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À medida que o cerco de Israel ao norte de Gaza continua, como é que as pessoas estão a lidar com a situação? | Notícias do conflito Israel-Palestina

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Israel atacou Beit Lahiya no sábado, atingindo edifícios residenciais. Pelo menos 87 pessoas foram mortos ou desaparecidos, de acordo com o Gabinete de Comunicação Social do Governo.

Israel sitiou o norte de Gaza há mais de duas semanas e tem atacado ferozmente todos os que restaram na área desde então, resultando na morte de muitos civis.

Aqui está o que você precisa saber sobre o ataque contínuo de Israel no norte de Gaza:

O que Israel está fazendo com o norte de Gaza?

Israel lançou o ataque no norte de Gaza em 6 de outubro, alegando que tinha como objetivo impedir o reagrupamento do Hamas.

O porta-voz árabe do exército israelita, Avichay Adraee, disse que o Hamas estabeleceu “infra-estruturas terroristas na sua região, explorando a população, abrigos e instalações de saúde como escudo humano”.

Israel exigiu a evacuação de civis de grandes áreas, incluindo Jabalia, Beit Lahiya e Beit Hanoon, apelando aos residentes para fugirem para o sul, incluindo para a já sobrelotada “zona humanitária” em al-Mawasi.

Israel atacou zonas humanitárias várias vezes, o que levou as Nações Unidas a afirmar repetidamente que nenhum lugar no enclave é seguro.

“Sentimos que somos corpos sem alma. O bombardeamento foi intenso e impiedoso em torno da nossa casa, desconsiderando a presença de crianças e mulheres no interior”, disse um residente do norte de Gaza à Al Jazeera. “Os corpos são deixados nas ruas. Eles se tornaram comida para cães.”

Os esforços de resgate no norte foram prejudicados por um apagão nas comunicações e obstruções nas estradas devido ao cerco.

Entretanto, o exército israelita divulgou imagens que mostram dezenas de palestinianos a serem detidos perto do Hospital Indonésio, onde muitos se tinham abrigado – pessoas em cadeiras de rodas são vistas entre os detidos.

Quantas pessoas ainda estão lá?

A ordem de evacuação afetou cerca de 400 mil pessoas que vivem lá, aproximadamente 20 por cento da população de Gaza, segundo estimativas da ONU.

Muitos deles estão presos, incapazes de sair devido aos intensos bombardeios, aos atiradores israelenses e às tropas terrestres.

O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, alertou na quinta-feira Israel que “qualquer transferência forçada de uma grande parte da população do Norte de Gaza equivaleria a um crime de guerra”.

Analistas dizem que as ordens de evacuação de Israel em Gaza indicam que aqueles que não podem, ou optam por não sair, estão sendo considerados alvos militares, com “áreas de evacuação” tratadas como “zonas de morte”.

Palestinos deslocados fogem de áreas no norte da Faixa de Gaza após uma ordem de evacuação israelense, em meio ao conflito Israel-Hamas, em Jabalia, 6 de outubro de 2024. REUTERS/Hussam Al-Zaanin TPX IMAGENS DO DIA
Palestinos deslocados fogem de áreas no norte de Gaza após uma ordem de evacuação israelense (Arquivo: Hussam Al-Zaanin/Reuters)

Quais são as condições para as pessoas no norte de Gaza?

Nenhuma ajuda alimentar chegou ao norte desde 2 de outubro, afirmou o subsecretário-geral interino da ONU para assuntos humanitários e ajuda de emergência num relatório divulgado na quarta-feira, acrescentando que “todos os suprimentos essenciais para a sobrevivência estão a esgotar-se”.

Ela alertou que embora a distribuição dos “suprimentos alimentares existentes” estivesse em andamento, esses estoques estavam “diminuindo rapidamente”.

O Programa Alimentar Mundial da ONU afirmou em 12 de Outubro que o norte estava “basicamente isolado e não podemos operar lá”.

James Smith, um médico de emergência que regressou recentemente depois de trabalhar em Gaza, disse à Al Jazeera que se juntou a vários comboios de ajuda e médicos que tentaram deslocar-se do sul de Gaza para o norte.

“Na maioria das vezes, o acesso foi-nos negado pelos militares israelitas que controlavam os postos de controlo”, disse ele. “Muito poucos comboios da ONU que tentaram chegar ao norte conseguiram chegar. Ocasionalmente, isso também significava que não podíamos resgatar pacientes feridos e doentes do norte.”

Os militares israelitas negaram ter restringido o fornecimento de ajuda, dizendo que desde 1 de Outubro, mais de 9.000 toneladas de ajuda humanitária entraram em Gaza através de várias passagens.

Afirmou que parte dessa ajuda foi transferida diretamente para o norte de Gaza.

O Gabinete de Comunicação Social do Governo refutou a alegação, dizendo que as “mentiras” de Israel sobre permitir a entrada de camiões são completamente falsas.

Quantas pessoas o exército israelense matou?

Israel matou pelo menos 450 pessoas no norte de Gaza desde que o sitiou em 6 de outubro, segundo médicos que falaram com a Al Jazeera.

Um dos principais focos dos ataques israelitas no norte tem sido Jabalia, o maior campo de refugiados em Gaza. Matou pelo menos 33 pessoas em Jabalia na sexta-feira.

Um homem lamenta os corpos de parentes mortos em um ataque aéreo israelense noturno no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em frente ao al-Maamadani, em 12 de outubro de 2024. - Nos últimos dias, os militares lançaram um intenso ataque ataques terrestres e aéreos no norte de Gaza, particularmente dentro e ao redor da cidade de Jabalia. (Foto de Omar AL-QATTAA/AFP)
Um homem chora pelos corpos de parentes mortos em um ataque aéreo israelense ao campo de refugiados de Jabalia, em frente ao Hospital Batista, em 12 de outubro de 2024 (Omar al-Qattaa/AFP)

Os feridos podem receber tratamento?

Três hospitais continuam a funcionar parcialmente no norte de Gaza – o Hospital Al-Awda, o Hospital Indonésio e o Hospital Kamal Adwan.

Estas unidades de saúde têm visto um influxo maciço de pacientes durante o cerco de duas semanas a Israel, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Na sexta-feira, o Diretor-Geral de Hospitais do ministério, Muhammad Zaqout, disse que todas as três instalações foram bombardeadas durante esta última operação israelense.

O ministério disse que dois pacientes do Hospital Indonésio morreram devido a uma queda de energia e ao cerco israelense, que está impedindo que suprimentos médicos cheguem até eles.

Enquanto isso, uma pessoa foi morta e outras ficaram feridas depois que as forças israelenses bombardearam a entrada do Hospital Kamal Adwan no sábado.

No entanto, apesar das ordens de evacuação dos militares israelitas, os médicos das três instalações recusaram-se a deixar os seus pacientes.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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