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Quando o bizarro se torna banal, danou-se – 21/11/2024 – Cozinha Bruta

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Marcos Nogueira

Tive alguns encontros bizarros no metrô de Londres no mês passado. Certa noite, já bem tarde, algo se mexeu entre as folhas caídas do outono na rampa de saída da estação Hyde Park Corner. Estava escuro e deserto, só dava para ver que se tratava um animal de certo porte.

Seria uma mega ratazana? Uma capivara britânica? Quando a visão se acostumou ao lusco-fusco, percebi que era uma raposa.

Por um segundo suspenso nos encaramos, paralisados, a raposa e eu. Enfim, o belo animal decidiu vazar dali, liberando para mim a passagem.

Não fosse uma praga urbana revirando lixo, a situação poderia ser descrita como, hum, poética —além de francamente estranha.

Não dá para dizer o mesmo de outro episódio.

O trem encostou numa plataforma estranhamente cheia de agentes policiais. O vagão, até então quase vazio, lotou de gente bizarra: seguidores de um certo Tommy Robinson, líder da ultradireita anti-islâmica britânica, e sua escolta policial para evitar uma pancadaria no transporte público.

Eu estava, do nada, no meio de uns fanáticos fascistas, patriotários na versão Reino Unido. Foi bizarro demais.

Bizarra também foi a reação dos outros passageiros do trem —ou a ausência de reação. Ninguém parecia surpreso ou preocupado com aqueles trogloditas lunáticos.

Quando o bizarro se torna banal, temos um grande problema.

Gente, coisas e ideias absurdas abundam nestes tempos. Somos submetidos ao bizarro com tanta frequência e intensidade que tendemos a nos acostumar.

Amigos, os Estados Unidos elegeram para a presidência um homem que só não está preso porque aparelhou a Suprema Corte de seu país.

Aqui, não fossem as novas bizarrices que teimam em assomar, perigava cair na banalidade a surreal tomada dos Três Poderes pela turba da festa da Selma.

Mas falemos de cozinha.

Até na gastronomia vemos a banalização do bizarro —mas sem as mesmas consequências nefastas, é claro.

Neste fim de ano, por exemplo, vemos a normalização de aberrações como o sushitone, híbrido de panetone com sushi. Se em Natais anteriores ele causava repulsa e revolta, o sentimento agora é o tédio.

O repertório de bizarrices parece estar se esgotando. Só parece.

Sempre surge coisa pior. Vide o noticiário surreal desta semana, que nos trouxe de volta a noção daquilo que nunca deveria ter sido tolerado —e não me refiro ao panetone de coxinha.

Para finalizar, fiquem com uma receita britânica que muitos julgam bizarra: os baked beans, feijões em molho de tomate, um clássico do café da manhã inglês. Eu adoro!

BAKED BEANS

Rendimento: 2 porções

Tempo de preparo: 5 minutos

Dificuldade: Fácil

Ingredientes

  • 250 g de feijão-branco cozido (mais 150 ml de caldo do feijão)
  • 2 colheres (sopa) de extrato de tomate
  • 1 colher (chá) de açúcar mascavo
  • 2 colheres (sopa) de vinagre de maçã
  • 2 colheres (sopa) de molho inglês
  • 1 colher (sopa) de alho em pó
  • Pimenta-do-reino a gosto

Preparo

  1. Misture todos os ingredientes numa panela e aqueça até borbulhar
  2. Sirva com bacon, ovos, linguiça, torradas e os acompanhamentos de sua preferência


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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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