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SWAPO enfrenta novos desafios em corrida acirrada – DW – 27/11/2024

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Em toda a África Austral, o apoio aos partidos governantes de longa data diminuiu durante o ano passado.

O outrora forte Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul teve de formar um governo de coligação com a Aliança Democrática (AD) para governar pela primeira vez desde a independência. Vizinho Moçambique está a enfrentar agitação violenta depois da disputada vitória eleitoral da Frelimo e dos partidos da oposição terem vencido recentemente em Botsuana e Maurício.

Em Namíbiaonde as votações foram abertas nas eleições presidenciais e parlamentares na quarta-feira, a Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO), que está no poder desde 1990, continua forte nas populosas regiões do norte do país.

Novo começo para o Botswana após eleições históricas

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Poderá a SWAPO recuperar do declínio de 2019?

No entanto, a SWAPO já registou um declínio. Nas eleições parlamentares de 2019, a Namíbia perdeu a maioria de dois terços na Assembleia Nacional pela primeira vez desde a independência em 1990. O falecido Presidente Hage Geingob, que faleceu no início deste ano, registou o resultado eleitoral mais fraco da história do partido, com cerca de 56%.

Nas eleições locais de 2020, a SWAPO também perdeu o controlo dos centros urbanos, incluindo a capital, Windhoek, e a importante cidade portuária de Walvis Bay.

Embora a SWAPO pareça seguir a tendência regional de perda de terreno dos movimentos de libertação, o analista político namibiano Rakkel Andreas argumentou que “a mudança que está a ocorrer na África Austral não pode ser generalizada como um movimento anti-libertação”.

A dinâmica política em cada país é demasiado distinta para uma categorização tão ampla, observou ela.

A força da SWAPO reside na fraqueza da oposição

O cientista político Rui Tyitende, da Universidade da Namíbia, disse à DW que acredita que a oposição fraca e fragmentada da Namíbia é a chave para o sucesso político contínuo da SWAPO.

Um total de 21 partidos competem nas eleições parlamentares de quarta-feira, juntamente com 15 candidatos presidenciais.

O espaço político está a sofrer de sobrelotação, diz Tyitende.

“A razão da fragmentação não está relacionada com questões políticas ou ideológicas, mas com egos, com confrontos de personalidade”, disse ela, salientando que não existe uma coligação de oposição unificada contra a SWAPO.

A isto acrescenta-se o sistema eleitoral proporcional da Namíbia, que permite que até os partidos mais pequenos ganhem assentos no parlamento.

Segundo o cientista político alemão-namibiano Henning Melber, o sistema atrai indivíduos “que apenas se candidatam a cargos políticos porque esperam ter acesso aos potes de mel”.

Os privilégios materiais sempre foram um factor motivador na política namibiana, acrescentou Melber.

A oposição também tem lutado para manter a confiança dos eleitores desde o seu sucesso nas eleições locais e regionais de 2020. Em Windhoek, uma coligação da oposição falhou e a SWAPO recuperou o poder numa nova coligação.

Melber acrescentou que “com esta oposição, a SWAPO tem mais hipóteses de emergir relativamente ilesa”.

A mulher que trará o passado colonial da Namíbia para a tela

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Primeira mulher presidente?

A veterana política Netumbo Nandi-Ndaitwah, de 72 anos, pretende tornar-se a primeira mulher presidente da Namíbia. Ela está atualmente servindo como vice-presidente do país sob o comando do chefe de estado interino, Nangolo Mbumba, que decidiu não se candidatar ao cargo depois de assumir o cargo em fevereiro, após a morte de Geingob.

Nandi-Ndaitwah prometeu criar empregos e combater o desemprego de 20% entre os jovens e os licenciados, com a promessa de investir 85 mil milhões de dólares namibianos (4,7 mil milhões de dólares ou 4,4 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos para gerar mais de 500 mil empregos — um objectivo que os críticos consideram irrealista.

As questões das mulheres, como os direitos reprodutivos, a igualdade salarial e os cuidados de saúde, também deverão ser significativas para os eleitores.

Se eleita, Nandi-Ndaitwah seguiria os passos de líderes femininas africanas pioneiras, como Ellen Johnson Sirleaf, da Libéria, Joyce Banda, do Malawi, e Catherine Samba-Panza, da República Centro-Africana.

Nandi-Ndaitwah tem sido uma figura proeminente em Política da Namíbia desde a independência, ocupando vários cargos ministeriais. O analista Rui Tyitende observou que ela é vista como “uma presidente sem esqueletos no armário”.

O presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, cumprimenta o candidato presidencial Netumbo Nandi-Ndaitwah do partido no poder da Namíbia, SWAPO
O presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, com o candidato presidencial Netumbo Nandi-Ndaitwah do partido no poder da Namíbia, SWAPOImagem: Noah Tjijenda/REUTERS

Quem pode desafiar a SWAPO para a presidência?

A eleição permanece indecisa em grande parte por causa do IPC (Patriotas Independentes pela Mudança). O seu líder, Panduleni Itula, antigo dentista e ex-membro da SWAPO, concorreu como candidato independente em 2019, obtendo 30% dos votos do seu antigo colega de partido Hage Geingob. Ele agora é visto como o candidato da oposição mais promissor.

No entanto, Itula e o seu novo partido enfrentarão uma SWAPO unida e um forte candidato governamental em Nandi-Ndaitwah.

Itula também pode enfrentar uma reação pública relacionada ao seu casamento com uma mulher britânica. As críticas em torno da possibilidade de uma primeira-dama estrangeira – e branca – mostram o profundo ressentimento histórico que ainda existe desde a era colonial, diz o cientista político Melber.

Rakkel Andreas tem um ponto de vista semelhante. “O simbolismo é simplesmente problemático, penso que será muito difícil para muitos namibianos aceitarem”, disse ela.

A Namíbia é uma colónia sob o domínio da minoria branca desde 1885, primeiro com a Alemanha como potência colonial e depois como território sob mandato da África do Sul.

Um homem passa por um pôster de campanha do partido Patriotas Independentes pela Mudança (IPC)
O líder do IPC, Panduleni Itula, recebeu 30% dos votos nas eleições de 2019Imagem: Simon Maina/AFP/Getty Images

Eleições parlamentares: um raio de esperança para a oposição

A competição pelos assentos parlamentares deverá ser intensa. Andreas, Melber e Tyitende prevêem que o IPC emergirá como a oposição oficial da Namíbia, tornando-se o segundo partido mais forte.

Além disso, o novo partido de esquerda, Reposicionamento Afirmativo (AR), liderado pelo antigo membro da SWAPO, Job Amupanda, também está a abrir caminho para o parlamento. Isto poderia forçar o partido no poder a formar uma coligação.

“Terá de ser criado espaço para o IPC e AR e acredito que isso será às custas da SWAPO”, disse Andreas.

Um último teste de humor antes das eleições parece confirmar esta tendência. Aproximadamente 16.000 namibianos no estrangeiro, funcionários públicos uniformizados e marítimos já votaram.

Os números preliminares indicam uma tendência clara: uma vitória da SWAPO à frente do IPC e da AR.

Este artigo foi publicado originalmente em alemão em 26.11.2024. Foi atualizado em 27.11.2024 para refletir a abertura das assembleias de voto.

A agência de notícias AP contribuiu com reportagens.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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