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As novas táticas de Israel no norte de Gaza alimentam temores de campanha de limpeza étnica | Notícias de Gaza
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12 meses atrásem
Autoridades palestinianas, testemunhas e jornalistas acusam Israel de intensificar uma campanha de limpeza étnica no norte de Gaza, onde aos civis sob constantes bombardeamentos é negado o direito às suas casas, comida, água, apoio médico e viagens seguras.
Eles rejeitam as alegações do exército israelita de que a sua pressão, que começou no início de Outubro, visa simplesmente aproximar os combatentes do Hamas na área, uma vez que ali permanecem dezenas de milhares de civis.
Nenhuma ajuda foi permitida desde então, aumentando os temores de fome e doenças.
De acordo com a Agência de Assistência e Obras da ONU (UNRWA), “as autoridades israelitas estão a impedir que os palestinianos (no norte de Gaza) tenham acesso aos bens essenciais para a sua sobrevivência, incluindo água. Os humanitários não conseguem realizar o seu trabalho em segurança.”
Anas al-Sharif, repórter da Al Jazeera no norte de Gaza, disse na sexta-feira: “Estamos sendo aniquilados diante do mundo”.
No início desta semana, conforme noticiado pelo jornal Guardian do Reino Unido, o porta-voz militar de Israel, Itzik Cohen, disse que ninguém seria autorizado a regressar às suas casas nas áreas devastadas do norte de Gaza. Cohen também teria dito que a ajuda só seria autorizada a entrar no sul de Gaza.
Autoridades israelenses têm desde que tentei distanciar-se dessas afirmações.
Mas agências humanitárias, grupos de direitos humanos e observadores dizem que Israel parece estar a empregar uma chamada “Plano Geral”uma estratégia controversa defendida por um membro reformado do exército israelita, sugerindo que o exército esvazia à força o norte de Gaza de toda a sua população e considera qualquer pessoa que permaneça como um combatente inimigo.
No momento da publicação, o exército israelense não havia respondido ao pedido de comentários da Al Jazeera.
Hamas acusou Israel de “massacres que equivalem a limpeza étnica, juntamente com um cerco completo ao norte de Gaza”.
A UNRWA disse que 69 mil pessoas permanecem no norte de Gaza. Outras estimativas sugerem que a população atual está perto de 100.000.
Como é a vida no norte de Gaza?
Desde o início de Outubro, o norte de Gaza está em estado de cerco contínuo. Centenas de civis, incluindo crianças, foram mortos.
Não foi permitida a entrada de alimentos ou de ajuda. O exército israelita está a devastar o que restou das cidades e aldeias que outrora foram o lar de milhares de famílias palestinianas.
Dezenas de milhares de civis que ainda estão na área tentam sobreviver às ameaças diárias de bombardeios, disparos de franco-atiradores e à perspectiva de fome iminente.
O exército israelita está a tentar forçá-los a sair, enviando ordens de evacuação através de mensagens e folhetos nas redes sociais. Alertas aéreos são supostamente emitidos por drones, instando-os a fugir para o sul, onde as condições são relativamente mais seguras, mas ainda perigosas. A comida também é escassa no sul, os bombardeamentos são implacáveis e os hospitais mal funcionam.
“Em todo o norte de Gaza, não há forma de saber onde começa ou termina a destruição”, disse Louise Wateridge, oficial sénior de emergência da UNRWA, da missão da agência no norte de Gaza.
“Até onde a vista alcança, casas, hospitais, escolas, mesquitas, restaurantes – tudo foi completamente arrasado. Resta apenas a carcaça (da cidade de Gaza), com toda a sociedade se tornando um cemitério.”
Apesar das afirmações israelitas em contrário, as agências de ajuda insistem que todas as tentativas de entrega de alimentos às pessoas nas áreas sitiadas da província de Gaza Norte foram bloqueadas pelas autoridades israelitas.
As condições de saúde continuam críticas.
O Hospital Kamal Adwan, a última instalação médica em funcionamento no norte sitiado, foi atingido por fogo israelense duas vezes na semana passada. A entrega de suprimentos salva-vidas aos Hospital al-Awda foi negado, disseram as agências.
As condições são “além de terríveis”, disse Wateridge à Al Jazeera via WhatsApp.
Ela disse que em uma escola que foi convertida em abrigo improvisado, “o esgoto escorre pelas paredes”.
“Se as pessoas não forem mortas por bombas hoje, serão mortas por doenças amanhã”, disse ela.
O que dizem os especialistas, grupos de direitos humanos e políticos?
Analistas entrevistado pela Al Jazeera qualificaram o plano de Israel de deslocar à força milhares de pessoas do norte de Gaza como “limpeza étnica”.
“O mundo deve parar de esperar enquanto Israel recorre a crimes de cerco, fome e atrocidades para deslocar e destruir à força civis e vidas civis”, afirmou a diretora da Amnistia para o Médio Oriente e Norte de África, Heba Morayet, num comunicado.
Jeremy Corbyn, há muito defensor dos direitos palestinianos e antigo líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, disse que a campanha de Israel no Norte era uma “definição clássica de limpeza étnica”.
Josep Borrell, chefe da política externa da União Europeia, disse que os hospitais no norte de Gaza estão a ser “atacados com uma intensidade raramente vista na guerra moderna”.
Rohan Talbot, da instituição de caridade Medical Aid Palestinians, postou um mapa de novas ordens de evacuação no X na sexta-feira. “A limpeza étnica do Norte de Gaza foi a prova de conceito. O ataque à Cidade de Gaza é o próximo. O genocídio não irá parar até que seja forçado a parar.”
