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Um ano depois do polêmico acordo entre a Itália e a Albânia, os primeiros migrantes chegaram a Shëngjin

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Pouco menos de um ano após a assinatura de um polémico acordo entre Roma e Tirana, os primeiros migrantes detidos em águas italianas chegaram à Albânia. Uma terceirização do pedido de asilo nunca vista na Europa.

Pouco antes das 8h, o navio Libra da Marinha Italiana chegou ao porto de Shëngjin, no norte da Albânia. A bordo, dezesseis homens do Egito e de Bangladesh, policiais italianos e homens de macacão branco. A viagem durou mais de trinta e seis horas. Cerca de quinze pessoas esperavam por eles à chegada, notaram jornalistas da Agence France-Presse, apesar da proibição total de entrada no porto.

Depois de desembarcados, os dezesseis homens serão registrados no primeiro centro criado pelos italianos na Albânia, unidades pré-fabricadas instaladas no porto, cercadas por portões altos e guardadas pelas autoridades italianas. Eles serão então levados 20 quilômetros adiante até o campo de Gjadër.

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Lá, instalados em pré-fabricadas de 12 metros quadrados, também cercadas por muros altos e monitoradas por câmeras e membros da polícia italiana, poderão apresentar seu pedido de asilo. Se esta for recusada, serão colocados em celas instaladas no campo, enquanto aguardam o regresso ao seu país de origem.

Um acordo criticado por ONGs

Esta externalização do pedido de asilo, inédita na Europa, foi possível graças a um polémico acordo assinado em novembro de 2023 entre o chefe do governo italiano, Giorgia Meloni (extrema direita), e o primeiro-ministro albanês, Edi Rama (socialista), em nome das longas relações que unem os dois países. Diz respeito apenas a homens adultos interceptados pela Marinha ou Guarda Costeira italiana na sua zona de busca e salvamento em águas internacionais.

O procedimento prevê uma verificação inicial num navio militar, antes da transferência para Shëngjin, para identificação, e depois para a antiga base militar em Gjadër. Os centros deverão ter capacidade inicialmente para mil lugares e, eventualmente, três mil. Com duração de cinco anos, o seu custo para a Itália é estimado em 160 milhões de euros anuais.

Saudação terça-feira a “acordo corajoso”Giorgia Meloni é o que você também disse “orgulhoso que a Itália tenha se tornado um exemplo a seguir deste ponto de vista” – evocar o interesse dos governos francês, alemão, sueco e britânico na política italiana de gestão dos fluxos migratórios.

O acordo foi criticado por muitas ONG de direitos humanos que o consideram uma violação das regras internacionais. “O acordo Itália-Albânia viola o direito marítimo internacional e corre o risco de minar ainda mais os direitos fundamentais dos refugiados”escreveu terça-feira l’ONG SOS Humanidadeacreditando que “A Itália detém de facto pessoas que procuram protecção em território albanês sem revisão judicial, o que é profundamente desumano e viola os seus direitos fundamentais (…). Este acordo é uma nova estratégia de um Estado-Membro da União Europeia (UE) que visa terceirizar a gestão da migração e, assim, exonerar-se da responsabilidade pelos direitos humanos dos refugiados.”

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No início desta semana, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mencionou, numa carta aos Estados-membros da UE, uma proposta inflamável para transferir migrantes para centros de acolhimento em países terceiros, “centros de retorno”chamando para puxar o “lições” do acordo Itália-Albânia.

Leia também | Artigo reservado para nossos assinantes Giorgia Meloni define a estratégia de migração da Itália como modelo

O mundo com AFP

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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