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Privação de açúcar na infância é bom para a saúde – 07/11/2024 – Equilíbrio e Saúde

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Gina Kolata

Pessoas que foram restringidas a quantidades limitadas de açúcar nos primeiros anos de vida têm menos probabilidade de desenvolver diabetes e pressão alta mesmo após décadas, diz um novo estudo britânico publicado no fim de outubro no periódico Science.

Na pesquisa, as consequências de um rigoroso racionamento de açúcar pelo qual o Reino Unido passou durante a Segunda Guerra Mundial e suas consequências foram utilizadas como exemplo. Quando o período terminou, em setembro de 1953, a ingestão média de açúcar das pessoas na Grã-Bretanha dobrou.

A situação forneceu um experimento natural e permitiu que os pesquisadores perguntassem: O que aconteceu com a saúde das pessoas que foram concebidas e nasceram quando o produto estava racionado em comparação com aqueles concebidos e nascidos após o fim do racionamento?

Para descobrir, os pesquisadores, Tadeja Gracner, economista da Universidade do Sul da Califórnia, e seus colegas, Claire Boone, da Universidade McGill, e Paul J. Gertler, da Universidade da Califórnia, recorreram ao UK Biobank —banco que armazena informações genéticas e médicas sobre meio milhão de pessoas, com a preservação da privacidade dos contribuidores.

A partir desses dados, os pesquisadores analisaram a saúde de 60.183 pessoas que nasceram de outubro de 1951 a março de 1956 e tinham entre 51 e 60 anos quando foram pesquisadas.

Os estudiosos relataram que aqueles expostos ao racionamento de açúcar no início da vida tiveram um risco 35% menor de diabetes e 20% menos probabilidade de desenvolver pressão alta na meia-idade. O início dessas doenças crônicas também foi atrasado em quatro anos para diabetes e dois anos para pressão alta.

Também foi constatado que a proteção contra doenças foi maior para aqueles que foram concebidos durante o racionamento de açúcar e eram bebês enquanto a situação continuou.

Aqueles que foram expostos ao racionamento apenas antes do nascimento e depois cresceram ingerindo açúcar tiveram maiores taxas de doenças.

Os resultados contribuem para um conjunto de evidências que sugerem que a nutrição no início da vida pode ter impactos na saúde mais tarde. Mas, devido às circunstâncias únicas do racionamento de açúcar britânico, o estudo fornece um rigor adicional, dizem os especialistas.

Mudanças químicas no DNA podem explicar os diferentes resultados de saúde, observa Aryeh Stein, professor de saúde global na Universidade Emory, que conduziu estudos sobre a fome holandesa.

Gracner observa que outros alimentos também foram racionados no Reino Unido durante e após a Segunda Guerra Mundial. Quando a manteiga foi racionada, as pessoas a substituíram por margarina. Os cereais também foram controlados, mas a quantidade que as pessoas comiam não mudou muito quando o período acabou.

O consumo de açúcar foi a exceção, pois dobrou quando o racionamento acabou. “Havia uma enorme demanda por açúcar”, diz Gracner.

O início da década de 1950 não foi um período de fome ou escassez de alimentos, minimizando a possibilidade de que os efeitos na saúde fossem resultado de uma falta geral de calorias no início da vida. Pesquisadores não envolvidos no estudo dizem que ele é totalmente confiável.

Especialistas dizem que o estudo é uma contribuição importante para o campo da epidemiologia nutricional, uma vez que estudos recentes tiram conclusões quase exclusivamente de correlações.

Há alegações de que o consumo excessivo de açúcar leva a uma saúde precária, por exemplo, com base em pesquisas observacionais de pessoas comendo mais ou menos açúcar. Mas geralmente há muitas diferenças entre os grupos estudados, deixando aberta a possibilidade de que outros fatores estejam afetando a saúde.

Pesquisador de obesidade e diabetes na Escola Médica de Harvard Medical, Jeffrey Flier observa que ainda é possível que outros fatores além do consumo de açúcar tenham afetado as pessoas no Biobank. Mas, ele diz, “os autores fizeram muitas análises para dar suporte à conclusão”.

Uma coisa que o novo estudo não consegue responder, no entanto, é por que o racionamento de açúcar no início da vida teve efeitos tão profundos mais tarde.

