MUNDO
Quão verdes são as cidades da Ásia? – DW – 01/11/2024

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8 meses atrásem
Cobertura arbórea em espaços urbanos tem um efeito importante na saúde e no bem-estar, uma vez que as árvores podem reduzir temperaturas extremas e melhorar a saúde mental e física dos moradores.
“Não temos muita vegetação onde vivemos. Há ruas com árvores e parques verdes, mas não são suficientes. Isso torna a nossa cidade muito quente”, disse Fatima Irfan Shaikh, de Karachi, a maior cidade do Paquistão. .
Uma análise de dados do DW sobre a cobertura arbórea em 41 grandes cidades asiáticas mostra um alto nível de variação.
Embora a maioria das pessoas em regiões metropolitanas como Colombo, no Sri Lanka, e Yangon, em Mianmar, vivam em bairros com grande cobertura arbórea, acontece o oposto em locais como Carachi, ou na capital da Índia, Nova Deli.
E na área metropolitana da capital do Bangladesh, Dhaka, um quarto dos 24 milhões de habitantes da cidade vive em áreas praticamente sem árvores.
Em comparação com as cidades europeias e norte-americanas, há, em geral, menos cobertura arbórea nas cidades asiáticas.
Mumbai verde, Pequim nua
A Região Metropolitana de Mumbai, na Índia, é um dos centros urbanos mais favoráveis às árvores nesta análise, com a maioria dos residentes vivendo em áreas com cerca de 20% de cobertura arbórea. Embora as áreas de Mumbai sejam altamente densas e arborizadas, como Tardeo e Anushakti Nagar, as zonas exuberantes geralmente ficam nos subúrbios.
No entanto, Mayuresh Ghash, ecologista de Mumbai, disse à DW que a cobertura arbórea na cidade está distribuída de forma desigual e que o desenvolvimento ameaça os espaços verdes.
“Desenvolver manchas não vai ajudar… precisamos nos concentrar em toda a área”, disse ele, acrescentando que o corte de árvores para abrir caminho ao desenvolvimento em Mumbai é problemático porque a vida selvagem não é levada em conta e as mudas não podem substituir árvores velhas. .
A exuberante cobertura arbórea de Mumbai é rara nas metrópoles asiáticas. Muitas cidades costumam ter cobertura arbórea semelhante a Pequim.
A maioria dos residentes de Pequim vive em áreas com cerca de 10% de cobertura arbórea. Um exemplo pode ser visto nas imagens aéreas do distrito de Chaoyang, bairro onde estão localizadas muitas embaixadas estrangeiras, organizações internacionais e o maior parque de Pequim.
As áreas urbanas podem ser densas e verdes?
Mas mesmo em áreas residenciais densamente povoadas ou em locais não propícios ao crescimento de árvores, a incorporação de planos de ecologização nos desenvolvimentos urbanos pode ser benéfica para os residentes de uma cidade, bem como para o seu ambiente.
UM Estudo de 2023 argumentou que as cidades podem ser verdes e densas se os planejadores urbanos optarem por aproveitar ao máximo as soluções disponíveis.
Singapura é líder no desenvolvimento urbano verde. Sendo um país de alta densidade, deu prioridade aos espaços verdes urbanos no planeamento urbano.
Por exemplo, Singapura construiu grandes vias que exigem a reserva de margens para a plantação de árvores, disse à DW Chua Yen Ling, diretora do grupo de estratégia corporativa e planeamento do Conselho de Parques Nacionais de Singapura.
Singapura também apresentou soluções criativas para cidades verdes, como paredes verdes verticais e jardins nos telhados.
Quais cidades precisam mais de árvores?
Em Tóquio, a cidade mais populosa do mundo, cerca de 40% da população vive em bairros quase sem árvores.
No entanto, entre as metrópoles asiáticas analisadas, em nenhum outro lugar, excepto nas cidades desérticas do Golfo, há maior necessidade de árvores do que Carachi, no Paquistão, onde 80% das pessoas quase não têm cobertura arbórea perto das suas casas.
O clima árido de Karachi é parcialmente culpado, mas em cidades comparáveis, como Cabul e Teerã, há mais árvores.
Javed Ahmed Mahar, do Departamento de Vida Selvagem de Sindh, disse que, além do clima árido de Karachi, a população crescente e o desenvolvimento urbano descontrolado também representam desafios para a cobertura arbórea da cidade.
Embora existam iniciativas verdes em Karachi, Mahar disse à DW que mais precisa ser feito para preservar espaços verdes e zonas húmidas, e mais planeadores urbanos precisam de realizar “cientificamente” projectos de plantação de árvores.
Quanto a geografia importa?
As 41 cidades asiáticas analisadas abrangem biomas que vão desde florestas tropicais a desertos, e climas de monções tropicais a zonas áridas.
Na verdade, o clima, o terreno e o bioma desempenham um papel importante na cobertura arbórea. As três principais cidades, Colombo, Yangon e Mumbai, têm clima tropical, o que naturalmente favorece mais espaços verdes. As cidades em regiões desérticas geralmente têm uma cobertura arbórea esparsa.
Mas cidades com aproximadamente o mesmo clima e bioma podem muitas vezes ter diferentes níveis de cobertura arbórea.
Manila, localizada nas Filipinas, tem a maior parte da sua população vivendo em áreas sem árvores, em contraste com Yangon, com clima semelhante em Mianmar.
Como as árvores tornam as cidades mais habitáveis
No início deste ano, muitas partes da Ásia registaram temperaturas recordes. A Índia, por exemplo, enfrentou a sua pior onda de calor em mais de uma década, com temperaturas a subir acima dos 50 graus Celsius (122 Fahrenheit) em Nova Deli.
Adicionar mais árvores em áreas extremamente expostas pode ser a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas. O Ministério da Saúde da Índia disse que 110 pessoas morreram de insolação entre março e junho de 2024.
As árvores e outras vegetações também podem agir como esponjas – absorvendo água naturalmente, retendo-a e libertando-a de volta no ciclo da água.
Muitos lugares ao redor do mundo estão tentando se tornar “cidades esponja” afastando-se do design tradicional de edifícios e superfícies com concreto e asfalto que não permitem o escoamento da água. A China é liderando o caminho.
Em cidades asiáticas como Colombo, Mumbai e Singapura, a maioria das pessoas vive em áreas com cobertura arbórea comparável à observada em países mais desenvolvidos.
Em média, a Europa e a América do Norte criaram mais espaço para árvores nas suas cidades do que o resto do mundo. Em geral, as cidades dos países com um nível de desenvolvimento económico mais elevado tinham coberturas arbóreas mais exuberantes.
No entanto, a maioria das metrópoles asiáticas está mais próxima dos níveis africanos e latino-americanos.
Dado que a vegetação urbana desempenha um papel importante na promoção do bem-estar dos habitantes das cidades, a redução da disparidade de riqueza também pode exigir que as cidades aumentem a cobertura arbórea em mais bairros.
Os dados da DW basearam-se em observações de satélite que incluem áreas metropolitanas inteiras, em vez de fronteiras administrativas oficiais.
Detalhes sobre a metodologia podem ser encontrados aqui.
Floresta urbana combate o calor extremo de Karachi
Editado por: Wesley Rahn
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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