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Audiência pública debate sobre pessoas em situação de rua, a pedido de Michelle Melo

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Aleac promove audiência pública para debater sobre pessoas em situação de rua

A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu na manhã desta sexta-feira (26), uma audiência pública para debater sobre as pessoas em situação de rua que vivem na capital. O encontro é fruto de um requerimento apresentado pela deputada Dra. Michelle Melo (PDT) e contou com a presença do ministro do Supremo Tribunal de Justiça Reynaldo Fonseca.



A proponente da audiência, iniciou a audiência dando boas-vindas ao ministro e destacou a importância da presença dele no debate. Michelle Melo também ressaltou que essa é a primeira vez que o Poder Legislativo promove um encontro com a presença de pessoas em situação de rua no Plenário da Casa.

“Saúdo a todos os presentes nessa solenidade, em especial o ministro Reynaldo Fonseca, uma pessoa muito ética, honesta e sensível que tem representado essa causa tão importante e que abriu um espaço na sua agenda corrida para contribuir com o debate. É a primeira vez que colocamos as pessoas em situação de rua dentro da Assembleia Legislativa e esperamos que daqui saiam soluções eficazes para realidade que eles vivem”, disse.

O ministro Reynaldo Fonseca iniciou seu discurso falando sobre o papel que os trabalhadores inseridos no serviço estatal têm diante desse tipo de problemática. Ele também destacou que a sociedade como um todo deve fazer sua parte e não esperar somente que o governo haja sozinho.

“Todos fazemos parte de uma mesma família humana, portanto, precisamos encontrar caminhos de diálogo e conversa para resolvermos os problemas, pois o Estado sozinho não consegue isso. Temos mais de 35 milhões de pessoas sem água potável, 100 milhões sem saneamento básico e 24 milhões sem habitação. Isso tem que nos incomodar, pois a sociedade que quer ser livre precisa trabalhar para mudar essa situação”, observou.

Ele também agradeceu pela acolhida e enalteceu a iniciativa do Poder Legislativo em abrir as portas para receber e ouvir pessoas em situação de rua.

“A Aleac está de parabéns por abrir suas portas para uma comunidade que tanto merece ser ouvida. Venho do Maranhão e posso dizer que assim como as regiões Norte e Nordeste precisam ser ouvidas pelo restante do Brasil, as pessoas em situação de rua também necessitam. Assim, construiremos um país melhor. Estamos caminhando sim na direção certa, Rudson, uma pessoa que conhece bem as ruas de Rio Branco, é o homenageado hoje, pois representa os que não eram ouvidos, mas aqui na Casa do Povo, eles falarão.

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, Lauro Santos, que participou da audiência pública representando o governador Gladson Cameli (PP), disse que infelizmente o número de pessoas em situação de rua tem aumentado no decorrer dos anos. Dentre uma das causas que ele apontou para que isso ocorra, está o vício em drogas.

“Infelizmente, o número de pessoas em situação de rua cresce a cada dia. Tudo que é mazela social acaba desaguando nelas. Vivemos hoje o risco da K9, uma droga altamente viciante e que causa o efeito ‘zumbi’ em seus usuários. Isso consequentemente aumenta o quantitativo de pessoas nas ruas”, alertou.

O secretário pontuou que atualmente existem mais de 500 pessoas em situação de rua somente em Rio Branco e que a sociedade precisa abraçar sua parte para mudar a realidade, não esperando apenas que o governo haja.

“Como cidadão e ser humano, digo que precisamos despertar pois o problema não é só do governo, mas de todos nós. O Executivo tem planos e colocá-los em prática é fundamental, porém, nada fácil. Rio Branco possui mais de 500 pessoas vivendo nas ruas e elas não querem esmola, mas sim oportunidade de serem reintegradas na sociedade e terem acesso aos seus direitos. O desafio maior é ouvi-las e, através da fala delas, entender como de fato poderão ser ajudadas”, pontuou.

A procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Patrícia Rêgo, parabenizou a deputada Michelle Melo pela iniciativa. Segundo ela, a Aleac tem como contribuir efetivamente para que as pessoas em situação de rua tenham acesso aos seus direitos fundamentais.

