ACRE
Que consciência negra é essa? – 20/11/2024 – Opinião
PUBLICADO
12 meses atrásem
Novembro traz a pauta da consciência negra à tona, mas um mês é suficiente para abordar uma questão tão complexa? A pergunta “Que consciência negra é essa?” reflete uma inquietação quanto à profundidade e eficácia dessas discussões.
O Brasil, último país das Américas a abolir a escravidão, ainda carrega os impactos de um racismo estrutural mascarado pelo mito da “democracia racial”.
Esse racismo é evidente na ausência de negros em cargos de liderança e na predominância deles entre as vítimas de violência policial e encarceramento.
Segundo o censo do IBGE de 2022, 56% dos brasileiros são negros (pretos e pardos), mas essa proporção não se reflete nas esferas de poder. Dados indicam que, embora 33% da advocacia seja composta por negros, nos grandes escritórios de São Paulo apenas 11% dos advogados são negros. Ademais, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 apontou um aumento de 77,9% nos casos de racismo.
A Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB-SP), buscando enfrentar essa desigualdade, tem promovido mudanças significativas, como as indicações ao Quinto Constitucional, agora orientadas por regras de paridade de gênero e equidade racial. Além disso, políticas de cotas raciais em concursos e processos seletivos e sanções mais rigorosas contra discriminação racial são avanços fundamentais para um meio jurídico mais inclusivo.
Contudo, essas iniciativas, embora de grande importância, ainda não garantem a presença de um número substancial de advogados negros em cargos de liderança, onde as estatísticas refletem a desigualdade. Por quê?
O racismo muitas vezes se manifesta de forma sutil, com microagressões e preferências disfarçadas, que acabam excluindo profissionais negros. A situação é particularmente desafiadora para advogadas negras, que lidam com racismo, sexismo e desigualdade salarial.
De acordo com dados de 2023 da FGV, a remuneração média das mulheres negras corresponde a apenas 62% da remuneração de mulheres não negras e a 48% dos ganhos de homens brancos, o que evidencia o racismo econômico.
Diante desses desafios, é essencial que as políticas de inclusão sejam implementadas com intencionalidade real, especialmente para apoiar mulheres negras, as mais afetadas pela interseção do racismo e do sexismo.
Portanto, a pergunta “Que consciência negra é essa?” revela que um mês não é suficiente para enfrentar séculos de escravidão e desigualdade. As soluções precisam ir além de normas institucionais e exigem uma mudança cultural e pedagógica profunda.
Para que o ambiente jurídico brasileiro seja verdadeiramente inclusivo, é necessário transformar critérios de ascensão profissional, fortalecer redes de apoio e promover uma representatividade efetiva.
A construção de um meio jurídico mais inclusivo exige um compromisso contínuo que vá além das normativas, refletindo a diversidade do Brasil e criando um espaço verdadeiramente democrático para todos.
TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
ACRE
Ufac recebe 3 micro-ônibus por emenda do deputado Roberto Duarte — Universidade Federal do Acre
PUBLICADO
20 horas atrásem
14 de novembro de 2025A Ufac recebeu três micro-ônibus provenientes de emenda parlamentar no valor de R$ 8 milhões, alocadas pelo deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) em 2024. A entrega ocorreu nessa quinta-feira, 13, no estacionamento A do campus-sede. Os veículos foram estacionados em frente ao bloco da Reitoria, dois ficarão no campus-sede e um irá para o campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.
“É sem dúvida o melhor momento para a gestão, entregar melhorias para a universidade”, disse a reitora Guida Aquino. “Quero agradecer imensamente ao deputado Roberto Duarte.” Ela ressaltou outros investimentos provindos dessa emenda. “Serão três cursos de graduação na interiorização.”
Duarte disse que este ano alocou mais R$ 2 milhões para a universidade e enfatizou que os micro-ônibus contribuirão para mobilidade dos alunos e professores da instituição. “Também virá uma van, mais cursos que vamos fazer no interior do Estado do Acre, o que vai ajudar muito a população acreana. Estamos muitos felizes, satisfeitos e honrados em poder contribuir e ajudar cada vez mais no desenvolvimento da Universidade Federal do Acre, que só nos dá orgulho.”
Relacionado
ACRE
Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
PUBLICADO
3 dias atrásem
12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
Relacionado
ACRE
CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
PUBLICADO
4 dias atrásem
11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
ACRE4 dias agoMestrado em Ciências Ambientais é destacado em livro da Capes — Universidade Federal do Acre
ACRE5 dias agoUfac assina ordem de serviço para expansão do campus Fronteira — Universidade Federal do Acre
ACRE4 dias agoSemana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
ACRE4 dias agoCAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login