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Telegram, o aplicativo que está no centro do comércio de escravos da organização Estado Islâmico

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Pelas ruas desertas pontilhadas de destroços de automóveis carbonizados, um velho sedan acelera em direção às montanhas Sinjar, cuja silhueta imponente rasga o horizonte, na fronteira noroeste do Iraque. Na traseira do veículo, uma menina yazidi de 5 anos acaba de ser resgatada das garras da organização Estado Islâmico (EI), no final de uma operação de exfiltração que durou quase uma semana. O início de julho de 2016 marca o fim de uma provação de dois anos para a pequena Imane (o nome foi alterado).

Sobrevivente dos massacres perpetrados em 3 de agosto de 2014 pelo ISIS contra os Yazidis em suas terras ancestrais, foi capturada e reduzida à escravidão pelos homens de preto. Primeiro em Mosul, a capital iraquiana do “califado” proclamado por Abu Bakr Al-Baghdadi, onde foi fixado à menina um preço de 6.000 dólares (5.460 euros na altura), depois no reduto sírio de EI em Rakka, onde é oferecido por US$ 4.000 em 22 de junho de 2016. A oferta de venda, que O mundo consultado, especifica que Imane “molhar a cama”. O anúncio foi publicado num mercado virtual onde crianças reféns do ISIS são compradas ou vendidas em leilão pelos jihadistas: rapazes, destinados a tornarem-se crianças-soldados a partir dos 7 anos, e raparigas reduzidas à categoria de escravas sexuais. Este tráfego crescente, alojado na plataforma de mensagens online Telegram, proliferará impunemente por todo o “califado”, até à sua queda em 2019.

Ao longo deste período, um homem acompanhou este tráfico de seres humanos, tanto na Internet como no terreno: Bahzad Farhan. Este yazidi de trinta anos é natural da província iraquiana de Dohuk, onde está situado o templo de Lalesh, um lugar elevado de espiritualidade para a sua comunidade religiosa, perseguida ao longo dos tempos porque é descrita como adoradora de Satanás por fundamentalistas cristãos e muçulmanos e dedicado à “purificação” pelos jihadistas. De acordo com uma pesquisa de campo, baseada em censos sistemáticos, publicada em 2017 pela PLOS, uma editora científica onlineaproximadamente 3.100 yazidis morreram durante a ofensiva de agosto de 2014. Deste total, 1.400 foram executados e 1.700 morreram de fome nas condições terríveis nas montanhas Sinjar. À data destas estimativas, dos 6.800 yazidis feitos reféns, 2.500 ainda estavam desaparecidos.

Nascido em uma rica família de comerciantes de bebidas espirituosas, espalhados entre Iraque e Alemanha, Bahzad Farhan é uma força silenciosa. Mas o seu sorriso inabalável esconde uma determinação inabalável. Diante do genocídio de seu povo, o homem deixou de lado seus negócios para se dedicar aos reféns yazidis do ISIS, para salvá-los, definir a identidade dos algozes e documentar seus crimes. “Não há registro escrito dos massacres que sofremos ao longo da históriaexplica Bahzad. A memória Yazidi foi transmitida oralmente (por seis mil anos). Queria que desta vez guardasse uma prova tangível do indizível. » Bahzad lista os mortos e desaparecidos, recolhe testemunhos de sobreviventes, recolhe pistas, consegue estabelecer contacto com reféns e, por vezes, exfiltrá-los do “califado”. Em 2017, fundou a associação Kinyat e uniu forças com o Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) em Paris. Juntos, em 2018, publicaram um relacionamento edificante sobre os crimes sexuais cometidos contra os yazidis por recrutas estrangeiros – particularmente franceses – do EI.

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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.

 



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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, e a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, realizaram nessa quarta-feira, 15, no anfiteatro Garibaldi Brasil, uma atividade em alusão ao Dia dos Professores. O evento teve como objetivo homenagear os docentes da instituição, promovendo um momento de confraternização. A programação contou com o show de talentos “Quem Ensina Também Encanta”, que reuniu professores de diferentes centros acadêmicos em apresentações musicais e artísticas.

“Preparamos algo especial para este Dia dos Professores, parabenizo a todos, sou muito grata por todo o apoio e pela parceria de cada um”, disse Guida.

Ednaceli Damasceno parabenizou os professores dos campi da Ufac e suas unidades. “Este é um momento de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação de cada um.”

O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara, reforçou o orgulho de pertencer à carreira docente. “Sinto muito orgulho de dizer que sou professor e que já passei por esta casa. Feliz Dia dos Professores.”

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

O Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) realizaram o evento Diálogos de Saberes Ambientais: Compartilhando Experiências, nessa quarta-feira, 15, no PZ, em alusão ao Dia do Educador Ambiental e para valorizar o papel desses profissionais na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. A programação contou com participação de instituições convidadas.

Pela manhã houve abertura oficial e apresentação cultural do grupo musical Sementes Sonoras. Ocorreram exposições das ações desenvolvidas pelos organizadores, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm) e SOS Amazônia, encerrando com uma discussão sobre ações conjuntas a serem realizadas em 2026.

À tarde, a programação contou com momentos de integração e bem-estar, incluindo sessão de alongamento, apresentação musical e atividade na trilha com contemplação da natureza. Como resultado das discussões, foi formada uma comissão organizadora para a realização do 2º Encontro de Educadores Ambientais do Estado do Acre, previsto para 2026.

Compuseram o dispositivo de honra na abertura o coordenador do PZ, Harley Araújo da Silva; a secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Flaviane Agustini; a educadora ambiental Dilcélia Silva Araújo, representando a Sema; a pesquisadora Luane Fontenele, representando o INCT SinBiAm; o coordenador de Biodiversidade e Monitoramento Ambiental, Luiz Borges, representando a SOS Amazônia; e o analista ambiental Sebastião Santos da Silva, representando o Ibama.

 



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