionamento da equipe da PM para realizar a prisão.
Policiais presentes ao evento afirmaram que a discussão quase chegou a vias de fatos, tamanha a hostilidade entre eles. Colegas dos dois delegados envolvidos afirmam que, nos dias subsequentes, os dois trocaram pedidos de desculpas e voltaram a conversar normalmente.
Os policiais do Deic teriam criticado a decisão do DHPP de ter acionado a Rota para prender um suspeito de dar apoio ao olheiro do crime que. Para eles, a ação acabou em desastre.
Na ocasião, duas pessoas foram detidas, mas nenhuma delas era o suspeito. Além da prisão de pessoas erradas, há fortes dúvidas se o flagrante contra essa dupla foi forjado.
A defesa dos suspeitos afirma que policiais da Rota teriam plantado munições em veículos usados por eles, entre eles uma moto, para tentar incriminar a dupla. A Justiça considerou ter havido irregularidade na prisão e mandou soltá-los.
“Eu não considero [que as munições foram plantadas], estou afirmando que isso aconteceu. Infelizmente, são os fatos”, afirmou o advogado Eduardo Kuntz, que representa os dois presos inicialmente.
O alvo correto, Matheus Soares Brito, suspeito de ter ajudado na fuga de Kauê do Amaral Coelho, 29, suspeito de ter dado o sinal aos atiradores do aeroporto, seria preso posteriormente.
Além de Deic e DHPP, também fazem parte da força-tarefa equipes do IC (Instituto de Criminalística) e do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil). A coordenação das equipes está a cargo do secretário-adjunto da Segurança, o delegado Nico Gonçalves.
Sobre as afirmações feitas contra a Rota, a Secretaria da Segurança afirmou que o caso está sendo investigador em sigilo e, por isso, não pode dar informações. “As corregedorias das duas instituições acompanham as investigações para que todas as medidas pertinentes sejam adotadas, reiterando o compromisso e respeito às leis, à transparência e à imparcialidade”, completou a secretaria.
Relacionado
MUNDO
os Estados Unidos anunciam nova ajuda de 500 milhões de dólares a Kyiv
PUBLICADO
13 minutos atrásem
13 de dezembro de 2024Dois anos após o início da guerra em grande escala, a dinâmica do apoio ocidental a Kiev está a perder ímpeto: a ajuda recentemente comprometida diminuiu durante o período de agosto de 2023 a janeiro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o último relatório do Instituto Kielpublicado em fevereiro de 2024. E esta tendência pode continuar, o Senado americano lutando para aprovar ajudae a União Europeia (UE) teve toda a dificuldade em conseguir que uma ajuda de 50 mil milhões fosse adoptada em 1é Fevereiro de 2024, devido ao bloqueio húngaro. Tenha em atenção que estes dois pacotes de ajuda ainda não foram tidos em conta na última avaliação feita pelo Instituto Kiel, que termina em Janeiro de 2024.
Dados do instituto alemão mostram que o número de doadores está a diminuir e está concentrado em torno de um núcleo de países: os Estados Unidos, a Alemanha, os países do norte e do leste da Europa, que prometem tanto ajuda financeira elevada como armamento avançado. No total, desde Fevereiro de 2022, os países que apoiam Kiev comprometeram pelo menos 276 mil milhões de euros a nível militar, financeiro ou humanitário.
Em termos absolutos, os países mais ricos têm sido os mais generosos. Os Estados Unidos são de longe os principais doadores, com mais de 75 mil milhões de euros em ajuda anunciada, incluindo 46,3 mil milhões em ajuda militar. Os países da União Europeia anunciaram tanto ajuda bilateral (64,86 mil milhões de euros) como ajuda conjunta de fundos da União Europeia (93,25 mil milhões de euros), num total de 158,1 mil milhões de euros.
Quando relacionamos estas contribuições com o produto interno bruto (PIB) de cada país doador, a classificação muda. Os Estados Unidos caíram para o vigésimo lugar (0,32% do seu PIB), bem atrás dos países vizinhos da Ucrânia ou das antigas repúblicas soviéticas amigas. A Estónia lidera a ajuda em relação ao PIB com 3,55%, seguida pela Dinamarca (2,41%) e pela Noruega (1,72%). O resto do top 5 é completado pela Lituânia (1,54%) e Letónia (1,15%). Os três Estados bálticos, que partilham fronteiras com a Rússia ou com a sua aliada Bielorrússia, têm estado entre os doadores mais generosos desde o início do conflito.
No ranking da percentagem do PIB, a França ocupa o vigésimo sétimo lugar, tendo-se comprometido com 0,07% do seu PIB, logo atrás da Grécia (0,09%). A ajuda fornecida por Paris tem estado em constante declínio desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia – a França foi a vigésima quarta em abril de 2023 e a décima terceira no verão de 2022.
Relacionado
MUNDO
Revisitado: O assassinato de JFK deu início ao movimento da teoria da conspiração? |
PUBLICADO
38 minutos atrásem
13 de dezembro de 2024 Guardian Staff
Esse episódio executado originalmente na sexta-feira, 24 de novembro de 2023.
O presidente John F. Kennedy foi morto a tiros há 61 anos, enquanto viajava na traseira de um carro pelas ruas de Dallas, Texas. A partir do momento em que a notícia foi divulgada, as pessoas tiveram suas teorias sobre o que aconteceu.
Então porque é que o assassinato de JFK gerou dezenas de teorias da conspiração que persistiram durante décadas? Existe uma razão pela qual os americanos acreditam rapidamente que o seu governo está a encobrir alguma coisa? E apesar dos vários exemplos de quando as conspirações se tornam perigosas, estarão os políticos de hoje, incluindo o próprio sobrinho de Kennedy, a usar teorias da conspiração para obter ganhos políticos?
Arquivo: CBS, USA Today, CNN
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE7 dias ago
Tarauacá celebra inclusão em Sorteio Habitacional do Governo do Acre
- MUNDO2 dias ago
Herdeiro da Marabraz move ação para interditar o pai – 10/12/2024 – Rede Social
- AMAZÔNIA7 dias ago
Tarauacá engaja-se no Programa Isa Carbono para fortalecer Políticas Ambientais
- OPINIÃO5 dias ago
O Indiciamento de 37 pessoas pela PF – O Episódio e suas consequências
You must be logged in to post a comment Login