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Quanto mais longa a corrida, mais perto ela fica: as mulheres estão se aproximando dos homens na arena do ultra-resistência | Ultracorrida

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Caitlin Fox-Harding and Krissy Kendall for the Conversation

Mpt são dominantes na maioria dos eventos atléticos, mas os desportos de ultra-resistência (exercícios durante seis horas ou mais) representam um domínio único onde a diferença de desempenho entre homens e mulheres é maior. estreitando significativamente.

Em eventos de resistência tradicionais, como maratonas, os homens superam consistentemente as mulheres em cerca de 10%.

Contudo, em competições de ultra distância esta disparidade pode ser tão pequeno quanto 4%.

Em alguns casos, as mulheres até ultrapassaram os homens.

O que explica essa mudança? A resposta está numa combinação de fisiologia, metabolismo e estratégia.

Resistência à fadiga: uma vantagem para as mulheres

A composição muscular das mulheres é otimizada para resistência. Eles têm uma proporção maior de tipo I (contração lenta) fibras muscularesque são mais eficientes e resistentes à fadiga durante atividades prolongadas em comparação com fibras do tipo II (contração rápida).

Isto dá às mulheres uma vantagem na manutenção da função muscular durante atividades prolongadas, reduzindo o risco de falha muscular à medida que os eventos progridem.

As mulheres podem também experimente menos fadiga neuromuscular e acumula menos subprodutos anaeróbicos (lactato e íons de hidrogênio) durante o esforço sustentado. Embora o lactato em si não cause fadiga muscular, o acúmulo de íons hidrogênio pode contribuir para a sensação de fadiga.

Mesmo as mulheres músculos respiratórios como o diafragma experimentam menos fadiga do que os homens.

A composição muscular das mulheres proporciona-lhes uma vantagem durante atividades prolongadas, reduzindo o risco de falência muscular à medida que os eventos progridem. Fotografia: Recursos de Stewart Cook/Rex

Os homens ainda levam vantagem em provas mais curtas e intensas devido à maior massa muscular e maior capacidade aeróbica – fatores que contribuem para melhores desempenhos em maratonas e distâncias mais curtas.

No entanto, as vantagens metabólicas que as mulheres apresentam nos desportos de ultra-resistência estão a diminuir esta lacuna à medida que os eventos se prolongam.

Eventos de ultra-resistência dependem fortemente de metabolismo oxidativoque usa carboidratos e gorduras como combustível.

As mulheres são mais eficientes neste aspecto, exibindo taxas de oxidação de gordura até 56% mais altas do que os homens.

Estrogênioum hormônio predominante nas mulheres, aumenta o metabolismo da gordura e promove a conservação do glicogênio, que se refere à capacidade do corpo de economizar ou preservar o glicogênio (uma forma de açúcar armazenada nos músculos e no fígado) para uso durante a atividade física.

Isto é importante porque o glicogênio é a fonte de combustível preferida do corpo para o exercício. Ao conservá-la, o corpo pode utilizar a gordura como fonte alternativa de energia, permitindo que o glicogênio dure mais tempo e ajudando a melhorar a resistência.

Durante eventos de ultra-resistência, estes benefícios tornam-se cada vez mais importantes à medida que o corpo passa da energia baseada em hidratos de carbono para a utilização de gordura.

Estrogênio também ajuda a reduzir a inflamação e danos muscularespermitindo que as mulheres se recuperem mais rapidamente durante esforços prolongados.

Embora os homens geralmente se beneficiem níveis mais elevados de testosteronaque aumenta a massa muscular e a força, esses atributos são menos cruciais em eventos de ultra-resistência em comparação com esportes anaeróbicos ou baseados em força.

Em corridas de longa duração, o perfil hormonal das mulheres pode apoiar melhor o uso sustentado de energia e a resiliência, permitindo-lhes competir mais de perto com os homens.

