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‘Terra Prometida’: mais de 100 casas foram demolidas em operação de reintegração de posse em área invadida

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Ao todo, 104 casas foram demolidas na área de invasão Terra Prometida — Foto: Reprodução

Uma família está instalada no Parque de Exposições Wildy Viana e outras 97 foram inseridas no aluguel social. Ao todo, 104 casas foram demolidas na área de invasão Terra Prometida, no bairro Irineu Serra.

Mais de 100 casas irregulares foram demolidas na área de invasão que ficou conhecida como “Terra Prometida”, no bairro Irineu Serra, em Rio Branco, em dois dias de operação de reintegração de posse. A ação iniciou na terça-feira (15) e segue nesta quinta (17) com oficiais de Justiça e a Polícia Militar cumprindo o mandado de reintegração.

Ao todo, conforme o boletim do governo, 97 famílias foram inseridas no aluguel social e seis atendimentos de saúde realizados em moradores. Uma família está abrigada no Parque de Exposições Wildy Viana e outra família optou por deixar apenas os objetos pessoais e móveis no parque.

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O parque foi disponibilizado pelo governo para abrigar os moradores retirados da área de invasão. A gestão também enviou equipes de assistentes sociais e psicólogos para auxiliar os moradores retirados do local, com disponibilização de transporte para as famílias e para os bens às novas moradias.

A área era ocupada irregularmente desde 2021 e já abrigava mais de 300 famílias. Durante a operação, cinco pessoas foram presas pela Polícia Militar.

Ao todo, 104 casas foram demolidas na área de invasão Terra Prometida — Foto: Reprodução

Ao todo, 104 casas foram demolidas na área de invasão Terra Prometida — Foto: Reprodução

Abrigo no parque

A família levada para o Parque de Exposições é do Raimundo Ferreira e da Maria Alves. Eles chegaram no local nessa quarta-feira (16) e conversaram com uma equipe da Rede Amazônica Acre sobre a saída da casa que construiu para a família.

“O que mais a gente quer é realizar nosso sonho em ter uma casinha própria para ficarmos tranquilos. Desde sexta-feira [11] que estamos sem dormir, eram drones rodando, um alvoroço. Nem dormi mais, até hoje ainda estou abalado, estou cansado de tudo”, lamentou

Mesmo abalado, Raimundo Ferreira diz que o sonho é conseguir um lar digno. “Vamos conseguir, vai ficar mais fácil. Tem muita gente lá que não tem para onde ir mesmo, desmancharam as casinhas deles e falaram que iam ficar na rua. Os primeiros a chegarem aqui fomos nós, que aqueles que não têm para onde que venham pra cá também”, contou.

O diretor de políticas sociais da Secretaria de Estado de Governo (Segov), Márcio Pereira, afirmou que as secretarias estão reunidas para prestar assistência e amparo para as famílias desabrigadas. Uma estrutura com serviços de saúde deve ser montada no Parque de Exposições para disponibilizar diversos atendimentos.

“Recebemos um comando da Casa Civil que a gente organizasse aqui, estamos preparados para receber todas as famílias que vierem pra cá com atendimento médico, alimentação, acolhimento. Acabamos de ter a Expoacre, então, está bem conservado, tudo novo e dá para a gente acolher as famílias. A ideia é diminuir a dor dessas famílias, enquanto governo estamos aqui para auxiliar e dar todo esse acolhimento”, destacou.

Reintegração

para reintegrar a área começou na terça (15) com muito tumulto. Já nas primeiras horas do dia, agentes da Segurança Pública chegaram ao local e aguardavam para derrubar as casas. Com a chegada das máquinas ao local, os moradores tentaram fazer um bloqueio e a Polícia Militar usou spray de pimenta.

Um homem apareceu nas imagens sendo agredido por policiais militares. A entrada das máquinas foi marcada por confusão. Os moradores tentaram impedir e foram contidos. Eles também usaram barreiras feitas de pneus. Além de spray de pimenta, foi usado gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Algumas pessoas se desesperaram com a derrubada das casas.

No primeiro dia houve tumulto e confusão entre PM e moradores, que foram atingidos com spray de pimenta — Foto: Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre

No primeiro dia houve tumulto e confusão entre PM e moradores, que foram atingidos com spray de pimenta — Foto: Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre

Sessenta casas foram demolidas e quatro pessoas presas pela Polícia Militar no primeiro dia de reintegração de posse. Um policial militar ficou ferido durante a ação. Conforme o boletim do governo, um morador jogou uma pedra no rosto do militar.

Na quarta, a vice-prefeita de Rio Branco, Marfisa Galvão, se revolveu em uma confusão durante a operação de reintegração de posse. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram a gestora sentada no chão e depois sendo levada por policiais militares.

A gestora falou ao g1 que foi para a localidade a pedido dos moradores que viviam na área de invasão. Segundo ela, a comunidade está sem receber a devida assistência social durante a desapropriação da terra e ela colocou seu gabinete à disposição dos moradores.

