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Ruanda planeja imposto eclesiástico para impedir pastores ‘desonestos’ – DW – 15/11/2024

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Todos os domingos em Kigali, capital da Ruandaelegantemente vestido Cristãos se reúnem em suas respectivas igrejas para assistir aos cultos. Cantar, orar, ouvir sermões e dar ofertas (principalmente em dinheiro) são parte integrante destas sessões de adoração.

Qualquer valor arrecadado com as ofertas normalmente é usado para pagar as contas de administração da igreja e os salários daqueles que servem. Até agora, as igrejas no Ruanda estavam isentas do pagamento de impostos.

ADEPR significa Igreja Pentecostal de Ruanda.

Contudo, se um plano do governo do Ruanda for aprovado, as igrejas poderão ser obrigadas a pagar impostos sobre as ofertas. O Conselho de Governação do Ruanda (RBG), a agência do país encarregada de regular as organizações religiosas, terá concluído a elaboração de um projecto de lei que poderá em breve ser apresentado no parlamento.

De acordo com o censo de 2022 de Ruanda, mais de 90% da população do país se identifica como cristã. Contudo, a proliferação de igrejas pentecostais, que muitos críticos acusam de visar os pobres ao pregar o “evangelho da prosperidade”, levou à repressão de Kagame.

Regular em vez de tributar as igrejas

“O problema que temos é que religião tem tantos problemas“Mas acho que o ofertório e o dízimo (doação de 10% dos rendimentos) nas igrejas não deveriam ser tributados”, disse Marie Louise Uwimana, advogada e ativista, à DW. em fazer a obra do Senhor, como pagar aos obreiros da igreja e dar subsídios aos pastores.

“Em vez de tributar as igrejas, o governo deveria estabelecer regulamentos e leis que possam racionalizar este sector para evitar que alguns líderes religiosos extorquem fiéis desavisados ​​e inocentes”, acrescentou ela.

A RBG fechou quase 8.000 igrejas e mesquitas na sequência de um processo de avaliação. A RBG disse que muitas igrejas não cumpriram os padrões de infraestrutura, como protocolos de segurança, enquanto algumas supostamente operavam ilegalmente.

Três diáconos vestindo túnicas brancas caminham por um caminho pavimentado com vista para um assentamento humano
Muitos ruandeses se perguntam como um plano tributário da igreja será implementadoImagem: Marco Longari/AFP/Getty Images

As igrejas estão lucrando com os seguidores?

“Eles vão começar a tributar as religiões que não têm fins lucrativos, mas estão a tributá-las porque pensam que estão a lucrar com as pessoas”, disse Ivan Mugisha, jornalista e comentador político do Ruanda, à DW. “Então o governo está agora tentando tributar as pessoas que lucram com outras pessoas? Isso não faz sentido.”

Para Mugisha, a repressão às igrejas é outra medida autoritária do Presidente Kagame. Ele disse que muitos líderes religiosos estão descontentes com a medida do governo. “Alguns deles que expressaram sua opinião foram instruídos a calar a boca. Então, isso está acontecendo quando todos calam a boca, porque você sabe que uma vez que você diz algo, sua igreja estará em apuros”.

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A motivação do presidente Kagame

O presidente Paul Kagame há muito procura regulamentar a igreja, acusando alguns pastores desonestos de “enriquecerem-se arrancando o último centavo dos pobres ruandeses”.

Então, será justificada a decisão do governo ruandês de responsabilizar as igrejas ou será um exagero?

“De certa forma, o governo ultrapassou uma fronteira no que diz respeito à liberdade de culto e de expressão”, disse Mugisha. “Há sempre uma razão para tudo, por exemplo, (o governo) diz que a Igreja está a controlar e a confundir as pessoas”, disse Mugisha.

O governo ruandês também quer que os líderes religiosos obtenham pelo menos um diploma de bacharel antes de serem autorizados a subir ao púlpito.

A Conferência Episcopal dos Fiéis Católicos no Ruanda não respondeu a um pedido de comentários no momento da publicação.

Presidente ruandês, Paul Kagame
O presidente Paul Kagame está reprimindo as igrejas que, segundo ele, extorquim cidadãos pobresImagem: Lim Yaohui/Newscom/Singapore Press Holdings/IMAGO

O plano tributário da igreja funcionará?

“A ideia de taxar as igrejas não funcionará”, disse Charles Kamanzi, um estudante universitário, à DW. “O governo pretende coibir a extorsão por parte destes líderes religiosos e de igrejas específicas que estão a receber muito dinheiro destas pessoas. A ideia pode ser boa, mas como será implementada?”, questionou Kamanzi.

Ele argumentou que outras igrejas, como a católica, a protestante e outras religiões tradicionais, têm escolas, hospitais e outros projetos de interesse público que administram.

“Eles também serão tributados? Acho que não. Isso traz algumas desigualdades na tributação, então quem será tributado? É muito difícil de entender”, disse o jovem de 24 anos, acrescentando que toda a ideia mostra o fracasso do governo em regulamentar essas igrejas.

“Quando as pessoas se juntam a grupos religiosos, não se trata apenas de manipulação, mas por causa da sua fé”, disse Mugisha, sublinhando que atacar a fé das pessoas “significa restringir uma liberdade muito especial que elas têm”.

Josey Mahachi e Alex Ngarambe em Kigali contribuíram para este artigo

Este artigo foi adaptado de um episódio do AfricaLink da DW, um podcast diário repleto de notícias, política, cultura e muito mais.



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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.

A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.

“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.

Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.” 

O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.

A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.

 



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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.

A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.

A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 



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