“Parabenizo a deputada Michelle por essa importante audiência. Este poder, que a casa do povo, hoje faz história ao abrir as portas para receber o povo mais vulnerável do Estado. Essas pessoas infelizmente estão por todas as partes, é impossível não os enxerga-los. Nós precisamos mudar essa realidade e esta Casa de Leis tem ferramentas para isso. Podemos sim sair daqui com encaminhamentos concretos”, disse.

A procuradora falou ainda da necessidade da criação de uma política pública estadual que ampare essas pessoas. “Uma política pública de qualidade que não passe apenas uma perspectiva de segurança pública, mas, de saúde, em particular a saúde mental. Uma política que também englobe educação, emprego e moradia. O Acre nunca investiu nessa política e precisa investir. Sugiro que essa casa analise o PPA do governo do Estado desse ano e observe se há nele a métrica orçamentaria para a política estadual de pessoas em situação de rua. Essa é a contribuição concreta que a Aleac pode dá”, enfatizou.

Representado a comunidade trans, Rubi falou sobre a importância da audiência para dar voz aos “invisíveis” da sociedade. “Hoje serei uma ferramenta de representação de muitas pessoas e nesse momento chamo atenção de todos os presentes. Sou uma mulher trans de axé e estar nesse espaço é muito importante para tudo que eu represento. Esse é um grito de gente excluída, que não tem voz, que é assassinada todos os dias no nosso país. Muitos que estão nas ruas são julgados como drogados e nem todos são. Eles vivem lá pelo simples fato de estarem adoecidos por nós. São LGBT’s que foram expulsos de casa, negros discriminados, gente que clama por um espaço e, infelizmente, só são abraçados pela rua”.

Em sua fala, a desembargadora Waldirene Cordeiro frisou que é necessário que os poderes tracem uma linha de foco com o intuito de amenizar o sofrimento da população em situação de rua. A desembargadora destacou também as ações que o Tribunal de Justiça realiza para atender essas pessoas, como o Projeto Cidadão, por exemplo, que é realizado há 27 anos.

“Nós precisamos combater essa disfunção social que é grave e cresce diariamente no Estado. Precisamos nos unir para garantir a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, temos mecanismos para isso. Neste sentido, o Tribunal de Justiça editou uma resolução que trata de todo um cronograma para tratarmos dessa temática, o Projeto Cidadão é um exemplo disso, ele se embrenha em todos os lugares. Nos empenhamos diariamente para garantir que essas pessoas tenham a dignidade que precisam e merecem. É um direito dele, é um direito de todos”, enfatizou.

A invisibilidade também foi citada pelo representante do Movimento Acreano das Pessoas em Situação de Rua, Hudson Nunes. Ele frisou ainda que o movimento foi criado com o objetivo de lutar por uma ampliação de direitos sociais dessas pessoas.

“No Acre, o Movimento Acreano de Pessoas em Situação de Rua foi fundado no dia 19 de agosto de 2016, e desde então, temos lutado para garantir que essas pessoas tenham acesso a direitos básicos como educação, saúde, moradia, segurança, assistência social, transporte, cultura e lazer. O nosso movimento trabalha para combater a violação desses direitos que ocorre diariamente no Estado. Defendemos também a criação de políticas públicas que garantam os nossos direitos, é isso que queremos. Um prato de comida não vai resolver o nosso problema, enquanto houver assistencialismo barato, vai continuar existindo gente na rua. O que buscamos é dignidade e respeito”, salientou. 

A parlamentar finalizou a audiência pública agradecendo as pessoas que colaboraram para realização do encontro. Ela destacou mais uma vez a importância e a grandiosidade do evento.

“Faço esse agradecimento porque as pessoas não imaginam o quanto nos esforçamos para fazer dessa audiência não só uma encenação política, não era isso que queríamos. A nossa intenção era trazer de fato os problemas reais que as pessoas em situação de rua enfrentam diariamente para dentro da casa do povo. E isso só foi possível através de muitas mãos e ressalto aqui a ajuda especial do meu gabinete, essa equipe maravilhosa que fez reuniões com a Assistência Social, com as entidades competentes ao tema, que foram para as ruas ouvir essas pessoas. Estou muito feliz, por termos discutido alternativas que tragam melhoria a essas pessoas e por poder ouvi-las neste plenário”, salientou Michelle Melo.