“A polícia está aqui para cumprir o mandado, estão para cumprir o trabalho deles, mas a comunidade está reivindicando o mínimo, que é a assistência básica. Estão sem água, alimentação, o acolhimento que estão oferecendo na Expoacre, sabemos que o pessoal que mora na Parte Alta as crianças estudam aqui e tinha que ter um acolhimento aqui perto. Ninguém quer ouvir eles, e eu me sensibilizei, fui eleita pelo povo, a gente passa a ser gestor de todos”, afirmou.

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Programa Radioativo: TJAC promove aula inaugural do curso de Programador Full Stack

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Programa é fruto de parceria entre o TJAC, por meio da Coordenadoria da Infância e Juventude e a Federação das Indústrias do Estado do Acre

A presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, e a coordenadora da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ), desembargadora Waldirene Cordeiro, participaram da aula inaugural da turma do curso “Programador Full Stack”, do Programa Radioativo. O lançamento ocorreu nesta segunda-feira, 22, na Escola Senai, em Rio Branco.



O Programa Radioativo é desenvolvido pelo Poder Judiciário do Acre em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A iniciativa visa promover a qualificação de jovens e adolescentes em vulnerabilidade social, sob medidas socioeducativas ou vítimas de trabalho infantil. O intuito é inseri-los no mercado de trabalho formal. 

Durante 1 ano e meio, 17 adolescentes devem se profissionalizar na área da tecnologia. O curso “Programador Full Stack”, de 1.400h, os capacitará a trabalhar nas mais diversas atividades do mercado tecnológico, como desenvolvimento e programação na web. De acordo com o professor Hildemar Lima, quando os participantes finalizarem, todos estarão aptos a criar sistemas e aplicativos. 

Quem já está animado com o futuro é o jovem Kelven Santos, de 16 anos, morador do bairro Ivete Vargas. Ele afirma: “Meu objetivo aqui é sair profissionalizado, porque tenho familiares que têm esse curso e já foram morar fora do Brasil. Quero seguir este caminho”. E para deixar esse trajeto ainda mais acessível, o Programa Radioativo oferece uma bolsa de 990 reais, a fim de promover a permanência dos estudantes até a conclusão do curso.  No total, mais de 260 mil reais estão sendo investidos.

Solenidade 

A presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, motivou os jovens e adolescentes a prosseguirem no curso e agradeceu o apoio dos parceiros do Programa Radioativo. “A gente busca, de fato, além de vocês receberem profissionalização, que irradiem conhecimento, a paz e a bondade. Quero agradecer também à Aleac, que pela segunda vez estamos nessa parceria para custear as bolsas de estudos.”, celebrou. 

Em seu discurso, o diretor regional do Senai no Acre, César Dotto, deu as boas-vindas às alunas e alunos e endossou o compromisso desta ação com a inserção no mercado de trabalho. “É um dos objetivos do Programa Radioativo: as empresas abrirem portas para vocês [estudantes]. Então, aproveitem esse momento, acho que é uma oportunidade única”, ressaltou. 

A coordenadora da CIJ, desembargadora Waldirene Cordeiro, destacou a importância dos profissionais de tecnologia e incentivou as alunas e alunos a se dedicarem nesta nova empreitada. “Não é um curso local, não é nacional, é mundial. A área de tecnologia é o futuro, e não é o futuro distante, é o de agora. Tudo é robotizado, por inteligência artificial. Ele vai abrir portas para vocês. Espero que se dediquem. Escutem e aprendam tudo que os professores estiverem ensinando”, disse. 

De igual modo, o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Luiz Gonzaga, responsável por uma emenda de 100 mil reais à iniciativa, enfatizou a cooperação dos três Poderes em assistir à população acreana. “Todos trabalhamos unidos para ajudar este trabalho que o nosso Tribunal de Justiça faz de assistência à sociedade”, salientou.  

Na ocasião, o deputado estadual Eduardo Ribeiro afirmou: “Talvez alguns não saibam, mas esse programa inclusive ganhou um prêmio nacional pelo Conselho Nacional de Justiça”. O parlamentar fez referência à conquista do primeiro lugar, na categoria Tribunal, eixo Medida Socioeducativa, no Prêmio Prioridade Absoluta. E prosseguiu: “Nos traz muita alegria de poder ajudar, de poder alocar os nossos recursos. Aproveitem essa oportunidade. Muitos jovens gostariam de estar no lugar de vocês. Se dediquem”, frisou.

Por fim, o deputado estadual Adailton Cruz destacou o trabalho social do Judiciário acreano. “ O Tribunal de Justiça não faz só o papel de julgar e resguardar os direitos da sociedade, mas também contribui diretamente com o nosso futuro, que são vocês [estudantes]. Tenho certeza de que, se esse exemplo se disseminar mais, teremos um Acre, um Brasil melhor”, concluiu.

