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As gangues do Haiti infligem “extrema brutalidade” à medida que o número de vítimas aumenta – relatório da ONU | Notícias sobre violência armada

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8 meses atrásem
Um escalada da guerra de gangues no Haiti matou ou feriu 1.745 pessoas entre Julho e Setembro, de acordo com um novo relatório das Nações Unidas sobre direitos humanos, representando um aumento de mais de 30 por cento em relação ao trimestre anterior.
Pelo menos 106 execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias foram realizadas por agentes da lei, incluindo seis crianças com 10 anos ou menos, revelou na quarta-feira o relatório do Escritório Integrado da ONU no Haiti (BINUH).
Durante este período, os gangues também raptaram 170 indivíduos em busca de resgate, observou o relatório.
O aumento da violência ocorre num momento em que uma missão de segurança apoiada pela ONU para reprimir os gangues, liderada por 400 polícias quenianos, tem lutado para obter financiamento e pessoal internacional.
Crescem os apelos para que uma missão de paz da ONU intervenha em meio a disputas políticas no Haiti sobre um processo de transição instável, com novas eleições marcadas para o final de 2025.
“Na ausência de representantes do Estado, os gangues assumem cada vez mais funções tipicamente desempenhadas pela polícia e pelo poder judicial, ao mesmo tempo que impõem as suas próprias regras”, alertou o relatório do BINUH.
‘Queimado vivo’
A violência foi em grande parte responsabilidade de um enxame de gangues que disputam o poder na empobrecida nação caribenha, que está no meio de um conflito de quatro anos. crise políticadisse o relatório BINUH.
A coalizão de gangues, que se autodenomina Viv Ansamn (Viver Juntos) em crioulo haitiano, controla ou está presente em 80 por cento do capital, Porto Príncipe.
Alguns dos confrontos recentes mais sangrentos ocorreram na favela La Saline, perto do principal porto da capital. Lá, 238 moradores foram mortos ou feridos, “a maioria deles dentro de suas casas improvisadas”, disse o relatório.
No notório bairro de lata de Cité Soleil, na capital, uma trégua falhada entre gangues irrompeu numa batalha de dois dias em Setembro, matando ou ferindo dezenas de pessoas, incluindo sete crianças, acrescentou o relatório.
As gangues também ocuparam as comunidades de Carrefour e Gressier, nos arredores de Porto Príncipe, usando “extrema brutalidade para colocar os moradores sob seu controle”, disse BINUH.
Num caso, afirmou, um polícia à paisana que foi detido por membros de um gangue em meados de Agosto “foi mutilado e depois forçado a comer partes do seu corpo, antes de ser queimado vivo”.
A violência sexual também foi generalizada, com 55 casos registados de violação em grupo, embora o relatório tenha observado que tais crimes são muito subnotificados.
Mulheres e meninas de até 10 anos “foram atacadas dentro de suas casas, enquanto outras foram sequestradas e estupradas enquanto caminhavam pelas ruas ou andavam em veículos de transporte público”, afirmou.
Violência policial “desproporcional”
1.223 pessoas foram mortas e 522 ficaram feridas como resultado da violência das gangues e da luta contra as gangues, informou a ONU em seu relatório trimestral. Embora isto represente um aumento de 27% em relação ao trimestre anterior, é uma queda de 32% em relação aos primeiros três meses do ano.
Além da violência infligida por gangues, as autoridades haitianas também foram responsáveis por 669 vítimas, de acordo com o relatório do BINUH. A maioria dos mortos ou feridos eram membros de gangues, mas cerca de um quarto das vítimas não estavam envolvidos nas hostilidades e foram simplesmente apanhados no fogo cruzado.
“As informações recolhidas… apontam para um possível uso desproporcional de força letal e uma falta de medidas de precaução para proteger a população durante as operações policiais”, disse BINUH.
A polícia também executou sumariamente pelo menos 96 pessoas, incluindo seis crianças, enquanto o promotor público da cidade costeira de Miragoan, no sul, Jean Ernest Muscadin, realizou 10 execuções extrajudiciais, segundo o relatório.
Um alto funcionário da ONU disse à Al Jazeera que a agência “trouxe esta questão à atenção da liderança policial e eles nos disseram que tomariam medidas imediatamente”.
A Al Jazeera solicitou comentários da polícia nacional do Haiti.
William O’Neill, Especialista Independente das Nações Unidas em Direitos Humanos no Haiti, disse à Al Jazeera que estava “preocupado” com as alegações de execuções extrajudiciais cometidas pela polícia.
“Nos seus esforços para controlar os gangues cruéis do Haiti, a polícia deve seguir o direito internacional sobre o uso da força, especialmente a força letal”, acrescentou, dizendo que a polícia deve investigar todos os casos em que a força possa ter sido usada de forma desproporcional.
As últimas conclusões da ONU sublinham o aprofundamento da crise humanitária no Haiti, onde anos de violência de gangues forçou 700.000 pessoas a abandonarem as suas casas e aprofundou a pobreza e a fome já devastadoras.
A violência aumentou ainda mais este mês, quando homens armados tentaram tomar uma das últimas áreas da capital que não estavam sob seu controle, o bairro Solino, perto do centro da cidade, em grande parte deserto. Vários ataques de gangues tiveram como alvo funcionários estrangeiros da ONU e da embaixada dos EUA e interromperam os planos de enviar um grupo de funcionários diplomáticos de volta para casa.
Sobreviventes de um ataque mortal de gangue no centro do Haiti, no início de outubro, descreveu como acordou com tiros e caminhou durante horas em busca de segurança após o ataque que matou quase 100 pessoas.
Dezenas de membros do Gran Grif, ou gangue Big Claw, armados com facas e rifles de assalto, mataram crianças, mulheres, idosos e famílias inteiras em seu ataque a Pont-Sonde, cerca de 100 km (62 milhas) a noroeste de Porto Príncipe. .
Em 18 de outubro, o Conselho de Segurança da ONU estendeu um embargo de armas no Haiti devido às graves preocupações relativas aos níveis extremamente elevados de violência dos gangues.
Após a sua última visita ao país no mês passado, O’Neill expressou alarme com o facto de a situação estar a deteriorar-se.
“Os esforços devem ser redobrados imediatamente”, disse ele aos repórteres.
Ele levantou preocupações sobre o aumento da violência sexual perpetrada por gangues, bem como o tráfico e recrutamento forçado de crianças.
Fez também um apelo urgente à comunidade internacional para que fornecesse à missão de segurança liderada pelo Quénia os recursos necessários para apoiar eficazmente as operações policiais, bem como instou à aplicação do embargo de armas.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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