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Tendência ‘chocolate Dubai’ – mas quem é o dono do nome? – DW – 10/12/2024

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Numa noite fria de dezembro, dezenas de Mercado de Natal foliões, embrulhados em casacos, cachecóis e chapéus, aglomeram-se em torno de uma barraca que reflete Colônia catedral histórica em seus painéis de vidro. Um aroma doce enche o ar e as pessoas falam alemão, francês, inglês e holandês. Atrás do balcão, castanhas de caju e frutas secas estão empilhadas.

A maioria dos olhos dos visitantes, no entanto, é atraída para a peça central da exposição: pilhas de barras de chocolate ao leite feitas à mão, pintadas de verde e conhecidas como “chocolate Dubai”.

Inicialmente um fenómeno das redes sociais, a iguaria crocante chegou agora aos tradicionais mercados de Natal alemães, como o de Colónia.

A barraca é administrada pela Kischmisch Manufaktur, uma delicatessen local. Seu fundador, Nasratullah Kushkaki, diz que o chocolate de Dubai é atualmente seu campeão de vendas e muitas vezes se esgota, apesar do preço de 7,50 euros (US$ 7,96) por 100 gramas.

Um grupo de pessoas fazendo fila em frente a uma loja que vende doces e delicatessen estrangeiras
Apesar de tantas opções, os visitantes da barraca do mercado de Natal de Nasratullah Kushkaki só têm olhos para o seu saboroso chocolate de DubaiImagem: DW

Kushkaki não é o único a capitalizar a tendência viral, com os vendedores do mercado de Natal em toda a Alemanha agora apresentando invenções saborosas como crepes de chocolate de Dubai, chocolate quente de Dubai e waffles de chocolate de Dubai. Mas alguém pode simplesmente usar o termo “chocolate Dubai” para seus produtos?

Originário do Oriente Médio

Como o nome sugere, o chocolate de Dubai provavelmente se originou em Dubai, no Emirados Árabes Unidos (Emirados Árabes Unidos). Sarah Hamouda é creditada como sua criadora. Ela é a fundadora da Fix Dessert Chocolatier, com sede em Dubai, e uma influenciadora de mídia social. A empresária compartilhou no Instagram que tudo começou com seus desejos durante a gravidez.

Seu marido não conseguiu encontrar a sobremesa perfeita para ela em Dubai, então ela mesma inventou uma: chocolate crocante recheado com creme de pistache e fios crocantes de massa kadayif. Logo a guloseima se tornou viral TikTok.

O nome está protegido?

Quase qualquer pessoa pode recriar este chocolate da moda, mas será que o chamam de chocolate Dubai?

Nomes de produtos baseados na origem podem ser protegidos globalmente como marca registrada. Por exemplo, o termo Champagne é reservado para vinhos espumantes da região francesa de Champagne.

O Ato de Genebra do Acordo de Lisboaé um tratado internacional que envolve 30 países, incluindo a UE, que protege basicamente os produtos com base no nome geográfico de um país, região ou localidade onde um produto é fabricado.

Mas, como explica o advogado de patentes Rüdiger Bals, esta proteção aplica-se apenas aos países que fazem parte do tratado – e os Emirados Árabes Unidos não são membros. Isso significa que eles não podem proteger o termo chocolate de Dubai sob este acordo, disse ele à DW.

Ainda assim, os acordos bilaterais entre países poderiam garantir protecção. Os Emirados Árabes Unidos poderiam “teoricamente registar o chocolate do Dubai como uma indicação geográfica dentro da sua jurisdição”, disse o Gabinete de Marcas e Patentes da Alemanha à DW num comunicado, e depois solicitar proteção na UE.

Uma marca popular

Enquanto isso, padarias, confeitarias, influenciadores e até grandes fabricantes de chocolate, como a empresa suíça Lindt, estão adotando a tendência e vendendo seus próprios produtos sob o nome de chocolate Dubai.

Só na Alemanha, existem 19 pedidos de marcas ativas para doces com Dubai no nome, de acordo com o escritório de patentes. Em toda a Europa, existiam mais de 30 candidaturas deste tipo em 4 de dezembro de 2024.

No entanto, Bals duvida que estes pedidos sejam bem sucedidos porque “a lei de marcas registadas examina se um termo é distintivo, e o termo chocolate do Dubai como tal provavelmente carece de singularidade suficiente”, disse ele.

Chocolate Dubai tornou-se um termo genérico para chocolate recheado com creme de pistache com kadayif, semelhante ao termo chocolate Papai Noelque também não pode ser registrada porque é amplamente entendido como um termo geral para uma figura de chocolate em forma de Papai Noel.

O dono da loja, Ali Fakhro, prepara chocolate de Dubai em sua confeitaria oriental Abu Khaled Sweets, em Berlim, em 14 de novembro de 2024
Padarias locais, confeitarias e grandes fabricantes de chocolate, como a Lindt, estão agora vendendo suas próprias versões do chocolate DubaiImagem: TOBIAS SCHWARZ/AFP

Bals também acha que é improvável que simplesmente adicionar o nome de um fabricante forneça distinção suficiente.

Alguns fabricantes tentaram registrar variações, por exemplo o YouTuber alemão Kiki Aweimer com o nome “Kiki’s Dubai Chocolate”. Mas como o chocolate da Aweimer provavelmente não é suficientemente diferente do chocolate Dubai de outros fabricantes, o produto provavelmente não conseguirá se estabelecer como uma marca.

De acordo com Bals, usar o termo chocolate de Dubai poderia, além disso, criar “problemas de representação enganosa”, já que as leis de marcas registradas rejeitam termos que “implicam uma falsa conexão geográfica”. Isso significa que chamar um produto de chocolate de Dubai pode ser enganoso se nenhum ingrediente – como chocolate ou pistache – for realmente proveniente de Dubai.

Vinho quente e muito mais no mercado de Natal de Bremen

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Criador em silêncio apesar de uma mania global

A criadora original, Sarah Hamouda e sua empresa Fix Dessert Chocolatier, poderiam teoricamente registrar o termo chocolate Dubai como marca registrada na Alemanha ou na UE. A DW entrou em contato com a empresa sobre possíveis planos de proteção, mas não recebeu resposta até o momento da redação deste artigo.

Apesar das questões não resolvidas sobre marcas registradas, uma coisa é certa: este ano, inúmeras barras de chocolate de Dubai serão apreciadas em todo o mundo.

Para Nasratullah Kushkaki, o frenesi do chocolate é uma delícia que veio na hora certa. À medida que o sol se põe sobre o mercado de Natal em Colônia, mais pessoas fazem fila em sua barraca, ansiosas por um pouco de luxo de chocolate.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão.

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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