Apesar destas vantagens, as flutuações hormonais que as mulheres experimentam, particularmente durante os ciclos menstruais ou alterações hormonais relacionadas com menopausapode apresentar desafios adicionais em provas de resistência.

A gestão eficaz destes factores será crucial à medida que as mulheres continuam a ultrapassar os limites nos desportos de ultra-resistência.

Composição corporal e desempenho

A maior massa gorda das mulheres, muitas vezes vista como uma desvantagem nos desportos de resistência tradicionais, pode oferecer benefícios em certas provas de ultra-resistência, como a natação. Isto ocorre porque mais gordura corporal pode melhorar a termorregulação ao conservar o calor na água fria, permitindo às mulheres manter o desempenho durante a exposição prolongada a condições desafiadoras.

Aumento da flutuabilidade, redução do arrasto e tamanhos corporais menores e membros inferiores mais curtos também são vantajosos para as mulheres. Isso pode permitir um movimento mais suave e com maior eficiência energética através da água.

Resiliência psicológica

Eventos de ultra-resistência testam não apenas a resistência física, mas também resistência mental. Nesta área, as mulheres costumam brilhar.

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A pesquisa em psicologia do esporte destaca a capacidade superior das mulheres de modular a sensibilidade à dor, manter o foco e permanecer motivado durante competições longas e cansativas.

Emocional resiliênciauma característica ligada aos mecanismos de sobrevivência das mulheres, desempenha um papel crucial na superação dos desafios psicológicos nos desportos de ultra-resistência.

Evidências anedóticas e resultados de corridas demonstram a capacidade das mulheres de permanecerem mentalmente compostas, mesmo sob fadiga extrema, o que lhes permite avançar nas fases posteriores da competição.

Embora os homens ainda detenham recordes em muitos eventos de ultra-resistência, força psicológica das mulheres pode estar ajudando a preencher a lacuna.

Ritmo e tomada de decisões mais inteligentes

O ritmo é crucial em esportes de ultra-resistência. As mulheres muitas vezes se destacam nesta área também.

Estudos mostram que as mulheres adotam hábitos mais conservadores e consistentes estratégias de ritmo em comparação com os homens, que têm maior probabilidade de começar fortes, mas correm o risco de esgotamento à medida que a corrida avança.

Esta diferença pode ser parcialmente fisiológica, mas também psicológica.

Testosterona, ligada ao comportamento de riscopode influenciar os homens a adotarem estratégias excessivamente agressivas. Em contraste, o ritmo mais cauteloso e consistente das mulheres minimiza o desperdício de energia e optimiza o desempenho a longo prazo.

No entanto, os homens ainda tendem a alcançar tempos globais mais rápidos em provas de resistência mais curtas, graças à sua maior velocidade máxima e poder.

No entanto, na ultra-resistência, onde a estratégia de ritmo influencia frequentemente os resultados, as mulheres continuam a colmatar a lacuna à medida que refinam as suas abordagens e ganham mais oportunidades competitivas.

A estrada à frente

Embora os homens continuem a ter o melhor desempenho em provas de ultra-resistência, a diferença entre os géneros é muito menor em comparação com maratonas e distâncias de corrida mais curtas.

A capacidade das mulheres de metabolizar gordura eficientemente, as suas vantagens hormonais, a forte resiliência psicológica e as estratégias de estimulação eficazes são factores que impulsionam este progresso.

No entanto, são necessários avanços contínuos para nivelar totalmente o campo de jogo. Estes incluem:

  • regimes de treinamento aprimorados

  • pesquisa direcionada a atletas femininas

  • maiores oportunidades de participação.

Enfrentar desafios como flutuações hormonais e barreiras sociais (como estereótipos e representação da mídia) também será crucial para capacitar as mulheres para competirem aos mais altos níveis.

Os desportos de ultra-resistência são únicos na sua capacidade de desafiar as noções tradicionais de desempenho atlético de género.

Embora os homens ainda detenham a vantagem, o rápido progresso das mulheres sugere um futuro onde poderão superar os homens em provas de resistência extrema.

