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Rios seguem apresentando vazante no Acre, mas ainda há quase 30 mil famílias fora de casa

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Os rios que atingiram pelo menos 10 cidades do Acre continuam apresentando vazante, mas ainda não há segurança para que as famílias retornem para casa. De acordo com boletim divulgado neste sábado (27) pela Defesa Civil, há ainda 26,1 mil famílias desalojadas e 4,1 mil desabrigadas no estado.
Na capital acreana, Rio Branco, o Rio Acre chegou à cota de 13,84 metros, na manhã deste sábado e está a 16 centímetros abaixo da cota de transbordo.
Além da capital, rios de pelo menos mais cinco cidades acreanas continuam em vazante e outras quatro não apresentam leitura da medição dos rios na manhã deste sábado.
Os dados são divulgados pelo Corpo de Bombeiros diariamente com base em informações das Secretarias Municipais de Ação Social/Centro de Referência de Assistência Social e Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Comdec).
O Corpo de Bombeiros estima que ainda há mais de 120 mil pessoas atingidas pelas enchentes. A Defesa Civil considera atingidas pela cheia casas onde a água chegou, desabrigando ou não os moradores.
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Rio Acre, em Rio Branco está com 13,86 metros neste sábado — Foto: Tálita Sabrina/Rede Amazônica Acre
Alerta
Apesar de muitas pessoas começarem a voltar para casa por conta própria, a Defesa Civil Estadual e do município de Rio Branco, não aconselham esse retorno. As previsões é que até o final do mês de março as chuvas continuem atingindo o estado e os rios podem voltar a transbordar.
“Não tem indicação da Defesa Civil de retorno porque não é seguro. Agora, muitas famílias que estão desalojadas, que não estão dentro dos abrigos, estão voltando por conta própria, a gente conversa e diz que não é o momento de retorno e eles tomam a decisão”, disse o coordenador da Defesa Civil em Rio Branco, major Cláudio Falcão.
Falcão disse ainda que dos abrigos da cidade que recebem cerca de 700 pessoas, uma família apenas retornou, após muitas insistência. O coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Eudemir Bezerra também reforça o apelo para que as pessoas continuem nos abrigos.
“Não há autorização para retorno porque estamos em pleno período invernoso e o nível dos rios pode voltar a subir novamente. Temos ainda todo mês de março e começo de abril. Temos os recursos que já estão nas nossas contas e vamos adquirir os donativos para estas pessoas e kits de limpeza, infantis e idosos. É o momento de muita cautela da Defesa Civil, e as pessoas não tem noção do risco que correm”, disse.
Energia restabelecida
Até este sábado, a Energisa informou que 7.124 clientes já tiveram o serviço restabelecido no Acre. O desligamento da rede elétrica é uma medida de segurança para a população e necessária para evitar acidentes elétricos, inclusive, com risco de morte.
Ainda conforme a Energisa, o município de Sena Madureira ainda está com 23 pessoas com o fornecimento de energia elétrica interrompido. Já em Cruzeiro do Sul são 1,3 mil. Em todo o estado, 4.210 continuam com o fornecimento supenso por precaução.
Veja as situações nas cidades do Acre:
Cruzeiro do Sul
Com maior número de pessoas atingidas com a cheia no Acre, Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do estado continua com cerca de 33 mil pessoas atingidas pelas águas do Rio Juruá e seus afluentes. O município decretou situação de emergência no último dia 15; o decreto é válido por 60 dias.
Os dados da Defesa Civil deste sábado, apontam os dados não mais por famílias, mas por pessoas desabrigadas que ainda é de 876, e mais de 15 mil pessoas desalojadas e tiveram que deixar suas casas temporariamente. O Rio Juruá está com 13,35 metros neste sábado (27).
Tarauacá
O Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, está abaixo da cota de alerta, que é de 8, 50 metros e marcou 8,05 metros neste sábado. A cidade teve uma das situações mais críticas do estado.
Com uma população estimada em 43.151 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Tarauacá tem 28 mil moradores afetados com a enchente do rio. De acordo com a Defesa Civil, dos nove bairros que há na cidade, apenas um não foi atingido pelas águas. Cerca de 90% do município foi afetado pela enchente.
A cidade decretou calamidade pública no dia 18. O Corpo de Bombeiros informou que 831pessoas continuam desabrigadas e outras 947 desalojadas.
Feijó
O Rio Envira, em Feijó, chegou à cota de 12, 85 metros neste sábado, e está a 85 centímetros acima da cota de transbordo, que é de 12 metros. A estimativa é que 4,2 mil pessoas estejam afetadas pela cheia, sendo 420 desabrigadas e 610 desalojas.
Sena Madureira
O nível do Rio Iaco em Sena Madureira, no interior do Acre, continua baixando, mas o manancial segue acima da cota de transbordo, que é de 15,20 metros. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, o rio marcou 16, 48 metros neste sábado.
A cheia do rio atinge mais de 27,6 mil pessoas do município. Essa é a maior cheia desde 1997, quando rio marcou 19,40 metros. Ainda conforme os dados, 5,7 mil pessoas estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casas de parentes e outras 1.558 estão desabrigadas.
Santa Rosa do Purus
Em Santa Rosa do Purus o Rio Purus continua baixando, com isso, o manancial também saiu da cota de alerta, que é de 8 metros. Segundo os dados, a enchente atinge cerca de mais de 1,5 mil pessoas. Ao todo, 267 pessoas estão desabrigadas e 76 desalojas. O rio atingiu a cota de 5,65 metros neste sábado,
Jordão
No município de Jordão não foi divulgada a medição do Rio Tarauacá, mas segundo o Corpo de Bombeiros, o manancial continua com visual bem abaixo da cota de alerta. Ainda de acordo com os dados, mais de 3 mil pessoas estão atingidas pela cheia na cidade, 11 pessoas estão desabrigadas e outras 12 desalojadas.
Porto Walter
O Rio Juruá em Porto Walter também não teve leitura divulgada neste sábado. De acordo com os dados, cerca de 4 mil pessoas estão atingidas e 42 pessoas seguem desalojadas, os dados não informam número de pessoas desabirgadas. A prefeitura declarou calamidade pública em um decreto publicado no dia 17 no Diário Oficial do Estado.
Mâncio Lima
Em Mâncio Lima, as águas do Rio Juruá ainda atingem cerca de 3 mil pessoas, segundo informativo do Corpo de Bombeiros. Neste sábado nenhuma pessoa estava desabrigada, mas 1,9 mil pessoas ainda estavam desalojadas. O rio também não teve leitura do nível..
Rodrigues Alves
Em Rodrigues Alves não houve leitura do nível dos rios Juruá e Paraná dos Moura neste sábado. A cidade foi atingida pela cheia do Rio Paraná dos Mouras, que transbordou no dia 12 deste mês e atingiu pelo menos 56 famílias, em nove comunidades e também pelas águas do Rio Juruá.
Segundo informativo do Corpo de Bombeiros, cerca de 3,5 mil pessoas estão atingidas pela cheia na cidade, 68 pessoas estão desabrigadas e outras 430 estão em casas de parentes.
Calamidade pública
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu no dia 22 de fevereiro, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.
Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentam dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).
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Simpósio na Ufac debate defesa nacional, fronteiras e migrações — Universidade Federal do Acre

