AMAZÔNIA
A REDE DE MARINA SILVA: Quando ela deixará de ser a eterna herdeira?
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Marina Silva herdou o espólio social de Chico Mendes quando o ambientalista foi assassinado. E não capitalizou. Em seguida recebeu o legado político de Eduardo Campos e, mesmo assim, não conseguiu levar adiante a sua candidatura. Desta vez, assumirá os votos da esquerda que iriam para Lula. Ela irá desperdiçar novamente esse precioso trunfo?
Que a ex-senadora Marina Silva possui luz própria é inegável. A intensidade do brilho é que poderia ter sido mais vigorosa, se a presidenciável da Rede não fosse pródiga em desperdiçar as oportunidades que, não raro, desabam em seu colo. Mais precisamente, os espólios políticos herdados quase que de bandeja, ao longo de sua trajetória política. Cavalo encilhado não passa duas vezes, reza o provérbio popular. Marina já extrapolou a cota. Recebeu a visita da sorte duas vezes. Foi assim na década de 80, quando despontou como liderança no vácuo da popularidade do ex-líder seringueiro Chico Mendes e, em 2014, quando deslanchou na corrida presidencial a partir do trágico acidente aéreo envolvendo o ex-governador Eduardo Campos. Nas duas ocasiões, frustrou aliados e apoiadores que apostavam todas as fichas em vôo mais altos da política acreana. Agora, como numa reprise, Marina morena se pinta para a guerra eleitoral com importante vantagem sobre seus oponentes. Desponta como a principal beneficiária da saída de Lula da disputa pelo Planalto nas eleições de outubro. Sem o ex-presidente na disputa, ela alcança 16% das intenções de voto e fica muito perto de uma vaga no segundo turno.
Apesar do cenário favorável, nem a Rede, sua legenda, e nem a própria Marina traçaram estratégias para fidelizar o eleitorado órfão a partir da saída do petista do páreo. “O voto não está em uma cesta do Lula ou da Marina. O eleitor dá seu voto e depois recolhe para si próprio. Ele tem que votar em quem acredita”, desdenha a própria pré-candidata. O deputado Aliel Machado (Rede-PR) vê com naturalidade a transferência de votos de Lula para Marina Silva, por terem histórias de vida parecidas. Mas reconhece que é preciso consolidar essa herança para construir uma candidatura forte. “Apesar de a Marina ser uma candidata conhecida, hoje ela é maior que a Rede. O partido é pequeno, mas ela tem muito potencial e força política. Precisa consolidar isso”, afirmou.
Os obstáculos
Com estilo discreto, muito criticado por opositores que a acusam de só aparecer em ano eleitoral, Marina terá que superar pelo menos três barreiras para se firmar como legatária dos votos de Lula: pouco tempo de propaganda no rádio e na televisão, estrutura partidária frágil e menos recursos para financiar a campanha – a Rede deve receber cerca de R$ 10,7 milhões do fundo eleitoral, o 22º maior valor entre os 35 partidos registrados no TSE. Para isso, nas últimas semanas, os articuladores de sua candidatura entabularam conversas na tentativa de ampliar o leque de alianças. Se não lançarem candidatos próprios, o PPS e o PSB são alvos em potencial. Setores do partido defendem a união com legendas com as quais ela se coligou em 2014: PHS, PSL e PRP. O problema é que o PSL já está de casamento marcado com Jair Bolsonaro, que hoje margeia os 20% nas pesquisas, restando apenas o papel passado. “É cedo para afirmar, mas não vejo a Marina como favorita nesta eleição”, cravou Murilo Hidalgo, do Instituto Paraná Pesquisas.
O maior obstáculo, no entanto, reside no próprio comportamento da ex-ministra do Meio Ambiente. “É uma pessoa maravilhosa, séria e encantadora. Mas não é fácil lidar com ela, politicamente falando. A postura, muitas vezes, é de anti-candidata”, reclama um conhecido apoiador. Ela pouco viaja pelo País, aparece de vez em quando em programas de televisão e se comunica mal com o eleitorado. Quando demonstra desenvoltura, o faz pelas redes sociais. É naquele ambiente que Marina se sente mais confortável para disparar ataques aos partidos tradicionais. “PT, PSDB, PMDB e DEM precisam de quatro anos sabáticos para reler seus programas. São partidos que deram suas contribuições, mas se perderam no apego ao poder”, escreveu.
