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‘Você não encontrará os verdadeiros criminosos aqui’: um ativista da Just Stop Oil na prisão no Natal | Ativismo ambiental

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Anna Holland

Anna Holland, 22 anos, era uma das duas jovens de Just Stop Oil que jogou sopa de tomate uma pintura de girassóis de Vincent van Gogh – um dos protestos climáticos de maior destaque nos últimos anos. A pintura não foi danificada, embora tenha havido danos na moldura. A Holanda era condenado a 20 meses de prisão. Ela enviou esta carta ao Guardian sobre sua experiência atrás das grades.

A princípio foi um choque que o juiz tivesse chegado ao extremo da nossa sentença. Os primeiros dias e noites na prisão foram difíceis, mas também uma grande educação. Muitas das mulheres que conheci aqui estão na prisão porque não foram devidamente protegidas pelo Estado, por isso me colocaram sob sua proteção. Fui cuidado e aprendi os costumes da prisão, não pelos funcionários, mas pelos outros presos. É diferente de tudo o que eu esperava e é completamente avassalador – mas também é surpreendente a rapidez com que me vi caindo na rotina diária.

Minha família e amigos ficaram completamente chocados com minha sentença, mas todos me apoiaram muito. É um privilégio estar rodeado por uma comunidade tão forte. Mesmo aqueles que inicialmente não concordaram ou apoiaram a ação não podem ignorar a injustiça desta frase e fizeram de tudo para garantir que estou bem aqui.

O choque de estar aqui foi rapidamente seguido por uma sensação de poder ainda mais forte. Ao condenar à prisão dois jovens pacíficos, o juiz deixou bem claro até que ponto o Reino Unido se afastou do Estado democrático que afirma ser. A nossa prisão não é um sintoma do sistema falido, mas um sinal de que o sistema, alimentado por petróleo sujo e dinheiro de armas, está a funcionar exactamente como foi planeado.

Nossas células são desbloqueadas às 8h da manhã de um dia de semana. O café da manhã é sempre cereal. Tenho aulas pela manhã, antes do almoço, nossa única refeição quente do dia, que levamos para nossas celas, e trabalho no jardim da prisão, das 13h às 16h. Passamos uma hora por dia no quintal e alguns dias vamos à academia. Estamos trancados em nossas celas às 19h todas as noites. Durante os fins de semana, o sistema prisional funciona muito mais lentamente, por isso passamos a maior parte do tempo em nossas celas.

O Natal vai ser difícil aqui – será o primeiro longe da minha família. No entanto, os outros prisioneiros e eu decidimos fazer o melhor possível e tenho certeza de que haverá alguns bons filmes de Natal na TV.

Tenho muito tempo para reflexão e, por mais difícil que isto seja, penso que a minha acção e a resposta do Estado são exactamente o que é necessário para alimentar a nossa luta por um futuro melhor. Isso gerou muitas conversas e agora esse exagero do Estado é absolutamente fundamental para transformar essas conversas em ação. Cresci lendo sobre revolucionários que não deixaram que a prisão os destruísse e sinto orgulho de aderir a essa tradição.

Dito isto, não há como negar que a prisão é difícil. É assustador. Mas a ideia de desistirmos, de deixarmos pessoas de todo o mundo sofrerem com inundações, incêndios florestais e secas criadas pelas nossas emissões, é mais assustadora. A prisão é usada como um elemento dissuasor, mas não devemos permitir que ela nos detenha. Não devemos permitir que o medo vença a esperança. Não devemos perder o sonho de que podemos criar um mundo melhor juntos.

Cada dia na prisão é uma luta difícil e exaustiva. Mas aprendi que sou muito mais forte do que pensava. Ter chegado até aqui e não me perder ou perder meu senso de luta é minha conquista de maior orgulho.

Observar o mundo exterior tem sido estranho, mas uma coisa é muito clara para mim: somos demasiado consumistas. Eu descobri que não perdi nenhum coisa, mas sim pessoas e minha liberdade.

O fracasso absoluto da maior parte dos principais meios de comunicação social em fazer o seu trabalho e divulgar as notícias de forma objectiva e detalhadamente também me atingiu duramente. Não é de admirar que as pessoas não estejam nas ruas quando não lhes são informadas todos os factos. A pura corrupção da Cop29 foi encoberta, a Palestina foi esquecida, os incêndios florestais em Malibu foram ignorados. Não é justo connosco e é tão vergonhoso que os principais canais de notícias da televisão valorizem os seus rendimentos em detrimento da verdade.

Toda esta experiência ensinou-me que as nossas leis e os nossos sistemas jurídicos não se baseiam mais na moralidade do que as nossas políticas climáticas na ciência e no bem da humanidade. Você não encontrará os verdadeiros criminosos atrás destes muros, você os encontrará nas cadeiras do parlamento, governando nosso país.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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