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16 horas atrásem
24 de junho de 2025
O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac e o programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, realizaram a abertura oficial do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações. O evento começou nesta terça-feira, 24, e termina nesta sexta-feira, 25, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede.
Para a reitora Guida Aquino, o simpósio é estratégico para fortalecer a rede acadêmica voltada à segurança das fronteiras. Ela ressaltou ainda a importância da criação da Rede de Universidades de Fronteiras (Unifronteiras) e a necessidade de políticas específicas, como o adicional de fronteira, para a fixação de pesquisadores. “Essa é uma das pautas que estamos abraçando fortemente. Precisamos desburocratizar relações para garantir maior interação dos nossos pesquisadores com os países vizinhos, especialmente Bolívia e Peru.”
A coordenadora do MGeo, Maria de Jesus Morais, enfatizou a relevância acadêmica e científica do evento. “Estamos inseridos em um projeto que envolve toda a faixa de fronteira brasileira, do Amapá ao Rio Grande do Sul. Para nós, do Acre, essa discussão é essencial, considerando nossa localização estratégica como corredor de imigração internacional.” Ela informou que mais de 300 pessoas estão inscritas, entre participação presencial e transmissão online, com debates que abrangem desde mudanças climáticas até segurança e migrações.
O secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Washington Triani, reforçou a necessidade da integração entre instituições e governos locais para enfrentar desafios nas fronteiras. “Não se resolve questões de fronteira apenas com um ou dois entes. Precisamos ouvir as pessoas diretamente envolvidas nas regiões de fronteira e trabalhar integradamente. A educação leva conhecimento e prosperidade e é fundamental nesse processo.”
Também participaram da solenidade a vice-governadora do Acre, Mailza Assis; o procurador-geral de Justiça do Acre, Danilo Lovisaro; o delegado regional da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Lauro da Veiga Santos; além dos professores Gustavo da Frota Simões e Tássio Franchi, do PPGCM.
Projeto de pesquisa
O evento ocorre no âmbito do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”, cujo coordenador-geral é o professor Gustavo da Frota Simões, do PPGCM.
O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.
O objetivo principal do projeto é analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.
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Ufac e Sesacre lançam curso EaD sobre cuidado à pessoa com TEA — Universidade Federal do Acre

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7 dias atrásem
18 de junho de 2025
A Ufac e o Núcleo de Telessaúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) realizaram o lançamento do curso de educação a distância (EaD) Cuidado Integral à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Atenção Primária à Saúde, que é gratuito, online e autoinstrucional, com carga horária de 60 horas. O evento ocorreu nessa terça-feira, 18, no anfiteatro Garibaldi Brasil.
A programação contou com apresentação cultural, palestra e mesa-redonda com o tema “O Que o Mundo Não Vê”, reunindo profissionais da saúde, estudantes, educadores e familiares. O objetivo foi ampliar o debate sobre o acolhimento e o cuidado humanizado a pessoas com TEA.
“A proposta é capacitar, de forma acessível, com uma linguagem simples, quem está na ponta do atendimento. Quando conseguimos reconhecer os sinais do TEA cedo, garantimos um caminho mais ágil para o diagnóstico e as intervenções terapêuticas”, destacou a coordenadora do Núcleo de EaD do Telessaúde do Acre, Patrícia Satrapa.
(Kenno Vinícius, estagiário Ascom/Ufac)
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Vigilância Sanitária de Rio Branco realiza inspeção no RU da Ufac — Universidade Federal do Acre

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1 semana atrásem
16 de junho de 2025
O Departamento de Vigilância Sanitária do município de Rio Branco realizou, no sábado, 14, inspeção no Restaurante Universitário (RU) da Ufac, campus-sede. Durante a vistoria, a equipe técnica verificou que o ambiente segue as boas práticas de manipulação de alimentos e os procedimentos adequados de higiene e proteção dos manipuladores.
Segundo o relatório da inspeção, assinado pelo fiscal da Vigilância Sanitária, Félix Araújo da Silva, e pelo responsável técnico do restaurante, Rafael Lima de Oliveira, “não foram observadas no momento da visita inconformidades quaisquer”.
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