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Quincy Jones, compositor, trompetista e produtor americano, morre aos 91 anos

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Entre os produtores musicais, o nome de Quincy Jones, falecido no dia 3 de novembro, em Los Angeles (Califórnia), aos 91 anos, é um dos poucos conhecidos do grande público. O motivo, sua colaboração com Michael Jackson (1958-2009), em particular para o álbum Filme de açãocomercializado no final de novembro de 1982. Mas quando Quincy Jones dividiu todas as honras com Michael Jackson durante a cerimônia do Grammy Awards, em fevereiro de 1984, coroando o sucesso mundial de Filme de açãomúsicos e todos os profissionais da música sabem que o então cinquentão já tem uma longa carreira.
Que, iniciado no jazz, no início da década de 1950, de trompetista, maestro, arranjador e compositor, nomeadamente de várias dezenas de partituras cinematográficas e créditos para programas de televisão, bem como produtor de múltiplas sessões de gravação de estrelas do jazz, variedade, soul ou pop. Em julho de 2014, confidenciou a Francis Marmande, em O mundo : “Sinto-me abençoado ao ver a jornada maravilhosa e frutífera que minha vida tem sido. Crescer na Chicago da era da Depressão não foi muito promissor para mim. »
Nascido em Chicago (Illinois) em 14 de março de 1933, Quincy Delight Jones Jr. morou pela primeira vez, com seu filho mais novo, no bairro South Side. Seus pais trabalham em um prédio residencial para a classe média baixa afro-americana. Em 1941, sua mãe foi internada após um grave ataque de esquizofrenia – morrendo em 1999, ela reapareceu na vida de Quincy Jones, entre períodos de calma e agitação. O divórcio foi finalizado e, em 1943, o pai mudou-se com os dois filhos para Bremerton (estado de Washington), em frente a Seattle. A nova companheira do pai logo se juntou a eles, com o filho e as duas filhas. O casal terá outros três filhos.
Revelação
Na prefeitura de uma vila, Quincy Jones, então com 11 anos, descobriu um piano. Brincou um pouco na infância, ouvia e cantava as músicas gospel adoradas pela avó e pela mãe. Aí é uma revelação, e além disso, que a música, como ele escreve em sua autobiografia Quincy por Quincy Jones (2001, edição francesa em 2003, Robert Laffont), seria « (s)no destino, (s)para a vida.”
Ele começou a tocar piano como estudante autodidata, depois trompete. Uma professora percebe seu interesse e lhe dá aulas de teoria musical em troca de horas de cuidado infantil. Em 1947, a família mudou-se para Seattle. Ele participa da banda marcial do colégio. Quando a orquestra do pianista Count Basie (1904-1984) veio para Seattle, Quincy Jones convenceu trompetista Clark Terry (1920-2015) para corrigir seus erros. O início de uma longa amizade com Terry e Basie. Quincy Jones também fez parte de uma orquestra semiprofissional liderada pelo vibrafonista “Bumps” Blackwell (1918-1985). Pianista e cantor Ray Charles (1930-2004)que logo também se tornará um amigo próximo, brinca um pouco com eles.
Em 1949, desta vez foi para a orquestra de vibrafonista Lionel Hampton (1908-2002)que passa em Seattle, onde Quincy Jones irá virar. Ainda muito jovem para sair em turnê, ele foi contratado na seção eólica de Hampton dois anos depois. Entretanto, obteve uma bolsa para ser admitido na Schillinger House em Boston (Massachusetts), que se tornou a prestigiada Berklee School of Music em 1954.
De 1951 a 1953, Quincy Jones tocou na big band de Hampton e também se tornou um de seus arranjadores. Sua composição Peixe-rei será sua primeira gravação para o grupo, em outubro de 1951. Essa passagem por Hampton permitiu que Quincy Jones progredisse e se tornasse conhecido. De 1954 até o final da década de 1960, ele escreveu “centenas de arranjos”diz ele em sua autobiografia. Para anúncios, mostre músicas, artistas e estrelas pouco conhecidos. Entre elas, a cantora Dinah Washington (1924-1963) – Para aqueles apaixonadosem 1955 – e Sarah Vaughan (1924-1990), o trompetista Dizzy Gillespie (1917-1993), Ray Charles, Count Basie – um pico, Mais uma vezpublicado no início de 1959, composto por composições de Quincy Jones, incluindo Para Lena e Lennieque Claude Nougaro (1929-2004) adaptou para o francês em 1977 sob o título Meu disco de verão, Frank Sinatra (1915-1998), conheceu em 1958, com quem se encontrou diversas vezes (incluindo Pode muito bem ser swingem 1964, com Count Basie e sua orquestra).
