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A Índia enfrenta um novo tipo de militância na Caxemira? – DW – 25/11/2024

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No dia 3 de novembro, uma explosão atingiu um movimentado mercado de domingo no coração de Srinagar, a maior cidade do país. Índia-administrado Caxemira. Uma mulher de 45 anos, um dos 12 civis feridos no ataque, sucumbiu aos ferimentos mais tarde no hospital. Foi o primeiro ataque de granada que a cidade testemunhou em dois anos. Posteriormente, a polícia deteve três homens. Segundo as autoridades, eles estão associados ao grupo militante Lashkar-e-Taiba (LeT), baseado no Paquistão.
Este é apenas um dos os ataques militantes relatado em Jammu e Caxemira nos últimos meses. Alguns especialistas chamaram este aumento de uma “mudança” na estratégia dos militantes, dizendo que o foco estava se deslocando para o sul e para longe do inquieto vale da Caxemira, de maioria muçulmana para Jammu, de maioria hindu. Alguns meios de comunicação consideraram os ataques como parte de uma “nova onda” e de um “terror renovado” na conturbada região.
Existe realmente um aumento na militância?
Este ano, Jammu e Caxemira elegeram seu primeiro governo desde que foi destituído do seu estatuto semiautónomo com a revogação do artigo 370.º em 2019. A Índia e o Paquistão reivindicam toda a região estrategicamente significativa da Caxemira no Himalaia, que está atualmente dividida, com diferentes porções administradas pela Índia, Paquistão e China.
Alguns especialistas acreditam que as eleições, na sua maioria pacíficas, irritaram os militantes, que a Índia afirma serem apoiados pelo vizinho Paquistão para fomentar a violência na região.
Paquistão negou consistentemente tais alegações.
“As eleições frustraram os grupos terroristas e forçaram-nos a ativar as células adormecidas para sabotar o processo democrático”, disse à DW Ayjaz Wani, analista estratégico da Observer Research Foundation (ORF), em Nova Deli.
Ao mesmo tempo, muitos especialistas apontam para o número de mortes em ataques recentes como prova de que não há um aumento real na actividade militante.
“A tendência geral depois de 2006 tem sido decrescente. Não há razão para acreditar que haja qualquer escalada”, disse Ajai Sahni, Diretor Executivo do Instituto de Gestão de Conflitos e do Portal de Terrorismo do Sul da Ásia (SATP).
De acordo com números publicados no SATP, as mortes relacionadas com a militância – que incluem civis, pessoal de segurança e os próprios militantes – atingiram o seu nível mais baixo em 2012, com 121 mortes registadas nesse ano. O pico de fatalidades foi registrado em 2018, com 452 pessoas mortas. E este ano, o número de mortos é até agora igual ao de 2012.
Sahni descarta as especulações alimentadas pela mídia sobre um aumento militante como “histéricas”.
“Cada vez que há um conjunto aleatório de incidentes, todos começam a gritar sobre escalada, nova estratégia, novas tendências”, disse o especialista em contra-insurgência. “Uma tendência é algo que deve ser sustentado ao longo do tempo. Estas avaliações são histéricas e por vezes motivadas para criar a ideia de uma ameaça muito maior que a ameaça real existente. Isso alimenta um certo discurso político: a ameaça de o malvado terrorista muçulmano que está colocando em risco toda a nação hindu”, acrescentou.
O teatro da militância está mudando?
Sahni também nega que os ataques em Jammu representem uma mudança estratégica, apontando que menos tropas foram enviadas para lá na última década, enfraquecendo a chamada “rede de segurança” que protegia a área.
Índia arma milícias civis em zonas fronteiriças agitadas
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“Esta rede de segurança garantiu que, se houvesse um incidente de militância, haveria um mecanismo onde aquela área poderia ser completamente bloqueada por todos os lados num período de tempo muito curto. Como resultado, na maioria dos casos, se ocorresse um incidente militante o militante não sobreviveria”, disse Sahni. “Por causa da diluição da rede surgiram muitas lacunas, devido às quais era mais fácil para os militantes se movimentarem e se esconderem e também para eles executarem operações e escaparem com vida”, acrescentou.
Mais militantes chegam do exterior
A insurgência de décadas na Caxemira tem subido e descido em popularidade entre os residentes locais, incluindo a era 2015-2016 de adoração quase semelhante a um culto de jovens líderes militantes como Burhan Wanique foi alimentado pelas redes sociais.
Mas os especialistas relatam que o recrutamento local diminuiu desde então e que a lacuna está a ser preenchida por “militantes estrangeiros”, que é como as autoridades indianas se referem aos guerrilheiros do Paquistão. As estimativas indicam que os militantes paquistaneses superam agora o número dos indígenas na Caxemira administrada pela Índia.
Segurança reforçada enquanto a Caxemira administrada pela Índia vota
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“Há um aumento repentino de terroristas estrangeiros. De acordo com relatórios das agências de inteligência, existem cerca de 120 terroristas operando em Jammu e Caxemira no momento. Dos quais 80 estão operando no vale da Caxemira e 40 na região de Jammu. Fora dos 80 no vale da Caxemira, 61 são terroristas estrangeiros. Apenas 19 são locais. Em Jammu, cerca de 35-36 são terroristas estrangeiros. terrorista”, disse Shesh Paul Vaid, ex-diretor-geral da Polícia de Jammu e Caxemira à DW.
Taxa de sobrevivência dos terroristas “muito baixa”
O analista estratégico Wani, da ORF, afirma que “mudanças positivas” na percepção local, juntamente com medidas de segurança reforçadas, são os factores que levam menos pessoas locais a aderirem à militância.
“Nos últimos trinta anos, a Caxemira tem sido usada pelo Paquistão e pelos seus militares para distrair os cidadãos das questões políticas e económicas internas”, disse ele.
“Muitos jovens na Caxemira sentem agora que o Paquistão os enganou ao explorar a religião… em última análise, é claro que o apoio do Paquistão ao terrorismo não se deve à sua afinidade com os muçulmanos da Caxemira, mas deve-se aos próprios desígnios geoestratégicos e geopolíticos do Paquistão para dificultar A rápida ascensão da Índia no cenário global”, acrescentou o analista.
Sahni diz que há um esforço para aumentar o componente indígena na militância da Caxemira de tempos em tempos.
“Neste momento o recrutamento local está num nível muito baixo porque a taxa de sobrevivência dos terroristas hoje na região é muito baixa”, disse ele.
Mas Vaid alerta que militantes estrangeiros provavelmente estão por trás dos ataques mais recentes na região.
“Há uma probabilidade de grandes ataques terroristas nos próximos dias. O aumento do componente terrorista estrangeiro representará uma nova ameaça à estabilidade na região”, disse ele.
Editado por: Darko Janjevic
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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