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Science discute saber científico ocidental e indígena – 13/12/2024 – Ciência

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Jorge Abreu
A Science publicou, nesta quinta-feira (12), o que é tido como o primeiro artigo publicado por pesquisadores indígenas brasileiros na revista, uma das mais relevantes na área científica. Já houve, porém, estudos em que indígenas informaram ou auxiliaram pesquisadores.
O texto discute e defende uma maior integração entre o conhecimento científico ocidental e o indígena, especialmente em temas ligados à preservação da amazônia e de sua biodiversidade.
Intitulado “Indigenizando as Ciências da Conservação para uma Amazônia Sustentável”, o artigo é fruto da colaboração de cientistas indígenas do Amazonas e não-indígenas, vinculados à Universidade de Princeton (Estados Unidos) e à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
“A ciência ocidental tem um histórico de apropriação e supressão do conhecimento indígena, mas, nas últimas décadas, testemunhamos um aumento repentino na reavaliação das relações entre comunidades científicas indígenas e ocidentais em todo o mundo. As bases teóricas e os métodos indígenas estão sendo colocados em diálogo com teorias e práticas ecológicas científicas há, pelo menos, quatro décadas, e tem ganhado tração”, diz trecho do artigo.
Segundo os autores do artigo, os saberes indígenas precisam ser reconhecidos em seus próprios termos culturais e não, necessariamente, devem ser validados pelas ciências da conservação para que sejam considerados legítimos.
Os pesquisadores das etnias tuyuka, tukano, bará, baniwa e sataré-mawé afirmam, em seu artigo, que buscam a inclusão de representantes indígenas nos debates científicos internacionais sobre mudanças climáticas e a relação da humanidade com a amazônia. Por outro lado, querem “afastar a perspectiva colonialista” dos temas.
Justino Rezende, antropólogo indígena da etnia tuyuka e um dos autores da publicação, relata que a colaboração entre os pesquisadores discute a integração dos conhecimentos indígenas com a ciência ocidental, destacando a importância de compreender as visões indígenas sobre o mundo e suas relações com seres humanos e não humanos.
Para Rezende, os saberes indígenas precisam serem levados em consideração pela ciência, apesar de frequentemente serem vistos como espiritualidade ou religião. Ele afirma que a participação indígena na academia busca tornar seus conhecimentos compreensíveis para o mundo não indígena, reconhecendo a ciência ancestral desenvolvida por seus antepassados.
“O discurso acadêmico é muito teórico. Então eu tentei levar uma discussão mais profunda, recuperar os sentidos das nossas tradições mais antigas, dos rituais, a compreensão cósmica com outros seres, como que eles relacionam conosco. Nós devemos estar também conectados com esses: árvores, pedras, praias. No Amazonas temos as cachoeiras, as plantações, a biodiversidade”, disse.
Ciência ancestral
Em maio deste ano, mais de 190 países aprovaram um tratado histórico sobre patentes para atuar contra a biopirataria, a exploração de recursos genéticos e conhecimentos tradicionais dos povos indígenas. O acordo era negociado havia mais de 20 anos.
O tratado obrigará os demandantes de patentes a divulgar a origem de seus recursos genéticos e os conhecimentos tradicionais utilizados no trabalho. Participam do compromisso os estados-membros da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas).
Neste encontro, realizado em Genebra, indígenas brasileiros apresentaram uma tese sobre apropriação cultural e intelectual, voltado ao melhoramento genético de matérias-primas brasileiras, hoje exploradas em grande escala por multinacionais, como o cupuaçu, o pequi, a castanha-do-pará, o tucumã e a stevia.
Em março, pesquisadores indígenas promoveram o seu primeiro encontro científico internacional em Brasília para debater justiça climática. O evento contou com a participação de representantes do governo federal, professores, universitários, cientistas e personalidades, entre elas o cacique Raoni Metuktire, a ativista Txai Suruí e o imortal na ABL (Academia Brasileira de Letras) Ailton Krenak.
Rumo à 30ª conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP30, o movimento indígena espera reunir a maior participação de representantes dos povos originários do Brasil, assim como de outros países, nas discussões principais. O evento será em outubro do ano que vem em Belém, no Pará —pela primeira vez, líderes mundiais vão discutir sobre clima e floresta na região amazônica.
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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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22 de outubro de 2025
A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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7 horas atrásem
22 de outubro de 2025
A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.
A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.
A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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20 de outubro de 2025
Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.
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