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São Paulo é maior produtor de cogumelos do país – 17/03/2025 – Mercado

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São Paulo é maior produtor de cogumelos do país - 17/03/2025 - Mercado

Flávia G. Pinho

Ninguém sabe ao certo quanto se produz de cogumelos no estado de São Paulo. Segundo o último levantamento, de 2016, 530 fungicultores paulistas, espalhados por cerca de 90 municípios, colhiam 16 toneladas anuais de shimejis, shiitakes e outras variedades menos conhecidas. Só que, desde então, a contagem não foi refeita.

“Tenho convicção de que já são mais de 2.000 produtores em São Paulo”, arrisca Daniel Gomes, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC) e pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Uma coisa é certa: nenhum estado brasileiro cultiva tantos cogumelos quanto São Paulo, responsável por 80% da produção nacional. Os paulistas também são os únicos a ter a cadeia produtiva regulamentada. Assinado em junho de 2024, o texto classifica diferentes tipos de produtos e abre portas para que os fungicultores tenham acesso, pela primeira vez, a políticas de fomento.

Trata-se de um setor relativamente jovem. Os pioneiros começaram a cultivar cogumelos entre os anos 1950 e 1960 para atender à demanda dos imigrantes orientais. Na década de 1990, a abertura às importações inundou o mercado nacional de cogumelos-de-paris em conserva fabricados na China, o famoso champignon, que foi parar nas pizzas e estrogonofes país afora.

Por 18 anos, os fungicultores nacionais conseguiram combater a forte concorrência chinesa escorados em uma lei antidumping, que caiu em 2008. Por pouco, o setor inteiro não ruiu.

“Naquela época, o custo para produzir cogumelos-de-paris era R$ 8 o quilo, mas os champignons chineses chegavam ao porto de Santos custando R$ 2,70”, lembra o pesquisador.

A solução proposta por ele foi apostar na comercialização de cogumelos frescos, cujo consumo era insipiente no país. Gomes enfrentou resistência, foi até xingado de burro, mas sua ideia vingou.

Dezessete anos depois, ainda não é possível cravar que o brasileiro se habituou a comer cogumelos. O consumo continua limitado às grandes capitais, às camadas da população com maior poder aquisitivo e ao mercado de ascendência asiática. Isso explica por que São Paulo se tornou um terreno fértil para a cultura, que deslanchou na última década, tendo Mogi das Cruzes como um dos principais polos produtores.

Apesar da proliferação de fungicultores, a maioria decidiu trilhar o mesmo caminho –por ser o mais fácil e barato de cultivar, o shimeji responde por metade da produção. Trata-se de um fungo que cresce mesmo em altas temperaturas, dispensa a necessidade de estufas refrigeradas e, para o produtor, representa baixo investimento inicial e baixo custo de manutenção.

Todos os demais –shiitake, paris, portobelo, eryngui e enoki, para citar os mais comuns no país– devem ser cultivados em ambientes com temperatura entre 12ºC e 15ºC, dependendo da espécie, e sistema de nebulização que mantém a umidade lá no alto.

O perfil dos fungicultores paulistas varia bastante. Vai dos microprodutores de shimeji a gigantes como a Cogumelos Urakami, fundada em 1988, que ostenta o título de maior da América Latina.

Segunda geração à frente do negócio, Eduardo Urakami não divulga o volume de produção, mas revela o tamanho da empresa –os cinco galpões climatizados, em Mogi das Cruzes, totalizam 15 mil m². A produção é verticalizada: até os compostos de cultivo já inoculados, que os pequenos fungicultores costumam comprar de terceiros, são fabricados dentro de casa.

O shimeji preto, mais valorizado do que o branco e o cinza, ocupa mais da metade dos galpões. Entre as nove variedades do portfólio, há raridades como o eryngui e o enoki, especialmente apreciados pelos chefs de restaurantes asiáticos, cujas bandejinhas com 200 gramas chegam a custar R$ 20 em supermercados paulistanos de alto padrão.

“O mercado expandiu muito, mas ainda é de nicho. O esforço para atingir outras camadas da população é um trabalho de formiguinha. Além de ser um produto caro, muita gente não sabe como preparar”, Urakami admite.

Manter uma cadeia de frio eficiente é exigência fundamental para quem produz e distribui cogumelos frescos –o prazo de validade curto, de nove a dez dias, exige que os fungos sejam transportados a 5ºC. Não por acaso, fungicultores de pequeno porte acabam priorizando o comércio regional.