A vocação de herdeira de Marina começou no Acre, na década de 80, quando ela conheceu o líder seringueiro Chico Mendes, então presidente do Sindicato dos Seringueiros de Xapu. Foram muito amigos e companheiros de luta por anos. Juntos, fundaram CUT do Acre, em 1985. No ano seguinte, Marina se filiou ao PT e compôs chapa com Mendes: ela se candidatou à deputada federal e ele a deputado estadual. Ambos foram derrotados. E o movimento dos seringais desidratou. Na eleição de 1988, Marina se elegeu vereadora por Rio Branco. No mesmo ano, Chico Mendes foi assassinado. Em 2014, Marina era a vice na chapa do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Um acidente aéreo levou à morte de Campos ainda no início da campanha. Marina, então filiada ao PSB, assumiu o posto e concorreu à Presidência. Cresceu nas pesquisas e, em alguns cenários, apareceu em segundo lugar, à frente de Aécio Neves (PSDB-MG). Apesar de conquistar 22 milhões de votos, não chegou ao segundo turno. Mudar a história é possível, mas exigirá da candidata mais do que apenas gerir um legado que ela sempre deixou escapar por entre os dedos.
A trajetória de Marina
Infância difícil
Nascida em um seringal próximo a Rio Branco, no Acre, em 1958, Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima é filha de um seringueiro e uma dona de casa. Vivendo em meio à precária produção de borracha, sobreviveu a doenças como hepatite, leishmaniose e malária. Aos 16 anos, mudou-se para a capital acreana onde foi alfabetizada pelo Mobral.
Entrada na política
Professora de ensino médio, Marina debutou no movimento sindical e fundou a CUT no seu estado ao lado do ativista Chico Mendes. Filiou-se ao PT na década de 1980. Na primeira eleição da qual participou, em 1986, foi derrotada na disputa por uma vaga na Câmara Federal. Dois anos depois, elegeu-se vereadora de Rio Branco.
Senadora precoce
Depois de um mandato como deputada estadual, Marina foi eleita ao Senado Federal. Com apenas 36 anos, tornou-se a senadora mais jovem da história da República.
Eleições 2010 e 2014
Lançou-se candidata à Presidência da República pelo PV. Apesar da pouca estrutura, conquistou o coração de quase 20 milhões de eleitores.Em 2013, tentou registrar no TSE a Rede Sustentabilidade, mas não conseguiu a aprovação. Filiou-se, então, ao PSB, sendo incorporada à chapa de Eduardo Campos como candidata a vice. Após a morte do pernambucano, em trágico acidente aéreo, assumiu a cabeça de chapa. Chegou a liderar as pesquisas, mas despencou na reta final e não chegou nem ao segundo turno. Por Tábata Viapiana.
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Com 100 m², Memorial Chico Mendes é inaugurado em parque ambiental de Rio Branco: ‘Retomar conexão’
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7 de junho de 2024![](https://sp-ao.shortpixel.ai/client/to_auto,q_lossless,ret_img,w_984,h_554/https://www.acre.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Chico-Mendes-memorial.avif)
Espaço fica no Parque Ambiental Chico Mendes, estava fechado desde 2021 e começou a ser revitalizado em dezembro do ano passado. Inauguração ocorreu nesta sexta-feira (7) faz parte da programação da Semana do Meio Ambiente.
Capa: Memorial Chico Mendes é inaugurado no Parque Ambiental Chico Mendes, em Rio Branco — Foto: Aline Nascimento/g1.
Como parte da programação da Semana do Meio Ambiente, foi inaugurado nesta sexta-feira (7) o Memorial Chico Mendes, no Parque Ambiental Chico Mendes, na capital acreana. O local, fechado desde 2021 para revitalização, já está aberto ao público para visitação.
A cerimônia contou com a participação de autoridades e parentes do líder seringueiro, morto em 1988. O espaço visa homenagear e preservar a memória de Chico.
Dentro do espaço de 100 metros quadrados há utensílios, aparelhos, livros e demais itens que contam a história do seringueiro. Além disto, há uma TV multimídia onde passa vídeos educativos, e o cantinho ‘Chico Ensina, que conta com livros infantis na temática ambiental. No centro do espaço, há uma seringueira, que é símbolo do estado, e um totem do próprio Chico em tamanho real na varanda do espaço.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Nasserala, o espaço estava deteriorado, oferecia riscos aos visitantes e, então, passou por reconstrução desde dezembro do ano passado. O valor da obra foi orçado em R$ 104,9 mil.
“Aqui no nosso parque é um lugar muito movimentado. Em 2021, até hoje, já passaram por aqui 558 mil pessoas nesse Parque Chico Mendes. Só esse ano foram 45 mil pessoas, então é um lugar que realmente tem que preservar. Sem falar que nós temos visitantes do mundo inteiro aqui. E chegando aqui, visitava o parque, céu aberto, mas faltava exatamente a característica, o local que deu origem ao nome do nosso grande Chico Mendes”, complementou.
A gerente do parque, Joseline Guimarães, falou que o local é um atrativo para a população e que esse momento de devolução é importante para que as pessoas rememorem o legado e a luta de Chico Mendes.
