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Que chances tem a oposição? – DW – 21/01/2025

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O Partido Tanzaniano para a Democracia e o Progresso, vulgarmente conhecido como Chadematem uma longa e célebre história. Foi fundada em 1992, pouco depois Tanzânia adotou um sistema multipartidário de democracia.

Apesar dos seus esforços, Chadema ainda não conseguiu uma vitória eleitoral sobre o partido governante CCM (Chama Cha Mapinduzi), que governa a nação desde que esta se tornou uma república unida em 1964. Este ano, em Outubro, Chadema terá outra oportunidade quando a Tanzânia os eleitores vão às urnas para eleger seu presidente e membros do parlamento.

O presidente do partido, Freeman Mbowe, tem reunido os seus membros para formar uma frente unida. Dirigindo-se às pessoas reunidas na sede da Chadema em Dar es Salaam, a maior cidade do país, na quinta-feira passada. “Quando deixarmos Dar es Salaam, a nossa unidade deve ser mais forte do que nunca”, enfatizou Mbowe.

De 21 a 22 de Janeiro, os membros do Chadema reúnem-se em Dar es Salaam para votar na liderança do partido, incluindo quem provavelmente se tornará o porta-bandeira do partido nas eleições. A corrida coloca o presidente de longa data Mbowe contra o seu vice, Tundu Lissu. As apostas no congresso do partido de dois dias vão além da presidência e abrangem a direção futura do partido.

Os líderes do partido Chadema da Tanzânia, Tundu Lissu (E) e Freeman Mbowe.
Tundu Lissu (L) e Freeman Mbowe podem ser só sorrisos, mas têm ideologias diferentes sobre o futuro de ChademaImagem: Eric Boniface/DW

Ideologias partidárias diferentes dos dois rivais

Enquanto Mbowe defende a continuidade, argumentando que os sucessos passados ​​do partido não devem ser esquecidos, Lissu apelou a mudanças transformadoras. Numa entrevista à DW, Lissu criticou a distribuição de recursos do partido, observando que a riqueza de Chadema permanece frequentemente concentrada na sua sede em Dar es Salaam, em vez de chegar às suas bases em áreas regionais.

Lissu também enfatizou a necessidade de transições estruturadas de liderança. “Quando começámos em 1993, os estatutos do partido impunham limites de mandato. Nós abolimo-los em 2006 porque o partido era pequeno e não tinha liderança suficiente”, disse Lissu.

Com o partido a crescer significativamente, Lissu insiste que é altura de restaurar tais mecanismos. “Devemos criar caminhos para que sangue novo entre na liderança do partido. Só então poderemos gerar novas ideias e estratégias.”

Estará o governo da Tanzânia a tentar silenciar a oposição?

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Unidos contra o CCM no poder

Apesar das diferenças, os dois principais candidatos estão unidos na oposição ao governo da Presidente Samia Suluhu Hassan. “Nunca devemos perder a esperança”, declarou Mbowe, apelando a alianças com outros partidos, a sociedade civil e o mundo académico para promover reformas eleitorais e constitucionais. É assim que podemos criar pressão nacional por eleições livres e justas.”

Em novembro passado, Chadema criticou duramente a condução das eleições locaisalegando desqualificação injusta de candidatos e reportando a morte de três militantes do partido em incidentes relacionados às urnas. O CCM no poder – que obteve mais de 98% dos votos – foi acusado de manipulação eleitoral.

O mandato de Suluhu começou com otimismo. Chegando ao poder em 2021, após a morte súbita do seu antecessor, John Pombe Magufuli, durante o COVID 19 pandemia, Hassan prometeu reverter muitas das suas políticas controversas. O mandato de Magufuli foi marcado por fortes restrições às liberdades civis e por uma abordagem negacionista da pandemia, que isolou a Tanzânia na cena global. Suluhu parecia preparado para traçar um rumo mais moderado.

“A comunidade empresarial está gostando de trabalhar com ela como presidente”, disse Maggid Mjengwa, analista político tanzaniano baseado em Dar es Salaam, à DW. “Ela tornou possível criar o ambiente em que mais investidores vêm para a Tanzânia e a economia prospera”, acrescentou.

Os apoiantes do Chadema agitam os seus bonés durante um congresso do partido em Dar es Salaam.
Chadema é o segundo maior partido político da Tanzânia depois do CCM no poderImagem: Ericky Boniface/DW

Abduções em ascensão

Contudo, o analista político independente Lovelet Lwakatare descreve a actual situação (política) da Tanzânia como profundamente preocupante. “Houve pouco progresso tangível sob o presidente Suluhu”, disse ela à DW. “Quando vozes marginalizadas são silenciadasé motivo de preocupação”, disse Lwakatare, acrescentando que o papel principal do Estado é proteger os seus cidadãos.

