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2024 foi 1,6°C mais quente que anos pré-industriais – 10/01/2025 – Ambiente
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Giuliana Miranda
Confirmado agora como o novo ano mais quente da história da humanidade, 2024 foi também o primeiro a ultrapassar a barreira de 1,5°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais. Essa cifra é indicada por cientistas como o limite para conter as piores consequências das mudanças climáticas.
Dados do observatório Copernicus, da União Europeia, divulgados nesta sexta-feira (10) indicam que a temperatura média global no ano passado foi 1,6°C superior aos valores de 1850 a 1900, o parâmetro para os termômetros antes da emissão em larga escala de gases-estufa.
Em 2024, a temperatura média no planeta foi de 15,10°C, ficando 0,12°C acima do que foi registrado em 2023, o até então recordista de calor da série histórica. Também no Brasil 2024 bateu o ano anterior como o mais quente já computado, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), considerando medições desde 1961.
Os resultados indicam que a Terra segue em trajetória de rápido aquecimento, alimentado pela concentração recorde de CO2 e de outros gases que ampliam o efeito estufa.
“Honestamente, eu estou já estou ficando sem metáforas para explicar o aquecimento que nós estamos vendo”, disse Carlo Buontempo, diretor do serviço de mudanças climáticas do Copernicus.
“O que apresentamos hoje não são nossas opiniões pessoais nem cálculos de modelos complexos. Estes são dados baseados em observações, milhões de observações, que mais uma vez nos dizem de forma inequívoca que o clima continua aquecendo”, completou o cientista durante a apresentação do relatório à imprensa.
Todos os 366 dias de 2024 tiveram aquecimento acima de 1,25°C, enquanto três quartos deles superaram 1,5°C.
Além de ser o consenso científico para limitar as piores consequências das mudanças climáticas, como o fim de países insulares, o aquecimento de 1,5°C também é a meta preferencial pactuada pela comunidade internacional no Acordo de Paris, de 2015.
Embora considerem que o resultado seja um sinal de alerta, os pesquisadores europeus destacam que essa barreira ainda não foi definitivamente ultrapassada. Para isso, seriam necessárias duas décadas com temperaturas acima desse patamar.
“Cada ano na última década está entre os dez mais quentes já registrados. Estamos agora à beira de ultrapassar o nível de 1,5°C definido no Acordo de Paris, e a média dos últimos dois anos já está acima desse nível”, pontuou Samantha Burgess, líder estratégica para o clima do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo.
“Essas altas temperaturas globais, juntamente com níveis recordes de vapor d’água atmosférico em 2024, resultaram em ondas de calor e eventos de chuva intensa sem precedentes, causando sofrimento para milhões de pessoas”, completou.
Além do recorde nos termômetros, 2024 também foi marcado por números sem precedentes em outros indicadores.
A quantidade total de vapor d’água na atmosfera chegou a níveis máximos, ficando cerca de 5% acima da média de 1991 a 2020. O resultado também foi 1% maior do que o registrado em 2016 e 2023, os recordistas anteriores.
O relatório indica que esse suprimento abundante de umidade no ar contribuiu para ampliar o potencial de ocorrência de chuvas extremas. Combinado às altas temperaturas na superfície do mar, o cenário também foi favorável ao desenvolvimento de “grandes tempestades, incluindo ciclones tropicais”.
Por todo o globo, houve ocorrências de eventos climáticos extremos, que foram desde grandes inundações até ondas de calor severo.
“Os muitos eventos recordes que vimos ao longo dos últimos 12 meses não são meras casualidades estatísticas, mas sim uma consequência direta do aquecimento generalizado do nosso sistema climático. Esse aquecimento é, em grande parte, impulsionado pelo aumento constante das concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa”, disse Buontempo.
Além disso, a conjugação de temperaturas elevadas e alta umidade contribuiu para níveis elevados do chamado estresse térmico, que representa um grave risco à saúde. Em 10 de julho de 2024, o planeta atingiu um novo pico histórico desse indicador, com 44% do globo afetado por estresse térmico forte ou extremo.
Ainda que o fenômeno atmosférico El Niño tenha favorecido as temperaturas particularmente altas no primeiro semestre de 2024, os pesquisadores consideram que a alta concentração de gases-estufa foi a principal responsável para o ano de aquecimento recorde.
Os primeiros seis meses de 2024 foram de calor intenso, com cada mês registrando temperaturas globais recordes para o respectivo período. Isso acabou contribuindo para uma sequência de 13 meses de recordes mensais de temperaturas, encerrada em junho.
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Ainda assim, os termômetros globais permaneceram significativamente acima da média. Em 22 de julho, foi registrado um novo recorde para o dia mais quente da série histórica: 17,16°C.
Nos oceanos, o aquecimento também atingiu valores máximos na série histórica. Em 2024, a temperatura média anual da superfície do mar chegou a 20,87°C: um novo recorde que está 0,51°C acima da média de 1991 a 2020.
Publicado na madrugada desta sexta-feira, o relatório do Copernicus é o primeiro de uma série de monitoramentos independentes que mostram o estado do clima no planeta. Outros relatórios, incluindo os produzidos pela Nasa (agência espacial americana) e pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) serão divulgados ao longo do dia.
Apesar das diferentes metodologias e medições, todos os levantamentos confirmaram que 2024 bateu todos os recordes de aquecimento.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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