No verão de 1955, Quincy Jones começou sua própria big band. Um primeiro álbum, É assim que me sinto em relação ao jazzfoi publicado em fevereiro de 1957 pela ABC-Paramount, seguido por Vá para o oeste, cara!continuando o estilo swing de Basie. Em abril de 1957 mudou-se para Paris, contratado pela companhia fonográfica Barclay. Durante quase dois anos, supervisionou, com a banda da casa, a maior parte das sessões de gravação. Recorreu diversas vezes à pianista, regente, compositora e professora Nadia Boulanger (1887-1979) para aprimorar sua escrita para cordas, harmonia e análise de obras clássicas.
De volta aos Estados Unidos, no início dos anos 1960, Quincy Jones foi contratado pela empresa americana Mercury Records. Seu primeiro sucesso pop, em 1963, foi a produção deÉ minha festainterpretada pela jovem cantora Lesley Gore (1946-2015) e arranjada por Claus Ogerman. À frente de sua big band, gravou notavelmente Quincy Jones toca sucessos da moda em 1963 e Menino de Ouro em 1964, ano em que foi nomeado vice-presidente da Mercury Records.
Seu contrato lhe permite trabalhar para outras empresas. Para a Verve gravou em 1962 um de seus discos mais famosos à moda da bossa que depois se estendeu ao jazz Big Band Bossa Novacom o tubo Alma Bossa Nova. Ele encontrou seu camarada Ray Charles para Gênio + Alma = Jazz (Impulso!, 1961). Em 1962, foi A garota da Grécia canta (Fontana), de Nana Mouskouri, que produziu com orquestra dirigida por Torrie Zito. Ele ganhou seu primeiro Grammy em 1964 com o arranjo deNão consigo parar de te amar, do disco Desta vez por Basie, por Count Basie e sua orquestra. Até o momento, Quincy Jones ganhou 27 prêmios Grammy, atrás do maestro Georg Solti (1912-1997) com 31 vitórias e da cantora Beyoncé com 32 vitórias.
Em 1961 Quincy Jones compôs sua primeira trilha sonora para cinema O menino na árvore, pelo sueco Arne Sucksdorff, mas é de 1964 e que por O penhorista, de Sidney Lumet, que se tornou um compositor regular para cinema e televisão. O mais interessante: os de Trinta minutos de adiamento, e 1965, o Sydney Pollack, No calor da noiteem 1967, de Norman Jewison (Ray Charles canta o tema do título No calor da noite), Folhas de ouro, em 1969, por Peter Collinson, dólares, em 1971, por Richard Brooks e, ainda em 1971, O Arquivo Anderson, por Sidney Lumet. Em 1967, o tema dos créditos da série de televisão Lado de ferro (O Homem de Ferro) se torna um de seus clássicos.
Em 1969, Quincy Jones trocou a Mercury pela companhia fonográfica A&M Records. Lá permaneceu até 1981, sendo seus discos então publicados pela própria empresa Qwest Records, fundada em 1980. É uma das estruturas de um grupo que inclui um catálogo editorial musical, uma produtora e investimentos para a indústria do entretenimento (discos, televisão, incluindo séries O Príncipe Fresco de Bel-Air, com Will Smith, cinema, imprensa…). Qwest TV, uma plataforma de videoclipes sob demanda, foi lançada em dezembro de 2017.
Na A&M Quincy Jones gravará seus discos mais talentosos em seu desejo de misturar sua cultura jazz com soul funk e pop Caminhando no Espaço em 1969, Açúcar Matari, em 1970, Smackwater Jack, em 1971 e Calor Corporal em 1974. Nesse mesmo ano, 1974, sofreu uma ruptura de aneurisma cerebral. Ele deve parar de tocar trompete, de fazer turnês com sua orquestra e do ritmo intenso de composição de arranjos e composições que tem sido seu nos últimos vinte anos.