“Quando os tanzanianos se sentem inseguros no seu próprio país, é alarmante”.

No início deste mês, em Quêniacapital, Nairóbi, homens desconhecidos sequestraram a ativista política tanzaniana Maria Sarungi Tsehai. No entanto, devido à rápida intervenção Anistia Internacional e a crescente pressão nas plataformas de mídia social pedindo sua libertação, ela foi libertada horas depois. “Sou um dos poucos que sobreviveram a tal provação”, disse Sarungi à DW numa entrevista. “Na Tanzânia, muitos dos que desaparecem nunca são encontrados.”

Alguns observadores suspeitam que o governo da Tanzânia pode ter estado por trás do rapto de Sarungi, apontando para o silêncio do governo após o incidente. Embora Lwakatare se tenha abstido de acusar directamente o regime do Presidente Suluhu, ela enfatizou que a responsabilidade, em última análise, cabe à administração. “Se os tanzanianos não estiverem protegidoscomo podemos esperar continuar a fazer parte da comunidade internacional?”, perguntou ela. Os raptos e detenções sistemáticos de críticos do governo são alegações graves que confrontam o Presidente Suluhu e o CCM no poder.

Apesar dos riscos, Sarungi continua firme no seu trabalho. “Eu luto por direitos humanosliberdade de expressão, liberdade de imprensae boa governação. Qualquer governo deveria acolher bem a colaboração com alguém como eu”, acrescentou.

Apoiantes do partido CCM vestindo as cores do partido num comício político.
O CCM no poder goza de amplo apoio popular e será um adversário difícil para ChademaImagem: Ericky Boniphase/DW

Chadema precisa de um “novo” líder?

Alguns observadores políticos argumentam que a mudança da liderança de Chadema poderia alterar a dinâmica. “O Presidente Mbowe fez um trabalho notável na construção do Chadema. Mas é hora de uma oposição vibrante com novas ideias e métodos para responsabilizar o governo”, disse Lwakatare.

Lissu é visto como um candidato especialmente adequado para desafiar o status quo. Conhecido pela sua coragem inabalável, tornou-se um símbolo de resiliência. Em 2017, ele sobreviveu por pouco a uma tentativa de assassinato em Dodoma, sofrendo vários ferimentos à bala.

Semanas antes do ataque, Lissu relatou ter sido seguido por agentes de inteligência. Após anos de tratamento médico na Bélgica, regressou à Tanzânia em 2023. No entanto, permanecem dúvidas sobre o seu compromisso caso perca a corrida pela liderança. Lissu afirmou que pretende permanecer leal a Chadema independentemente do resultado.

George Njogopa e Florence Majani em Dar es Salaam e Thelma Mwadzaya em Nairobi contribuíram para este artigo

Este artigo foi traduzido do alemão

Editado por: Chrispin Mwakideu



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Ufac promove confraternização estudantil no Restaurante Universitário — Universidade Federal do Acre

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Ufac promove confraternização estudantil no Restaurante Universitário — Universidade Federal do Acre

Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), promove nesta quinta-feira, 4, a confraternização de fim de ano destinada aos estudantes do campus-sede, em Rio Branco. A atividade ocorre no Restaurante Universitário (RU) durante o almoço, a partir das 11h, e no jantar, a partir das 17h30.

A ação integra a política de acolhimento estudantil da instituição, que envolve tanto a recepção de ingressantes quanto a oferta de atividades voltadas ao bem-estar e à permanência dos estudantes ao longo do ano.

Segundo o pró-reitor de Assuntos Estudantis, professor Isaac Dayan Bastos da Silva, a confraternização já se tornou uma tradição institucional, reforçando o vínculo entre a universidade e sua comunidade acadêmica. “Esse acolhimento faz parte da política estudantil da gestão. No final do ano, realizamos essa confraternização tanto no almoço quanto no jantar, algo que já se tornou cultural para nós”, afirmou.

Como parte da programação, o RU oferece almoço e jantar especiais, incluindo a entrega de panetone como sobremesa. O ambiente também recebe decoração temática e contará com música ao vivo, realizada pelos bolsistas do projeto Pró-Cultura Estudantil, responsáveis pela tradicional cantata de Natal.

“Tudo isso é pensado para fortalecer esse acolhimento. Buscamos criar um ambiente festivo, com decoração e música ao vivo, para que os estudantes se sintam parte desse momento de encerramento das atividades do ano”, destacou o pró-reitor.

A confraternização permanece aberta aos estudantes regularmente atendidos pelo RU durante os horários habituais de funcionamento.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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