Suzana Araújo cultiva shiitake e shimeji em Cunha (SP). Em 300 m² de estufas, com a ajuda de quatro funcionários, ela produz 3 toneladas mensais, vendidas a mercados, empórios e restaurantes do Vale do Paraíba e de Paraty (RJ). Quem prefere comprar direto da produtora pode visitar as estufas, degustar os fungos e até almoçar, experiência exclusiva para grupos, com reserva obrigatória.

Além de presidente da Câmara Setorial da Fungicultura do Estado de São Paulo, Araújo dá aula de fungicultura no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O acesso a informação de qualidade, segundo ela, é um gargalo no setor. “A internet está cheia de curiosos que viraram especialistas da noite para o dia”, alfineta.

O calendário do Senar comprova o interesse crescente pela cultura. Entre 2021 e 2024, a entidade promoveu 252 cursos gratuitos de cultivo de shiitake e 302 de shimeji, todos com carga horária de 24 horas, que atraíram 5.032 alunos. Para 2025, quase 100 cursos já estão na programação.

Segundo Daniel Gomes, a promessa de alta rentabilidade tem atraído muita gente para o setor. “Um salão de 100 m² pode gerar renda bruta de R$ 40 mil a R$ 50 mil”, afirma. E a alta demanda, maior do que a oferta, tem ajudado bastante, como diz Suzana Araújo. “Se eu produzisse mais, certamente venderia.”



Leia Mais: Folha

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Após racismo em shopping, estudantes fazem manifestação com dança em SP; vídeo

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Esse cãozinho bastante ferido pediu socorro em uma delegacia no Recife (PE), com um chicote de moto no pescoço dele. Foi atendido na hora. Foto: PRF

Estudantes do Colégio Equipe, em São Paulo, fizeram uma manifestação contra um caso de racismo no Shopping Pátio Higienópolis. Com danças, músicas e jograis, eles pediram justiça contra o preconceito sofrido por dois adolescentes pretos. Racistas não passarão!

Isaque e Giovana, alunos da escola, foram abordados por um segurança enquanto esperavam na fila da praça de alimentação. Eles estavam acompanhados de uma colega branca, que foi abordada pela segurança e questionada se os amigos a “incomodavam”.

Nesta terça-feira (23), estudantes, professores, familiares e movimentos sociais tomaram as ruas da região próxima ao shopping. Ao som de Ilê Aiyê, música de Paulo Camafeu, as crianças deram um show e mostraram que o preconceito não tem vez!

Ato de resistência

A resposta ao caso de racismo veio uma semana depois. Com o apoio de diversos movimentos, os estudantes organizaram a manifestação potente e simbólica.

Eles caminharam pelas ruas e avenidas da região até o Shopping. Lá, leram um manifesto emocionado, que foi repetido em jogral.

Dentro e fora do estabelecimento, o recado foi bem claro: basta de racismo! “Abaixo o racismo! Justiça para Isaque e Giovana”, disse o Colégio Equipe em uma postagem nas redes.

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Histórico de discriminação

Não foi a primeira vez que estudantes pretos do Colégio Equipe enfrentaram preconceito no Pátio Higienópolis.

Em 2022, outro aluno foi seguido por um segurança dentro de uma loja.

A escola afirmou que tentou dialogar com o shopping na época, mas sem sucesso.

Desta vez, a resposta foi outra: “Ao final, convidamos a direção do shopping para uma reunião no Colégio Equipe. A advogada que recebeu os representantes se comprometeu a encaminhar e responder ao convite.”

Internet apoia

Postado na internet, o vídeo do protesto teve milhares de visualizações e recebeu apoio dos internautas.

“Parabéns escola! Parabéns alunos! Me emocionei aqui! Fiquei até com vontade de mudar meu filho de escola”, disse a ativista Luisa Mell.

Outro exaltou o exemplo de cidadania dos pequenos.

“Cidadania na prática! Que orgulho de toda a equipe e pais. Que orgulho desses alunos que foram solidários. Incrível!”.

O racismo tem que acabar!

Veja como foi a manifestação dos estudantes:

O recado foi certeiro: não passarão!

Uma verdadeira festa da democracia:



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Cai preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil; Top 10

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O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

Notícia boa para o consumidor. Enquanto tudo sobe, cai o preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil. É o que revela um novo estudo divulgado esta semana.

Conduzida pela Agger, plataforma especializada no setor de seguros, a pesquisa mostrou que o custo médio para proteger os dez veículos com maior volume de vendas no país teve redução de 5,4%. Os dados foram analisados entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.