Participou também na aula inaugural a vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), Raimunda Holanda; a diretora da Regional do Vale do Juruá, Solange Chalub; servidores e servidores do TJAC; bem como as funcionárias e funcionários do Senai e novos estudantes.  

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Com queda de 23,5%, Acre ainda tem 6 roubos a pedestres todos os dias

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Os roubos a pedestres caíram 23,5% no Acre em 12 meses, mas, levando em conta que ocorreram 2.230 casos em 2023, o Estado registrou ao menos seis crimes por dia, segundo os dados do Anuário da Segurança Pública 2024. A queda ocorrida no Acre só perde para a do Tocantins (-42,8%); Goiás (32,3%) e Amapá (25,1%).

De acordo com a Revista Universo, que se baseia no artigo 157 do Código Penal Brasileiro, o roubo a transeunte é um crime comum e corriqueiro caracterizado por assalto a indivíduos que são abordados enquanto transitam em vias públicas “com subtração de pertences de forma violenta”.



O sistema de segurança pública do Acre pouco aborda o tema e os detalhes sobre esse crime são escassos. Por outro lado, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. A publicação é uma ferramenta importante para a promoção da transparência e da prestação de contas na área, contribuindo para a melhoria da qualidade dos dados. Além disso, produz conhecimento, incentiva a avaliação de políticas públicas e promove o debate de novos temas na agenda do setor. Trata-se do mais amplo retrato da Segurança Pública brasileira.

ac24horas.

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Com 100 m², Memorial Chico Mendes é inaugurado em parque ambiental de Rio Branco: ‘Retomar conexão’

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Espaço fica no Parque Ambiental Chico Mendes, estava fechado desde 2021 e começou a ser revitalizado em dezembro do ano passado. Inauguração ocorreu nesta sexta-feira (7) faz parte da programação da Semana do Meio Ambiente.

Capa: Memorial Chico Mendes é inaugurado no Parque Ambiental Chico Mendes, em Rio Branco — Foto: Aline Nascimento/g1.

Como parte da programação da Semana do Meio Ambiente, foi inaugurado nesta sexta-feira (7) o Memorial Chico Mendes, no Parque Ambiental Chico Mendes, na capital acreana. O local, fechado desde 2021 para revitalização, já está aberto ao público para visitação.



A cerimônia contou com a participação de autoridades e parentes do líder seringueiro, morto em 1988. O espaço visa homenagear e preservar a memória de Chico.

Dentro do espaço de 100 metros quadrados há utensílios, aparelhos, livros e demais itens que contam a história do seringueiro. Além disto, há uma TV multimídia onde passa vídeos educativos, e o cantinho ‘Chico Ensina, que conta com livros infantis na temática ambiental. No centro do espaço, há uma seringueira, que é símbolo do estado, e um totem do próprio Chico em tamanho real na varanda do espaço.

Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Nasserala, o espaço estava deteriorado, oferecia riscos aos visitantes e, então, passou por reconstrução desde dezembro do ano passado. O valor da obra foi orçado em R$ 104,9 mil.

“Aqui no nosso parque é um lugar muito movimentado. Em 2021, até hoje, já passaram por aqui 558 mil pessoas nesse Parque Chico Mendes. Só esse ano foram 45 mil pessoas, então é um lugar que realmente tem que preservar. Sem falar que nós temos visitantes do mundo inteiro aqui. E chegando aqui, visitava o parque, céu aberto, mas faltava exatamente a característica, o local que deu origem ao nome do nosso grande Chico Mendes”, complementou.

A gerente do parque, Joseline Guimarães, falou que o local é um atrativo para a população e que esse momento de devolução é importante para que as pessoas rememorem o legado e a luta de Chico Mendes.

“É um espaço que conta toda a luta, o legado do Chico Mendes, e também vai ser um espaço multiuso, um espaço cultural, onde os artistas acreanos podem fazer o seu vernissage, atividades educativas, reuniões”, diz.

Legado

Sandino Mendes, filho do líder ambiental, participou da cerimônia de abertura do espaço e destacou que o local traz o objetivo de eternizar a luta de Chico e mostrar a importância dele para as futuras gerações.

“A inauguração do Memorial de Chico Mendes serve não só como um espaço para preservar a memória do meu pai, esse grande líder, mas que também nos inspira a dar continuidade aos seus ideais, a sua luta, ao seu legado”, falou.

Angélica Mendes, neta de Chico, pontuou também sobre legado e do reconhecimento internacional dele. Além disto destacou também sobre a necessidade de perpetuar a causa ambiental, que é de responsabilidade de toda a sociedade.

“Esse parque ele representa muito não só pra gente, como família, mas pra toda a população de Rio Branco, porque a gente precisa de áreas verdes, a gente precisa voltar essa conexão que a gente tem com as flores. A gente precisa retomar a conexão com as nossas raízes. É muito importante porque nós somos amazônidas, nós somos Amazônia, nós somos o presente e nós somos o futuro”, frisou.

 

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