As pessoas podem sair do norte de Gaza?
A própria Gaza continua a ser uma prisão eficaz, com os residentes impedidos pelo exército israelita de deixar o enclave em busca de comida, medicamentos e abrigo – ou para escapar ao seu bloqueio.
Mas mesmo a movimentação dentro de Gaza está repleta de riscos e desafios. O transporte funcional permanece fora do alcance da maioria. Algumas famílias viajaram a pé numa tentativa desesperada de fugir, algumas usando carroças puxadas por burros durante o deslocamento.
Eles estão tentando chegar ao Corredor Netzarim, o que pode levar horas. Uma vez lá, esperam ainda mais tempo para iniciar o demorado processo de passagem pelos controlos de segurança israelitas para chegar ao sul.
Mas muitos no norte de Gaza acreditam que fugir para o sul não ofereceria muito descanso.
“O que há (no sul) para as famílias partirem?” Wateridge disse. “A doença está se espalhando; há comida limitada; milhares de famílias estão amontoadas umas em cima das outras em péssimas condições de abrigo.
“Neste momento, a realidade é que 2,2 milhões de pessoas estão exaustas após 13 meses de deslocamento e presas em bolsões da Faixa de Gaza, impedidas de fugir para qualquer segurança real.”

Qual é o corredor Netzarim?
As tropas israelenses dividiram o enclave em dois e controlam todas as viagens entre cada lado.
O Corredor Netzarim, com quatro quilómetros de profundidade e fortemente fortificado, atravessa a Faixa de Gaza, estendendo-se desde a fronteira israelita até ao Mediterrâneo.
O estabelecimento do corredor que corta Gaza ocorreu por etapas, começando em Outubro e concluindo com o seu estabelecimento formal no final de Novembro.
Qual é o ‘Plano Geral’?
Em Abril, o Conselheiro de Segurança Nacional reformado, General Giora Eiland, elaborou o esboço de um plano que iria essencialmente limpar o norte de Gaza de toda a sua população, sob o pretexto de combater um Hamas ressurgente na região.
Nos seus termos, a população do norte de Gaza teria uma semana para fugir, antes de ser considerada combatente inimigo pelas forças israelitas.
A partir desse ponto, todo o acesso ao norte isolado seria interrompido, numa nova tentativa de pressionar o Hamas a libertar os restantes prisioneiros israelitas, mas também a obter controlo indefinido sobre o norte de Gaza, dividindo efectivamente a Faixa de Gaza.
Washington disse que rejeita o plano, enquanto Israel nega oficialmente que o esteja a levar a cabo.
O Times of Israel informou que, em meados de setembro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estava considerando o plano. Mas quando as autoridades norte-americanas lhe pediram para rejeitar publicamente o plano, Netanyahu teria hesitado.

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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre
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11 horas atrásem
24 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta sexta-feira, 24, no Teatro Universitário, a recepção aos alunos concluintes dos cursos de licenciatura que participarão do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), neste domingo, 26.
O evento teve como objetivo acolher e motivar os estudantes para a realização da prova, que tem grande importância para a formação docente e para a avaliação dos cursos de graduação. Ao todo, 530 alunos participarão do Enade Licenciaturas este ano, sendo 397 em Rio Branco e 133 em Cruzeiro do Sul.
Participam do Enade Licenciaturas os concluintes dos cursos de Física, Física EaD, Letras/Português, Letras/Inglês, História, Geografia, Ciências Biológicas, Química, Matemática, Matemática EaD, Pedagogia, Ciências Sociais, Filosofia e Educação Física.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, que representou a reitora Guida Aquino, destacou o papel da universidade pública na formação docente e o compromisso social que acompanha o exercício do magistério. “A missão de quem se forma nesta instituição vai além do diploma. É defender a educação pública, a democracia e os direitos humanos. Vocês representam o que há de melhor na educação acreana e brasileira. Cada um de vocês é parte da história e da luta da Ufac.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou o caráter formativo do exame e o compromisso da universidade com a qualidade da educação. “O Enade é mais do que uma prova. Ele representa uma etapa importante da trajetória de cada estudante que trilhou sua formação nesta universidade. É um momento de reflexão sobre o aprendizado, o esforço e o legado que cada um deixa para os próximos alunos.”
Ela reforçou que o desempenho dos estudantes é determinante para o conceito de cada curso e destacou a importância da participação responsável. “É fundamental que todos façam a prova com dedicação, levando o nome da Ufac com orgulho. Nós preparamos esse encontro para motivar, orientar, e entregar um kit com lanche, água, fruta e caneta, ajudando os alunos a se organizarem para o domingo.”
A pró-reitora lembrou ainda que a mesma ação está sendo realizada no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, com o apoio da equipe da Prograd e dos coordenadores locais. “Lá, os alunos estão distribuídos em três escolas, e nossa equipe vai acompanhá-los no dia da prova, garantindo o mesmo acolhimento e suporte.”
O evento contou com apresentação cultural da cantora Luzienne Lucena e do Grupo Vibe, do projeto Pró-Cultura Estudantil, formado pelos acadêmicos Gabriel Daniel (Sistemas de Informação), Geovanna Maria (Teatro) e Lucas Santos (Música).
Também participaram da solenidade a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; e os coordenadores de cursos de licenciatura: Francisca do Nascimento Pereira Filha (Pedagogia), Lucilene Almeida (Geografia) e Alcides Loureiro Santos (Química).
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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre
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1 dia atrásem
23 de outubro de 2025A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.
A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.
“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.
Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.”
O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.
A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.
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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre
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2 dias atrásem
22 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
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