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Remoção de resíduos do local do desastre de Bhopal em 1984 considerada uma ‘farsa’ | Índia

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6 meses atrásem
Hannah Ellis-Petersen in Delhi
Quarenta anos depois de um dos desastres industriais mais mortíferos do mundo ter atingido a cidade indiana de Bhopaluma operação de limpeza começou finalmente a remover centenas de toneladas de resíduos tóxicos do local.
No entanto, ativistas locais acusaram o governo indiano de lavagem verde, argumentando que as 337 toneladas de resíduos removidas esta semana representam menos de 1% dos mais de 1 milhão de toneladas de materiais perigosos deixados após o desastre e que a limpeza não fez nada para combater os produtos químicos. contaminação da área.
Houve também protestos sobre o receio de que a incineração dos resíduos apenas conduza a uma maior contaminação e exposição tóxica noutras áreas.
Por volta da meia-noite de 2 de dezembro de 1984, a fábrica de produtos químicos Union Carbide em Bhopal explodiu, liberando no ar 40 toneladas de isocianato de metila tóxico e outros gases letais.
Mais de 3.000 pessoas foram mortas logo após o ataque e estima-se que pelo menos 25.000 tenham morrido no total.
Grupos locais afirmam que o número real é provavelmente ainda maior devido aos efeitos a longo prazo do gás venenoso, que incluem elevadas taxas de cancro, doenças renais e pulmonares. Um grande número de bebês nasceram mortos ou com deficiências graves de mães afetadas por gases nos últimos anos.
Apesar da dimensão do desastre industrial, nunca foi realizada uma operação adequada para remover todos os resíduos tóxicos de Bhopal, quer pela empresa norte-americana Union Carbide, hoje propriedade da Dow Chemicals, que era na altura proprietária maioritária da fábrica, ou pelo governo indiano, que retomou o controle do terreno onde ficava a fábrica.
Grupos de defesa dos direitos humanos acusaram as empresas norte-americanas e o governo indiano de tentarem minimizar o impacto duradouro dos restos químicos intocados de Bhopal.
Pesquisas oficiais apresentadas aos tribunais mostraram que a contaminação, que inclui metais pesados altamente venenosos e poluentes orgânicos proibidos pela ONU, espalhou-se por pelo menos 42 áreas em Bhopal. Testes perto do local revelaram que os níveis de substâncias químicas cancerígenas nas águas subterrâneas eram 50 vezes superiores ao que é aceite como seguro pela Agência de Protecção Ambiental dos EUA.
Níveis letais de resíduos tóxicos também foram encontrados em fossos de fábricas e lagoas abertas onde os resíduos eram despejados pela fábrica da Union Carbide antes da explosão.
Durante anos, os activistas lutaram para que a Union Carbide e a Dow Chemicals fossem responsabilizadas pelos custos da limpeza e remoção segura dos resíduos, um processo que deverá custar mais de centenas de milhões de dólares, mas a empresa norte-americana tem sempre negou responsabilidade, citando um acordo de 1989 com o governo indiano.
No que foi inicialmente considerado um progresso, no mês passado o tribunal superior de Madhya Pradesh ordenou às autoridades que finalmente assumissem a responsabilidade pelos resíduos químicos, criticando a inércia das últimas quatro décadas e perguntando se o governo estava “à espera de outra tragédia”.
No entanto, o governo já removeu 337 toneladas de resíduos subterrâneos que já tinham sido colocados em contentores e transferidos para um armazém em 2005, o que os ativistas afirmam já não representar qualquer ameaça significativa e não estar a contribuir para a contaminação das águas subterrâneas.
Rachna Dhingra, coordenadora da Campanha Internacional pela Justiça em Bhopal, classificou a medida como uma “farsa e um golpe publicitário de lavagem verde para remover uma pequena fração dos resíduos menos prejudiciais” e questionou por que razão a Union Carbide e a Dow Chemicals não estavam a ser responsabilizadas.
Ela disse: “Ainda há 1,1 milhão de toneladas de resíduos venenosos vazando para o solo todos os dias e com os quais eles se recusam a lidar. Podemos ver por nós mesmos os defeitos congênitos e as condições crônicas de saúde. Tudo o que isto faz é aliviar a pressão sobre o governo e deixar as empresas norte-americanas fora de perigo. Não ajuda em nada as pessoas de Bhopal que durante décadas foram vistas como dispensáveis.”
Dhingra também criticou fortemente a decisão do governo de levar os resíduos removidos para serem incinerados numa fábrica a 240 quilómetros de distância, em Pithampur, que anteriormente falhou nos testes de condução segura de tais operações e expôs a população local a elevados níveis de toxinas.
A incineração, que deverá durar cerca de seis meses, criará 900 toneladas de resíduos tóxicos, que serão posteriormente enterrados em aterros. A medida provocou grandes protestos por parte das pessoas em Pithampur, que temem uma maior exposição tóxica e fugas de resíduos para as águas subterrâneas.
Swatantra Kumar Singh, diretor do departamento de reabilitação e alívio da tragédia de gás de Bhopal do governo estadual, negou que houvesse qualquer risco de contaminação para o ecossistema local e disse que os resíduos seriam descartados de maneira ambientalmente segura.
Muitas populações locais e grupos de direitos humanos consideram o desastre de Bhopal um erro judiciário contínuo. O acordo de 1989 fez com que a maioria das vítimas recebesse 25 mil rúpias (cerca de US$ 500 na época), enquanto a maioria daqueles que desenvolveram doenças relacionadas ou morreram anos depois não receberam absolutamente nada.
Nenhum dos nove funcionários indianos que estavam condenado em 2010 sobre o seu papel no desastre cumpriram qualquer pena de prisão e a Dow Chemicals sustentou nos tribunais que não é criminalmente responsável pelas ações da subsidiária indiana da Union Carbide antes de esta ter comprado a empresa-mãe.
Os activistas acusaram o governo dos EUA de bloquear tentativas de extraditar funcionários da Union Carbide e da Dow Chemicals para enfrentarem a justiça na Índia devido aos fracassos que levaram à explosão.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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