“É um espaço que conta toda a luta, o legado do Chico Mendes, e também vai ser um espaço multiuso, um espaço cultural, onde os artistas acreanos podem fazer o seu vernissage, atividades educativas, reuniões”, diz.
Legado
Sandino Mendes, filho do líder ambiental, participou da cerimônia de abertura do espaço e destacou que o local traz o objetivo de eternizar a luta de Chico e mostrar a importância dele para as futuras gerações.
“A inauguração do Memorial de Chico Mendes serve não só como um espaço para preservar a memória do meu pai, esse grande líder, mas que também nos inspira a dar continuidade aos seus ideais, a sua luta, ao seu legado”, falou.
Angélica Mendes, neta de Chico, pontuou também sobre legado e do reconhecimento internacional dele. Além disto destacou também sobre a necessidade de perpetuar a causa ambiental, que é de responsabilidade de toda a sociedade.
“Esse parque ele representa muito não só pra gente, como família, mas pra toda a população de Rio Branco, porque a gente precisa de áreas verdes, a gente precisa voltar essa conexão que a gente tem com as flores. A gente precisa retomar a conexão com as nossas raízes. É muito importante porque nós somos amazônidas, nós somos Amazônia, nós somos o presente e nós somos o futuro”, frisou.
sta causa também foi pontuada pelo prefeito Tião Bocalom durante o discurso de inauguração. “Meio ambiente não é só árvore e bicho. Meio ambiente é tudo […] quando o espaço é bem cuidado, as pessoas têm uma melhor qualidade de vida”, destacou.
Semana do Meio Ambiente
Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, pelo menos mil árvores foram plantadas em Rio Branco nesta quinta-feira (6). Com o tema “Cuidar da Amazônia é cuidar da vida”, a Semana do Meio Ambiente é promovida na capital com programação que ocorre entre os dias 5 a 7 de junho.
Na manhã desta quinta, 500 mudas de árvores foram plantadas no início do Parque Ipê até o entorno do Parque do Tucumã, e contou ainda com a participação de 70 estudantes da rede pública de ensino. A tarde, mais 500 foram plantadas.
As datas comemorativas são em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado na última quarta-feira (5). Durante esta semana, palestras e demais abordagens sobre meio ambiente e mudanças climáticas são abordadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia).
![Iniciativa da Semeia planta 500 mudas de árvores no Parque do Tucumã, em Rio Branco, nesta quinta-feira (6) — Foto: Val Fernandes/Asscom - Prefeitura de Rio Branco](https://s2-g1.glbimg.com/7HxaD38u30h11WPJyfgqk3Kiv6c=/0x0:1280x852/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/P/4/65DU5wRDueWKWzA3u0FQ/whatsapp-image-2024-06-06-at-11.38.18.jpeg)
Iniciativa da Semeia planta 500 mudas de árvores no Parque do Tucumã, em Rio Branco, nesta quinta-feira (6) — Foto: Val Fernandes/Asscom – Prefeitura de Rio Branco
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Deslizamentos de terra, filas para conseguir alimento e moradores sem casa: como está a situação no AC após cheia histórica
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Capital estima prejuízo de R$ 200 milhões e recuperação pode levar até um ano. Em Brasiléia e Rio Branco, mais de 200 pessoas não têm mais casa para voltar.
Deslizamentos de terra, casas arrastadas pelo Rio Acre, famílias desabrigadas e filas quilométricas para conseguir uma cesta básica. Estas são algumas das dificuldades vivenciadas pelos atingidos pela cheia do Rio Acre que buscam recomeçar após a baixa das águas.
Há mais de 10 dias, o manancial atingia uma marca histórica que impactou a vida de mais de 70 mil rio-branquenses. Os efeitos dessa enchente, no entanto, continuam a afetar a população.
👉 Contexto: o Rio Acre ficou mais de uma semana acima dos 17 metros e alcançou o maior nível do ano, de 17,89 metros, no dia 6 de março, há mais uma semana. Essa foi a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros, em 2015.
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Acre tem mais de 120 vagas de emprego nesta segunda-feira; confira as oportunidades
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O Sistema Nacional de Emprego do Acre (Sine) divulga 123 vagas de emprego para diversas áreas nesta segunda-feira (18) em Rio Branco.
Para se candidatar às vagas, que podem ser rotativas, os candidatos devem ter um cadastro no Sine. Para fazer, é preciso levar Carteira de Trabalho, comprovante de endereço e escolaridade, RG/CPF e título de eleitor para realizar o cadastro.
O atendimento ocorre por telefone, onde o Sine fornece mais informações sobre as oportunidades divulgadas. Para conferir se as vagas ainda estão disponíveis, basta entrar em contato através dos telefones 0800 647 8182 ou (68) 3224-5094.
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