“É muito estranho”, diz Kriti Jain, oficial de programa do Instituto Nacional do Envelhecimento, que financiou o estudo. Mas, ela acrescenta, “esse tipo de pesquisa não é projetada para nos dizer o porquê; é projetada para nos dizer o quê.”

Uma ideia, diz Gracner, é que a exposição precoce ao açúcar leva a um desejo vitalício por ele. Pessoas que foram concebidas e nasceram durante o racionamento de açúcar comeram menos açúcar mais tarde na vida, de acordo com a Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição do governo britânico.

A economista ainda vê o risco da doença como “uma resposta cumulativa” ao consumo de açúcar ao longo da vida. “Doenças crônicas levam tempo para se desenvolver”, afirma.



Leia Mais: Folha

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Nota da Andifes sobre os cortes no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para as Universidades Federais — Universidade Federal do Acre

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publicado:
23/12/2025 07h31,


última modificação:
23/12/2025 07h32

Confira a nota na integra no link: Nota Andifes



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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

A Ufac, a Associação Paradesportiva Acreana (APA) e a Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer realizaram, nessa quarta-feira, 17, a entrega dos equipamentos de halterofilismo e musculação no Centro de Referência Paralímpico, localizado no bloco de Educação Física, campus-sede. A iniciativa fortalece as ações voltadas ao esporte paraolímpico e amplia as condições de treinamento e preparação dos atletas atendidos pelo centro, contribuindo para o desenvolvimento esportivo e a inclusão de pessoas com deficiência.

Os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, com o objetivo de fortalecer a preparação esportiva e garantir melhores condições de treino aos atletas do Centro de Referência Paralímpico da Ufac.

Durante a solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, destacou a importância da atuação conjunta entre as instituições. “Sozinho não fazemos nada, mas juntos somos mais fortes. É por isso que esse centro está dando certo.”

A presidente da APA, Rakel Thompson Abud, relembrou a trajetória de construção do projeto. “Estamos dentro da Ufac realizando esse trabalho há muitos anos e hoje vemos esse resultado, que é o Centro de Referência Paralímpico.”

O coordenador do centro e do curso de Educação Física, Jader Bezerra, ressaltou o compromisso das instituições envolvidas. “Este momento é de agradecimento. Tudo o que fizemos é em prol dessa comunidade. Agradeço a todas as instituições envolvidas e reforço que estaremos sempre aqui para receber os atletas com a melhor estrutura possível.”

O atleta paralímpico Mazinho Silva, representando os demais atletas, agradeceu o apoio recebido. “Hoje é um momento de gratidão a todos os envolvidos. Precisamos avançar cada vez mais e somos muito gratos por tudo o que está sendo feito.”

A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis da Silva, também destacou o trabalho desenvolvido no centro e o talento dos atletas. “Estou reconhecendo o excelente trabalho de toda a equipe, mas, acima de tudo, o talento de cada um de nossos atletas.”

Já o assessor do deputado estadual Eduardo Ribeiro, Jeferson Barroso, enfatizou a finalidade social da emenda. “O deputado Eduardo fica muito feliz em ver que o recurso está sendo bem gerenciado, garantindo direitos, igualdade e representatividade.”

Também compuseram o dispositivo de honra a pró-reitora de Inovação, Almecina Balbino, e um dos coordenadores do Centro de Referência Paralímpico, Antônio Clodoaldo Melo de Castro.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)



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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Orquestra de Câmara da Ufac realizou, nesta quarta-feira, 17, uma apresentação musical no auditório do E-Amazônia, no campus-sede. Sob a coordenação e regência do professor Romualdo Medeiros, o concerto integrou a programação cultural da instituição e evidenciou a importância da música instrumental na formação artística, cultural e acadêmica da comunidade universitária.

 

A reitora Guida Aquino ressaltou a relevância da iniciativa. “Fico encantada. A cultura e a arte são fundamentais para a nossa universidade.” Durante o evento, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, destacou o papel social da arte. “Sem arte, sem cultura e sem música, a sociedade sofre mais. A arte, a cultura e a música são direitos humanos.” 

Também compôs o dispositivo de honra a professora Lya Januária Vasconcelos.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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