Em 1978, supervisionou a música do filme O Feiticeiro, de Sidney Lumet, adaptação cinematográfica do próprio musical inspirado em Mágico de Oz. Entre os atores do filme está Michael Jackson, que prepara um quinto álbum solo e pede a Quincy Jones para co-produzi-lo. Fora da parede foi lançado em agosto de 1979. Funk, disco, pop e soul se entrelaçam. Sucesso de crítica e maremoto comercial com quase 15 milhões de cópias vendidas nos meses seguintes à sua publicação.
« Edisco do ano »
A dupla bate ainda mais forte com Filme de ação (novembro de 1982), que deu origem a sete singles de sucesso (A garota é minha, dueto com Paul McCartney, Billie Jean, Beat It, Suspense…) nas nove faixas do álbum. Vendas estratosféricas, quase 40 milhões de álbuns nos meses de lançamento. Um Grammy de “produtor do ano” premia Quincy Jones. Terceira e última etapa da colaboração Jackson-Jones, Ruim, em agosto de 1987 e seus nove singles (Eu simplesmente não consigo parar de amar você, ruim, do jeito que você me faz sentir, criminoso suave…) nas onze faixas do disco.
No início de 1985, enquanto trabalhava na música de A cor roxa, de Steven Spielberg, Quincy Jones é convidado pelo cantor Harry Belafonte e por Ken Kragen, manager de Lionel Richie e Kenny Rogers, para participar numa operação da associação EUA para África, com o objectivo de financiar a luta contra a fome em África, particularmente em África. Etiópia. Quincy Jones liderará as sessões de gravação da música Nós somos o mundo, escrito por Michel Jackson e Lionel Richie, do qual participam Diana Ross, Dionne Warwick, Stevie Wonder, Paul Simon, Ray Charles, Al Jarreau, Bruce Springsteen, Bob Dylan e Billy Joel. No Grammy Awards em 1986, Nós somos o mundo rendeu a Quincy Jones o prêmio de “Gravação do Ano”.
Em 1989, enquanto seu álbum anterior remonta a 1981, Quincy Jones novamente experimentou um triunfo com seu álbum De volta ao quarteirão, que gosta de apresentar como um resumo das suas abordagens, do jazz ao hip-hop. Seu maior triunfo pessoal no Grammy Awards, em 1990, com seis vitórias (de sete indicações), incluindo “álbum do ano”, “melhor performance de rap”, “melhor performance de jazz fusion” para a versão de Terra dos pássaros, de Joe Zawinul, e “produtor do ano”.
A partir da década de 1990, Quincy Jones se concentrou principalmente em seus negócios. Também coloca a sua reputação e a sua agenda ao serviço de fundações de caridade (investigação sobre SIDA, cancro, ajuda a vítimas de violência sexual, etc.) e estruturas destinadas à educação de jovens, através da sua Fundação Quincy Jones Listen Up.
No dia 8 de julho de 1991, foi ele quem regeu no Festival de Jazz de Montreux, para sua primeira participação no famoso festival suíço, a imponente orquestra que tocou a música escrita por Gil Evans para Miles Davis décadas antes. Este concerto retrospetivo será um dos últimos do trompetista, falecido no final de setembro do mesmo ano. Desde então, Montreux convida regularmente Quincy Jones. Em 2008, ele comemorou lá seu 75º aniversário e em 2013 seu 80º aniversário.
Quincy Jones em algumas datas
14 de março de 1933 Nascido em Chicago, Illinois
1951-1953 Trompetista e arranjador da big band de Lionel Hampton
1957 Álbum de estreia sous son nom «This Is How I Feel About Jazz»
1957-1959 Trabalha na França para a companhia fonográfica Barclay
1962 Sucesso do álbum «Big Band Bossa Nova»
1963 Premier Grammy Award pelo arranjo de «I Can’t Stop Loving You»
1969 Álbum «Caminhando no Espaço»
1979-1987 Co-produtor de três álbuns de Michael Jackson, incluindo “Thriller”
1989 Álbum «De volta ao bloco»
3 de novembro de 2024 Morreu em Los Angeles (Califórnia)
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
Leia mais notícia boa
A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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