Em uma estrada inundada em Lavau-sur-Loire, oeste da França, quando a tempestade Kirk atingiu a França, em 9 de outubro de 2024. LOIC VENANCE/AFP
Parte do país continua a sofrer os efeitos da depressão Kirk que atravessa, na noite de quarta-feira, 9 de outubro, para quinta-feira, 10 de outubro, Ile-de-France em direção ao Nordeste, com Seine-et-Marne colocado em alerta vermelho de enchente. De acordo com o boletim Météo-France publicado quinta-feira às 3 da manhã, “As chuvas associadas à Depressão Kirk estão gradualmente enfraquecendo e diminuindo.”
Além disso, as inundações no oeste e os fortes vendavais no sul do país perturbaram o tráfego ferroviário na Nova Aquitânia e no Loire-Atlântico. Um velejador morreu na costa de Sète e outro está em situação de emergência absoluta devido à forte ondulação que sacudiu o Hérault que causou o naufrágio de três barcos, anunciou a prefeitura do departamento.
O transporte escolar está suspenso quinta-feira em Seine-et-Marne, de acordo com um decreto adotado quarta-feira pela prefeitura. “Os circuitos escolares especiais, os circuitos de transporte para alunos com deficiência e os serviços de linha regular de acesso prioritário a estabelecimentos de ensino estão proibidos para o dia 10 de outubro em todo o departamento”especifica o decreto. O prefeito do departamento também, em outro comunicado de imprensa, “recomendado às populações que adiem (deles) viagem “. As empresas e as administrações também estão “convidados a facilitar a implementação do teletrabalho aos seus colaboradores, mas também a limitar ou adiar viagens e entregas”acrescentou.
Governo pede “cautela”
Seine-et-Marne foi colocado em alerta vermelho devido ao risco de inundação “forte a excepcional” no rio Grand Morin, um subafluente do Sena. “Aumentos rápidos e transbordamentos localizados podem ser observados já na noite de quarta-feira”acrescentou, por sua vez, o site governamental especializado Vigicrues.
“No Marne, em Ile-de-France, níveis notáveis de inundação poderão ser alcançados nos próximos dias. Em muitos afluentes na região de Ile-de-France ou perto de Ile-de-France, podem ocorrer inundações significativas ou mesmo grandes e muito escoamento, dependendo da precipitação realmente observada.continua a mesma fonte.
Além de Seine-et-Marne, dez departamentos permanecem em alerta laranja de acordo com o boletim noturno Météo-France, incluindo sete por inundações (Orne, Eure-et-Loire, Sarthe, Vendée, Deux-Sèvres, Meurthe-et-Moselle e Alpes Marítimos) e três no Leste para os ventos (Haute-Saöne, Doubs e Territoire de Belfort).
O governo mobilizou “todos os serviços do Estado” a fim de “reduzir riscos” ligado à depressão, Kirk anunciou na quarta-feira sobrea Ministra da Transição Ecológica e Energia, Agnès Pannier-Runacher, convocando “Todos tenham cuidado”. Ela mencionou nesta fase “perturbações pontuais, alguns cortes de energia”. “É sério, pode acontecer rápido, sabemos como lidar, mas é importante ter cuidado”ela enfatizou. “Esses episódios serão repetidos. Estamos num momento em que as alterações climáticas se refletem concretamente no nosso quotidiano”ela enfatizou à imprensa.
Segundo o ministro dos Transportes, François Durovray, as dificuldades permaneceram no final do dia de quarta-feira “limitado”citando em especial “alguns aviões desviados”. Para o transporte ferroviário, ele mencionou a possibilidade “de árvores mentirosas” nas pistas ou “colapsos de encosta” e arranjos feitos “para que antes da abertura do serviço” QUINTA-FEIRA “todas as verificações são realizadas e obviamente a segurança dos utilizadores está garantida”.
67.000 casas sem eletricidade
Mais de 67.000 clientes ficaram sem eletricidade na noite de quarta-feira, principalmente no Sudoeste, anunciou a Enedis.
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Em Noirmoutier-en-l’Ile, em Vendée, o centro hospitalar foi afetado por uma inundação que não exigiu evacuação nesta fase, segundo a prefeitura de Vendée. Muitas estradas foram e às vezes ainda estão inundadas em muitos setores do departamento. Os bombeiros realizaram 134 intervenções desde o início do temporal e receberam mais de 536 chamadas.
As fortes chuvas também provocaram inundações na autoestrada A11 em direção a Paris, na cidade de Chartres (Eure-et-Loir), levando ao corte desta faixa, disse Bison Futé.
No País do Loire, o “forte chuva provocou inundações nos trilhos” entre Saint-Nazaire e Le Croisic, Nantes e Pornic, bem como entre Nantes e Saint-Gilles, interrompendo o tráfego ferroviário em alguns pontos.
No Loire-Atlantique, vinte e duas estradas foram total ou parcialmente cortadas, segundo o conselho departamental.
Interrupções de tráfego SNCF
Por precaução, a SNCF tinha programado para quarta-feira uma interrupção total do tráfego em várias rotas, nomeadamente entre Dax (Landes) e Tarbes (Altos Pirenéus), Bayonne e Hendaye (Pirenéus-Atlânticos) ou mesmo Saintes e Royan (Charente-Maritime ).
Na Nova Aquitânia, sentiu-se uma forte rajada de vento, especialmente nos cumes ocidentais dos Pirenéus: segundo a Météo-France, foram registadas rajadas de 211 km/h durante a noite na zona da estação de esqui de Iraty, em os Pirenéus-Atlânticos. Foram registados cerca de 120 km/h na ponta de Socoa, em Ciboure e 109 km/h em Cap Ferret.
“Tais rajadas em Iraty não são habituais”explica à Agence France-Presse Christophe Dedieu, presidente da associação Météo Pyrénées, que espera “algum caos localmente em áreas muito expostas » do sopé dos Pirenéus. Às 15h, a prefeitura dos Pirenéus Atlânticos reportava 7.500 casas sem luz e quedas de árvores em vários municípios do departamento.
Espera-se que um mês de chuva caia em um dia em um eixo que vai de Vendée a Champagne-Ardenne, ao sul da Picardia, passando pela região de Paris.
Passando pela primeira vez pela Península Ibérica, Kirk causou danos em Portugal, com 400 árvores arrancadas na região do Porto, grande cidade do norte do país. Trezentas mil pessoas foram privadas do poder.
A tempestade Kirk continua a tendência de muita chuva do ano na maior parte da França continental. No final do mês de Setembro mais chuvoso dos últimos vinte e cinco anos, os totais médios anuais de precipitação já foram ultrapassados em quase todo o país: em Nice, Saint-Nazaire, Estrasburgo ou mesmo Le Mans ou Paris.
Setembro também foi marcado em escala global pela “precipitação extrema”agravada pelas temperaturas anormalmente altas do planeta há mais de um ano, consequência das alterações climáticas, segundo o Observatório Europeu Copernicus.
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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