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Serão as alterações climáticas a razão pela qual o nível do mar está a subir? – DW – 25/09/2024

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10 meses atrásem
“O oceano está transbordando”, advertiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, numa recente visita a Tonga.
O arquipélago do Pacífico Sul é um dos vários países da região que estão grave e desproporcionalmente ameaçados pela aumento do nível do mar.
E embora as ilhas baixas sejam particularmente vulneráveis, muitas comunidades costeiras e cidades em todo o mundo já enfrentam inundações e tempestades mais destrutivas que põem em perigo vidas, empregos e infraestruturas cruciais.
Com que rapidez o nível do mar está subindo?
Os níveis globais do mar subiram mais rapidamente desde o início do século XX do que em qualquer momento dos últimos 3.000 anos – e o ritmo está apenas a acelerar.
Desde que os registros começaram em 1880, eles subiu mais de 20 cm (mais de 20 centímetros), e isso está ficando mais rápido a cada década. Níveis médios globais do mar atingiu uma altura recorde em 2023, segundo a Organização Meteorológica Mundial.
E eles são não aumentando igualmente em todo o mundo devido à dinâmica dos oceanos e ao campo gravitacional desigual da Terra. Em algumas áreas do sudoeste do Pacífico, o nível do mar aumentou quase o dobro da taxa global desde 1993.
A rapidez com que os oceanos continuarão a subir depende do aquecimento planetário.
Se o mundo aguenta abaixo de 1,5 graus Celsius, conforme estabelecido no Acordo de Paris e atingir emissões líquidas zero até 2050, o nível global do mar deverá subir mais 38 cm até 2100. No entanto, com a actual acção climática a colocar-nos no caminho para um aquecimento global de 2,7 graus Celsius até ao final do século, isto levaria a um aumento adicional de 56 cm.
Alguns centímetros podem não parecer muito, mas os cientistas estimam que cada 2,5 cm de subida do mar equivale a 2,5 metros de praia perdida e significa que as marés altas e as tempestades podem atingir ainda mais alturas e mais longe. Da mesma forma, por cada centímetro de subida do nível do mar, estima-se que mais 6 milhões de pessoas estejam expostas a inundações costeiras.
Em casos extremos, os cientistas prevêem que a actividade humana poderá fazer com que o nível do mar suba até dois metros até ao final do século.
O que está fazendo com que eles subam?
O nível do mar é impulsionado por aquecimento globalcausada por dióxido de carbono, metano e outras emissões liberadas pelo queima de combustíveis fósseis para usos que incluem energia, indústria e transporte.
Isso está fazendo o oceano esquentar. Os nossos mares absorveram uma estimativa 90% do aquecimento atmosférico nos últimos 50 anos, e o ritmo do aquecimento dos oceanos dobrou nos últimos 20 anosaumentando três vezes mais rápido que a média global no sudoeste do Mar Pacífico. As temperaturas dos oceanos em 2023 foram as mais altas já registradas.
Quando a água aquece, ela aumenta de volume devido a um processo conhecido como expansão térmica. As alterações no armazenamento de água terrestre — por exemplo, através do bombeamento de águas subterrâneas — também podem levar a uma alteração líquida no volume de água oceânica.
No entanto, uma das principais fontes do aumento do nível do mar é o derretimento de mantos de gelo e geleiras de montanha devido ao aumento do calor. Uma média de 150 mil milhões de toneladas de massa de gelo são perdidas anualmente na Antártida e 270 mil milhões de toneladas na Gronelândia.
Relatórios científicos recentes também levantaram preocupações sobre os “pontos de inflexão” climáticos, onde aumentos nas temperaturas além de 1,5 graus Celsius poderiam desencadear o colapso irreversível de todo o manto de gelo da Gronelândia e da Antártida Ocidental, com graves repercussões no nível do mar.
Europa, EUA, Ásia e África em risco?
Pequenas ilhas baixascomo Fijias Maldivas e Tuvalu, enfrentam algumas das ameaças mais críticas decorrentes da subida do nível do mar – mesmo um aumento moderado representando um perigo existencial.
No entanto, a subida do nível do mar representa uma ameaça global, uma vez que quase 40% da população mundial vive perto da costa e cerca de 900 milhões em zonas de baixa altitude.
As cidades e comunidades costeiras em todo o mundo já estão a debater-se com erosão costeiradesafios na agricultura e na água doce devido à intrusão de água salgada e a inundações e tempestades cada vez mais destrutivas.
De acordo com um estudo de 2022, entre os locais mais atingidos estarão as regiões tropicais, especialmente na Ásia, com BangladeshÍndia, China particularmente em risco. Algumas das áreas mais vulneráveis serão os deltas dos rios – vastas áreas onde os rios encontram o mar, muitas vezes onde estão localizadas cidades portuárias.
Maneiras simples de evitar a erosão costeira
Megacidades como CairoLagos, Los Angeles, Mumbai, Buenos Aires e Londres deverão enfrentar sérios impactos.
O que pode ser feito para responder?
Em última análise, os especialistas dizem que a solução para evitar o aumento dramático do nível do mar reside na rápida reduzindo emissões.
No entanto, um certo grau de subida do nível do mar é agora inevitável – isto porque, mesmo que o mundo deixe de emitir todos os gases com efeito de estufa amanhã, há um desfasamento temporal no efeito que o aquecimento global tem sobre as temperaturas dos oceanos e sobre o derretimento do gelo e dos glaciares.
Os países de todo o mundo estão a empregar uma série de medidas de adaptação, desde a criação de muros marítimos e barreiras contra tempestades até à melhoria dos sistemas de drenagem e dos edifícios resistentes às inundações.
Algumas das medidas de adaptação são simples e baseadas na natureza: desde evitar a erosão costeira até cravar estacas de madeira nas praias do Senegal ou regenerar florestas de mangais nos Camarões.
Para os pequenos estados insulares baixos, as respostas à subida do nível do mar incluem a mudança de aldeias inteiras para zonas mais altas nas Fiji, a construção de cidades flutuantes nas Maldivas e a recuperação de terras ao mar em Tuvalu.
Muitas regiões em desenvolvimento precisam de ajuda financeira para fazer face à subida do nível do mar e a outras consequências sentidas devido às alterações climáticas, dizem os especialistas.
Louise Osborne contribuiu para a reportagem.
Editado por: Sarah Steffen
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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