Por enquanto, eles estão provando que quanto mais longa a corrida, mais acirrada será a competição.

  • Caitlin Fox-Harding é professora e pesquisadora na Edith Cowan University. Krissy Kendall é professora de ciências do exercício e do esporte na Edith Cowan University. Este artigo foi publicado originalmente em a conversa



Leia Mais: The Guardian

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Após racismo em shopping, estudantes fazem manifestação com dança em SP; vídeo

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Esse cãozinho bastante ferido pediu socorro em uma delegacia no Recife (PE), com um chicote de moto no pescoço dele. Foi atendido na hora. Foto: PRF

Estudantes do Colégio Equipe, em São Paulo, fizeram uma manifestação contra um caso de racismo no Shopping Pátio Higienópolis. Com danças, músicas e jograis, eles pediram justiça contra o preconceito sofrido por dois adolescentes pretos. Racistas não passarão!

Isaque e Giovana, alunos da escola, foram abordados por um segurança enquanto esperavam na fila da praça de alimentação. Eles estavam acompanhados de uma colega branca, que foi abordada pela segurança e questionada se os amigos a “incomodavam”.

Nesta terça-feira (23), estudantes, professores, familiares e movimentos sociais tomaram as ruas da região próxima ao shopping. Ao som de Ilê Aiyê, música de Paulo Camafeu, as crianças deram um show e mostraram que o preconceito não tem vez!

Ato de resistência

A resposta ao caso de racismo veio uma semana depois. Com o apoio de diversos movimentos, os estudantes organizaram a manifestação potente e simbólica.

Eles caminharam pelas ruas e avenidas da região até o Shopping. Lá, leram um manifesto emocionado, que foi repetido em jogral.

Dentro e fora do estabelecimento, o recado foi bem claro: basta de racismo! “Abaixo o racismo! Justiça para Isaque e Giovana”, disse o Colégio Equipe em uma postagem nas redes.

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Histórico de discriminação

Não foi a primeira vez que estudantes pretos do Colégio Equipe enfrentaram preconceito no Pátio Higienópolis.

Em 2022, outro aluno foi seguido por um segurança dentro de uma loja.

A escola afirmou que tentou dialogar com o shopping na época, mas sem sucesso.

Desta vez, a resposta foi outra: “Ao final, convidamos a direção do shopping para uma reunião no Colégio Equipe. A advogada que recebeu os representantes se comprometeu a encaminhar e responder ao convite.”

Internet apoia

Postado na internet, o vídeo do protesto teve milhares de visualizações e recebeu apoio dos internautas.

“Parabéns escola! Parabéns alunos! Me emocionei aqui! Fiquei até com vontade de mudar meu filho de escola”, disse a ativista Luisa Mell.

Outro exaltou o exemplo de cidadania dos pequenos.

“Cidadania na prática! Que orgulho de toda a equipe e pais. Que orgulho desses alunos que foram solidários. Incrível!”.

O racismo tem que acabar!

Veja como foi a manifestação dos estudantes:

O recado foi certeiro: não passarão!

Uma verdadeira festa da democracia:



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Cai preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil; Top 10

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O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

Notícia boa para o consumidor. Enquanto tudo sobe, cai o preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil. É o que revela um novo estudo divulgado esta semana.

Conduzida pela Agger, plataforma especializada no setor de seguros, a pesquisa mostrou que o custo médio para proteger os dez veículos com maior volume de vendas no país teve redução de 5,4%. Os dados foram analisados entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.

Dentre os modelos avaliados, o Renault Kwid se destacou ao apresentar a maior diminuição no valor, com queda de 12,5%. A queda nos preços reflete uma série de fatores, desde o perfil dos condutores até as estratégias adotadas pelas seguradoras para se manterem competitivas.