Dentre os modelos avaliados, o Renault Kwid se destacou ao apresentar a maior diminuição no valor, com queda de 12,5%. A queda nos preços reflete uma série de fatores, desde o perfil dos condutores até as estratégias adotadas pelas seguradoras para se manterem competitivas.

Carros com maiores descontos

Entre os modelos analisados, vários apresentaram queda no valor das apólices. Veja os destaques:

  • Renault Kwid: queda de 12,5%
  • Volkswagen T-Cross: queda de 11,22%
  • Honda HR-V: queda de 8,29%
  • Fiat Argo: queda de 7,73%
  • Fiat Mobi: queda de 6,06%
  • Hyundai Creta: queda de 5,88%
  • Volkswagen Polo: queda de 1,27%
  • Chevrolet Onix: queda de 0,43%

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Impacto para motoristas

Para quem está pensando em contratar ou renovar o seguro, a notícia é animadora.

Com os valores mais baixos, fica mais fácil encontrar um plano acessível e que tenha boa cobertura.

Segundo Gabriel Ronacher, CEO da Agger, “é essencial que os motoristas busquem a orientação de corretores especializados para garantir a melhor cobertura e custo-benefício”, disse em entrevista à Tupi FM.

Impacto nos preços

De acordo com o estudo publicado pela Agger, quatro fatores explicam o motivo dos preços de um seguro.

O histórico do motorista é o principal. Quem não se envolve em acidentes tende a pagar menos.

A idade e o valor do carro também interferem. Veículos mais caros ou com peças difíceis de achar têm seguros mais altos.

Proprietários que moram em regiões com mais roubos ou colisões também tendem a pagar mais.

Por último, o perfil do consumidor, como idade, gênero e até mesmo hábitos de direção.

O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. - Foto: Divulgação O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. – Foto: Divulgação



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Estudantes de Medicina terão de fazer nova prova tipo “Exame da OAB”; entenda

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O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

A partir de agora, é como com os bacharéis de Direito: se formou, será submetido a uma avaliação específica para verificar os  conhecimentos. Os estudantes de medicina terão de obrigatoriamente fazer uma prova, no último ano do curso, tipo exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O exame já será aplicado, em outubro de 2025, e mais de 42 mil alunos devem ser avaliados. Será um exame nacional e anual. Porém, diferentemente do que ocorre no Direito, o resultado não será uma exigência para o exercício da profissão. O Ministério da Educação (MEC) lançou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) para avaliar a formação dos profissionais no país.

Para os ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), o exame vai elevar a qualidade da formação dos médicos no Brasil, assim como reforçar a humanização no tratamento dos pacientes.

Como vai funcionar

A nota poderá servir como meio de ingresso em programas de residência médica de acesso direto. A prova será anual. O exame vai verificar se os estudantes adquiriram as competências e habilidades exigidas para o exercício prático e efetivo da profissão.

Também há a expectativa de que, a partir dos resultados, seja possível aperfeiçoar os cursos já existentes, elevando a qualidade oferecida no país. Outra meta é unificar a avaliação para o ingresso na residência médica.

Há, ainda, a previsão de preparar os futuros médicos para o atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). Os médicos já formados, que tiverem interesse, poderão participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto.

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O que os resultados vão mudar

Os resultados poderão ser utilizados para acesso a programas de residência médica. Caberá ao estudante decidir se quer que a nota seja aplicada para a escolha do local onde fará residência.

A estimativa é de que 42 mil estudantes, no último ano do curso de Medicina, façam o exame. No total são 300 cursos no país, com aplicação das provas em 200 municípios.

O exame será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Segundo as autoridades, a ideia é unificar as matrizes de referência e os instrumentos de avaliação no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos e a prova objetiva de acesso direto do Exame Nacional de Residência (Enare).

Como fazer as inscrições

Os interessados deverão se inscrever a partir de julho. O exame é obrigatório para todos os estudantes concluintes de cursos de graduação em Medicina.

A aplicação da prova está prevista para outubro e a divulgação dos resultados individuais para dezembro.

Para utilizar os resultados do Enamed para o Exame Nacional de Residência, é necessário se inscrever no Enare e pagar uma taxa de inscrição (exceto casos de isenção previstos em edital).

Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes e que não pretendem utilizar os resultados da prova para ingressar na residência, pelo Enare, estarão isentos de taxa, segundo o MEC.

O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil



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