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Tcheca luta para mitigar riscos de empresas russas – DW – 19/09/2024

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9 meses atrásem
Pesquisa da agência internacional de classificação Moody’s mostra que o República Tcheca — que conta com apenas 2,4% da população da UE — é o lar de mais de um quarto das cerca de 46 000 empresas ligadas à Rússia que operam no Bloco de 27 nações.
A Bulgária, com 9.500 empresas, é a segunda residência preferida das empresas russas. A Alemanha, cuja economia e população superam as dos dois primeiros, aparece em terceiro lugar, com 4.200.
Há muito que os russos desejam fazer negócios na República Checa. É uma tendência que até prosperou apesar do dramático esfriamento das relações entre Moscovo e Praga que começou em 2021, e só se aprofundou desde então. a invasão da Ucrânia.
Ligações políticas e empresariais forjadas sob ComunismoA proximidade linguística e as lacunas nos sistemas regulamentares em desenvolvimento da Chéquia encorajaram os investidores russos a utilizar o país como uma rota para entrar nos mercados da UE.
Entretanto, a guerra da Rússia na Ucrânia ajudou a estimular um aumento no número de empresários russos, diz Pavel Havlicek, analista da Associação para Assuntos Internacionais de Praga. Um projeto empresarial ou a compra de uma propriedade é agora “o caminho mais fácil para os russos conseguirem uma autorização de residência na República Tcheca”, disse ele à DW.
Espiões, sanções e lavagem de dinheiro
Dados do Ministério da Indústria e Comércio mostra que havia 4.303 empresários russos registados na Chéquia no primeiro trimestre de 2022. Dois anos depois, o seu número cresceu para 5.218.
“Não podemos evitar uma discussão mais profunda sobre como abordar os países onde a influência russa atingiu um nível que ameaça não só a unidade da UE ou da NATO, mas também a nossa segurança”, advertiu o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, no final de Agosto.
No entanto, a agência de contra-espionagem checa O BIS há muito alerta da ameaça interna e disse recentemente aos meios de comunicação locais que o elevado número de empresas de propriedade russa “não contribui” para a segurança nacional.
Uma grande preocupação, dizem os analistas, é que, sem dúvida, entre muitas empresas e indivíduos genuínos, espreitam espiões ou subversivos. A probabilidade de a inteligência russa procurar tais caminhos aumentou em 2021, quando Praga expulsou cerca de cem funcionários da embaixada russaalegando que eles eram agentes de inteligência.
A ameaça de violações de sanções é outra grande dor de cabeça. No meio de complexas redes comerciais e financeiras globais, a UE está a lutar para policiar o fluxo de fundos e equipamentos para a Rússia, e a Chéquia descobriu várias violações.
A economia da Rússia está a crescer, apesar das sanções
Há também preocupação com os grupos criminosos provenientes das fronteiras orientais da UE.
De acordo com a Transparência Internacional CR“a República Checa continua a ser um país com condições favoráveis para o branqueamento de capitais, especialmente para pessoas da antiga União Soviética e dos seus satélites”.
E O Centro Nacional Contra o Crime Organizado (NCOZ) da República Tcheca alertou em julho que o movimento significativo de organizações criminosas pós-soviéticas e os esforços crescentes para contornar as sanções ajudaram a deteriorar a segurança da Chéquia em 2023.
Lukas Kraus diz que a lavagem de dinheiro no valor de bilhões está “ajudando a perturbar a economia”. Numa entrevista à DW, o advogado da organização não-governamental Checa Reconstrução do Estado apontou, por exemplo, o efeito negativo no mercado imobiliário checo, onde os preços dos imóveis estão fora do alcance de muitos.
Apelos crescentes para que o governo aja
Os riscos decorrentes desta massa de interesses económicos russos não afectam exclusivamente os checos. Uma economia fortemente povoada por capital estrangeiro e dependente da exportação ajuda a espalhá-los. As ligações com a Alemanha são particularmente fortes.
“O risco para os parceiros económicos é muito claro para os da República Checa”, disse Havlicek, acrescentando que “é claro que a Alemanha está agora a perceber isso”.
Think tank com sede em Praga Datlab relatou que empresas de propriedade russa – incluindo muitas ligadas a indivíduos sancionados – garantiram 2,5 mil milhões de euros (2,76 mil milhões de dólares) em contratos públicos em toda a UE no ano passado, apesar das sanções.
Desde que essa investigação foi publicada em 2023, o governo checo – um dos mais ferrenhos apoiantes de Kiev – tem procurado reprimir. Foi aclamado por estabelecer o seu próprio regime de sanções, o que lhe permite ir além das restrições da UE.
No entanto, os críticos dizem que persistem problemas nas regulamentações relativas à transparência, aplicação e outros desafios.
Os esforços para acabar com a propriedade anónima de empresas registaram progressos, mas as fraquezas – aparentemente encorajadas por interesses instalados – tornam particularmente difícil para as autoridades analisarem as redes de propriedade opacas por trás das quais se moveram muitos interesses russos.
O Datlab estima que apenas 35% das empresas que provavelmente serão de propriedade russa estão corretamente registadas nos registos checos.
Havlicek afirma que é necessária uma revisão séria para melhorar a capacidade do Estado de monitorizar e avaliar sistematicamente as empresas e analisar estruturas de propriedade complexas.
A reconstrução do Estado exige o aumento das penas para a violação de sanções e o endurecimento das medidas de branqueamento de capitais.
Ondrej Kopecny, chefe da Transparency International CR, disse à DW que o governo de Fiala não está conseguindo estabelecer soluções estratégicas e eficazes de longo prazo ou melhorar a aplicação das regras existentes em nome da promoção da transparência.
Questionado pela DW sobre as medidas planeadas, um porta-voz do Ministério da Indústria e Comércio disse apenas que “tem estado a monitorizar a situação… a longo prazo” e nos casos “em que as transações representam um risco potencial de segurança, o ministério analisa esses investimentos”. “
Editado por: Uwe Hessler
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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