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Ruptura: Obra-prima sci-fi abre horizontes na 2ª temporada – 16/01/2025 – Luciana Coelho

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Suspendam o funeral da “era de ouro da TV”, ao menos por ora. “Ruptura” volta ao ar nesta sexta-feira (17) com o mesmo poder hipnótico demonstrado em sua primeira temporada, há quase três anos, para instalar uma torre corporativa no seu cérebro.

Sim, o hiato tão longo atrapalha. É fácil lembrar a trama desta série da Apple TV+ (funcionários da empresa Lumon usam um chip que separa sua personalidade extra-escritório, chamada de “outie”, daquela conhecida como “innie”, que trabalha em tarefas repetitivas de propósito ignorado; com o tempo, um grupo se rebela contra sua condição alienante). É improvável, contudo, reter detalhes vistos em 2022.

Então, considere rever ao menos parte da temporada anterior antes de embarcar nas novas desventuras de Mark S. (Adam Scott), Helly R. (Britt Lower), Dylan G. (Zach Cherry) e Irving B. (John Turturro), agora sob a tutela do sr. Milchick (Tramell Tillman), pois a temível Harmony Cobel (Patricia Arquette) foi demitida após seus subordinados se insurgirem e tentarem expor podres da empresa.

Com Milchick promovido, ele agora tem uma subgerente, a srta. Huang (Sarah Bock), uma menina de não mais de 12 anos imbuída de todo o espírito da criança-coach. Em seu visual retrofuturista que impossibilita localizar o enredo em uma época muito específica, “Ruptura” é um petardo de ironia sobre nossos tempos atuais.

A Lumon captura o motim do departamento de “refinamento de microdados” que concluiu a primeira temporada e o usa para fazer propaganda, dizendo-se uma empresa justa, que ouve seus funcionários e corrige seus erros. Ou, em corporativês, a revolta interna vira um baita “storytelling” para o “rebranding” da empresa.

Essa mudança de eixo se reflete também nas ambições do roteiro, e os intermináveis corredores brancos e assépticos da firma já não comportam toda a história criada pelo showrunner Dan Erickson e coimaginada pelo diretor e produtor Ben Stiller. Há mais ação lá fora.

Se no primeiro ano o protagonista Mark era o único cujo “outie” tinha direito a prólogo, o de que o chip era um escape para sua viuvez precoce, agora seus colegas merecem mais do que um vislumbre no mundo exterior.

Com isso, se avolumam os conflitos entre as duas personalidades de cada um, especialmente no caso de Helly, alvo de uma revelação no último episódio de 2022. Difícil é saber qual é o ego e qual é o superego.

Dizer mais do que isso sobre o enredo poderia estragar surpresas, o que esta coluna não faz. É seguro, no entanto, afirmar que roteiro, direção, produção e atuação nesta segunda temporada continuam muito acima da linha de montagem do streaming atual.

Na tentativa de aproveitar o hype, a Apple investiu pesadamente em promoção, tendo liberado acesso e montado um cubículo de vidro na principal estação de trem de Nova York e posto os atores para “trabalhar” ali, caracterizados como seus personagens. Trouxe o elenco principal à CCXP em São Paulo e criou sites para a empresa fictícia, além de material paralelo.

Se não estivesse em uma plataforma com tão poucos assinantes, “Ruptura” criaria o tipo de fenômeno gerado por “Lost” há 20 anos, em que debates e teorias sobre cada episódio eram passatempo tão sério quanto a série em si (só esperamos que o desfecho, neste caso, seja mais satisfatório). Ainda que isso aconteça entre os fãs, é em escala diminuta se comparada à da TV a cabo nos anos 2000.

Em entrevista ao New York Times, Ben Stiller deixa claro que a obra é fechada (o final já está escrito) e que ainda há uma ou mais temporadas por vir. Que até lá mais gente possa apreciar essa obra-prima.

O primeiro episódio da segunda temporada de “Ruptura” estreia nesta sexta-feira (17) na Apple TV+, e os nove seguintes chegarão ao ar semanalmente às sextas.


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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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