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Situação atual viabilizaria uma ‘consolidação fiscal expansionista’ – 17/10/2024 – Bráulio Borges

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A cotação do R$/US$ voltou a se aproximar dos 5,70 recentemente, vinda de cerca 5,45 há uns 15 dias. Parte dessa depreciação está associada ao chamado “Trump trade”, com os investidores ajustando seus portfólios diante da expectativa de que Donald Trump possa vencer as eleições norte-americanas, no começo de novembro.

Há algumas semanas, parecia ser maior a chance de que Kamala Harris saísse vitoriosa. Mas isso mudou, com Trump um pouco à frente nas apostas. Essa mudança afeta bastante os preços dos ativos, já que a política econômica sob Trump tende a ser mais desfavorável para o mundo: sondagem recente do Wall Street Journal aponta que, sob Trump, os déficits fiscais, a inflação e os juros seriam muito maiores.

Outra parte da depreciação reflete o noticiário doméstico, particularmente os ruídos envolvendo a política fiscal. Se, por um lado, parece ser bastante provável que a meta fiscal deste ano seja cumprida, por outro as incertezas quanto à dinâmica da dívida pública nos próximos anos se avolumam.

Isso porque certas alas do governo desejam continuar expandindo os gastos em um ritmo muito elevado, seja dentro do Orçamento, seja fora dele, burlando a regra fiscal criada pelo próprio governo atual, que limita a expansão da despesa real em +2,5% a.a. (variação bem acima do crescimento populacional atual, de 0,4% a.a., vale notar).

Contudo, se até recentemente uma expansão fiscal poderia ser justificada –uma vez que a economia brasileira vinha operando com excesso de ociosidade entre 2016 e agora, situação que era deletéria para as próprias contas públicas, ao rebaixar a arrecadação—, hoje, com a economia próxima ao pleno-emprego, a política fiscal/parafiscal deveria ter uma postura mais neutra.

Isso não significa “cortar gastos” e sim assegurar que a despesa total cresça em linha com o crescimento do PIB. Para isso acontecer, é preciso colocar em prática uma revisão abrangente dos gastos primários, já que muitos deles estão crescendo acima disso e há evidências de ineficiências, má focalização, regressividade e mesmo fraude.

O ponto de partida muito deteriorado hoje —taxa de câmbio perto dos 5,70, taxas de juros reais longas em quase 7% a.a.— abre uma janela de oportunidade para que o governo possa viabilizar a chamada “consolidação fiscal expansionista”.

O anúncio e a implementação de um pacote crível de controle do ritmo de alta dos gastos obrigatórios poderiam gerar forte queda dos juros longos, impulsionando o investimento produtivo e o PIB, além de melhorar a sustentabilidade da dívida (elevando a chance de recuperarmos o grau de investimento).

Ademais, também poderia gerar uma valorização do R$/US$, aliviando a inflação (que irá fechar este ano no teto da meta basicamente por conta da depreciação cambial de mais de 10% desde abril e da seca severa), evitando novas altas da Selic e permitindo que ela voltasse a recuar em direção ao juro neutro, de cerca de 8,5% a 9% a.a.

Uma relação R$/US$ voltando para perto de 5,00, além de baratear comida, combustíveis e outros produtos, ainda aumentaria a aprovação do governo em pouco mais de dez pontos percentuais, segundo minhas estimativas.


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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil.jpg

A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC — Universidade Federal do Acre

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A professora da Ufac, Simone Reis, foi nomeada membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na terça-feira (5), em cerimônia realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA). A escolha reconhece sua trajetória acadêmica e a pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com foco em biodiversidade, ecologia e conservação.

A ABC busca estimular a continuidade do trabalho científico de seus membros, promover a pesquisa nacional e difundir a ciência. Todos os anos, cinco jovens cientistas são indicados e eleitos por membros titulares para integrar a categoria de membros afiliados, criada em 2007 para reconhecer e incentivar novos talentos na ciência brasileira.
“Nunca imaginei estar nesse time e fiquei muito surpresa por isso. Espero contribuir com pesquisas científicas, parcerias internacionais e discussões ecológicas junto à ABC”, disse a professora Simone Reis.



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