Carros com maiores descontos

Entre os modelos analisados, vários apresentaram queda no valor das apólices. Veja os destaques:

  • Renault Kwid: queda de 12,5%
  • Volkswagen T-Cross: queda de 11,22%
  • Honda HR-V: queda de 8,29%
  • Fiat Argo: queda de 7,73%
  • Fiat Mobi: queda de 6,06%
  • Hyundai Creta: queda de 5,88%
  • Volkswagen Polo: queda de 1,27%
  • Chevrolet Onix: queda de 0,43%

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Impacto para motoristas

Para quem está pensando em contratar ou renovar o seguro, a notícia é animadora.

Com os valores mais baixos, fica mais fácil encontrar um plano acessível e que tenha boa cobertura.

Segundo Gabriel Ronacher, CEO da Agger, “é essencial que os motoristas busquem a orientação de corretores especializados para garantir a melhor cobertura e custo-benefício”, disse em entrevista à Tupi FM.

Impacto nos preços

De acordo com o estudo publicado pela Agger, quatro fatores explicam o motivo dos preços de um seguro.

O histórico do motorista é o principal. Quem não se envolve em acidentes tende a pagar menos.

A idade e o valor do carro também interferem. Veículos mais caros ou com peças difíceis de achar têm seguros mais altos.

Proprietários que moram em regiões com mais roubos ou colisões também tendem a pagar mais.

Por último, o perfil do consumidor, como idade, gênero e até mesmo hábitos de direção.

O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. - Foto: Divulgação O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. – Foto: Divulgação



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Estudantes de Medicina terão de fazer nova prova tipo “Exame da OAB”; entenda

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O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

A partir de agora, é como com os bacharéis de Direito: se formou, será submetido a uma avaliação específica para verificar os  conhecimentos. Os estudantes de medicina terão de obrigatoriamente fazer uma prova, no último ano do curso, tipo exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O exame já será aplicado, em outubro de 2025, e mais de 42 mil alunos devem ser avaliados. Será um exame nacional e anual. Porém, diferentemente do que ocorre no Direito, o resultado não será uma exigência para o exercício da profissão. O Ministério da Educação (MEC) lançou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) para avaliar a formação dos profissionais no país.

Para os ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), o exame vai elevar a qualidade da formação dos médicos no Brasil, assim como reforçar a humanização no tratamento dos pacientes.

Como vai funcionar

A nota poderá servir como meio de ingresso em programas de residência médica de acesso direto. A prova será anual. O exame vai verificar se os estudantes adquiriram as competências e habilidades exigidas para o exercício prático e efetivo da profissão.

Também há a expectativa de que, a partir dos resultados, seja possível aperfeiçoar os cursos já existentes, elevando a qualidade oferecida no país. Outra meta é unificar a avaliação para o ingresso na residência médica.

Há, ainda, a previsão de preparar os futuros médicos para o atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). Os médicos já formados, que tiverem interesse, poderão participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto.

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O que os resultados vão mudar

Os resultados poderão ser utilizados para acesso a programas de residência médica. Caberá ao estudante decidir se quer que a nota seja aplicada para a escolha do local onde fará residência.

A estimativa é de que 42 mil estudantes, no último ano do curso de Medicina, façam o exame. No total são 300 cursos no país, com aplicação das provas em 200 municípios.

O exame será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Segundo as autoridades, a ideia é unificar as matrizes de referência e os instrumentos de avaliação no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos e a prova objetiva de acesso direto do Exame Nacional de Residência (Enare).

Como fazer as inscrições

Os interessados deverão se inscrever a partir de julho. O exame é obrigatório para todos os estudantes concluintes de cursos de graduação em Medicina.

A aplicação da prova está prevista para outubro e a divulgação dos resultados individuais para dezembro.

Para utilizar os resultados do Enamed para o Exame Nacional de Residência, é necessário se inscrever no Enare e pagar uma taxa de inscrição (exceto casos de isenção previstos em edital).

Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes e que não pretendem utilizar os resultados da prova para ingressar na residência, pelo Enare, estarão isentos de taxa, segundo o MEC.

O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil



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