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Voto acabrunhado ou voto orgulhoso… – 24/10/2024 – Cida Bento

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O aumento da votação nos partidos de direita e extrema direita, em várias partes do mundo e no Brasil, desperta justa preocupação em todas as pessoas que acreditam na necessidade de preservar e cuidar do nosso meio ambiente e aperfeiçoar e fortalecer a democracia como instrumento privilegiado para o combate às enormes desigualdades que caracterizam este país e, em especial, a cidade de São Paulo.

Aliás, reportagem da Folha mostra que mortes pela polícia em São Paulo cresceram 78% em 2024 e que 2 de cada 3 vítimas são negras. Ainda assim, o poder público obstaculiza o uso de câmeras nos uniformes de policiais, mesmo sendo essa uma política bem-sucedida na diminuição da letalidade policial, inclusive dos próprios policiais.

E é assim que, nas eleições de 2022, o eleitorado da região Nordeste, a população negra e pobre e também as mulheres foram os grandes responsáveis pela derrota do fascismo nas urnas. Provavelmente por serem os grupos sociais mais afetados pela violência e pelas desigualdades, votaram por um país mais humanizado e pela preservação de nossa frágil democracia.

Naquele mesmo período, analistas do processo eleitoral levantaram a hipótese de que, como consequência da extrema polarização política, existiria um voto envergonhado, em Lula diziam alguns, ou em Bolsonaro, segundo outros. Para mim, retorna a questão neste segundo turno de 2024: nosso voto será acabrunhado, escondido ou um voto orgulhoso?

Um voto acabrunhado, na minha perspectiva, é aquele em que votamos em candidatos que já sabemos fazer parte da galera que faz apologia às armas, a uma religião única, que prega a privatização desenfreada, que não tem preocupação com o ambiente, com as desigualdades, que não gosta da ciência, dos órgãos de comunicação. Sabemos pelas relações políticas, pelos apoiadores, pela história (não pelo discurso) quais candidatos estão nesse grupo, assim como sabemos sobre os candidatos que querem investir em cidades sustentáveis e em um Brasil para toda a população brasileira.

Candidatos que apoiaram ou investiram concretamente em ações ou políticas públicas, que não deixam para trás alguns segmentos —como pobres, periféricos, negros, mulheres, indígenas, quilombolas, LGBTs, pessoas com deficiência e de religiões diversas, aí incluídas as de matriz africana.

Votar por uma cidade democrática, que seja inclusiva e preocupada com o seu meio ambiente, pode ser uma escolha em várias capitais do Brasil. Há partidos que têm recorrentemente proposto projetos de lei contra o meio ambiente, contra a transparência e a fiscalização no uso de verbas públicas. Não podemos ignorar essa realidade amplamente refletida na grande mídia. Precisamos escolher entre um voto acabrunhado, que me parece ser aquele em direção à extrema direita, e um voto orgulhoso, pelo amor e pelo cuidado com a natureza, pelo fortalecimento das instituições democráticas e por um Brasil para todos.

Esta coluna foi escrita em parceria com Flávio Carrança, da Cojira


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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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