Texto: Andressa Oliveira e Mircléia Magalhães

Agência Aleac

Fotos: Sérgio Vale

POLÍTICA

Socorro afirma que não estará em palanque de Marcus ou Bocalom: “Serei apenas uma eleitora”

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Em entrevista na manhã desta segunda-feira na Gazeta FM, a deputada federal Socorro Neri (PP) afirmou que não subirá nos palanques de Marcus Alexandre, do MDB, ou do atual prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP) nestas eleições municipais. As declarações foram dadas ao jornalista Astério Moreira. 

Questionada sobre o seu papel nas eleições, Socorro afirmou que não terá um papel de destaque nas municipais.



“Serei apenas uma eleitora”, resumiu. Segundo ela, houve uma piora do transporte público coletivo nos últimos quatro anos. “Já tivemos um momento muito melhor de transporte coletivo do que temos hoje. É um problema gravíssimo, afirmou.
Outro ponto levantado por Socorro foi o saneamento básico em Rio Branco. Ela disse que a cidade está entre as capitais com piores índices,bom que impacta diretamente na saúde pública.

“Saneamento básico é saúde. É preciso cuidar disso para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas,” ressaltou.

Além disso, Neri apontou falhas na mobilidade urbana e rural, citando dificuldades de tráfego na zona rural.

“As pessoas não conseguem trafegar ainda na zona rural, apesar de toda propaganda. A gente sabe que isso não é verdadeiro”, disparou.

Ela questionou ainda o papel do prefeito e da prefeitura na resolução desses problemas, sugerindo que os candidatos precisam ser avaliados com base na verdade e sinceridade de suas propostas.

“Estamos desvirtuando as características que um candidato precisa demonstrar para ser escolhido prefeito de uma cidade. É muito sério isso.”, salientou.

Socorro Neri finalizou a entrevista falando da necessidade de olhar para os problemas reais da cidade, ao invés de focar na simpatia ou na chance dos candidatos.

“Quem merece uma chance somos nós, que moramos nesta cidade,” concluiu.

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GOVERNO GLADSON CAMELI

Gladson Cameli nomeia Fábio Rueda como representante do governo do AC em Brasília

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Nomeação do médico e suplente de deputado federal foi oficializada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (22).

Capa: Fábio Rueda, do União Brasil, é nomeado chefe da Representação do Governo do Acre em Brasília — Foto: Arquivo/Câmara dos Deputados. 

O político Fábio Rueda, do União Brasil, foi nomeado para o cargo de chefe de Representação do governo do Acre em Brasília. A oficialização foi publicada nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial do Acre (DOE).

A nomeação ocorreu duas semanas após a aprovação de um projeto de lei, de autoria do governo, que visava à reconstituição deste cargo a partir do desmembramento da Diretoria de Relações Federativas da Secretaria de Estado de Planejamento. A ideia, segundo o projeto, é fortalecer as articulações entre o governo local e o federal.

Naquela ocasião, a matéria foi apreciada e aprovada pelos deputados das comissões de Constituição de Justiça (CCJ), Orçamento e Finanças e Serviço Público da Aleac. A proposta destacou que esta Representação do Governo em Brasília não acarretaria em aumento da despesa global com pessoal do Poder Executivo.

Rueda é médico, com especialidades em cirurgia geral e cardiovascular e chegou a assumir o cargo de deputado federal por quatro meses, em razão do afastamento de Eduardo Velloso (União), em dezembro de 2023, por problemas pessoais. Após a volta de Velloso, Rueda saiu do cargo em 12 de abril.

Nas eleições de 2022, ele conseguiu 12.608 votos, ficando como 1º suplente.

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ACRE

Operação Ptolomeu: análise de denúncia do MPF contra Gladson Cameli é suspensa pelo STJ

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Ministra acolheu argumento da defesa sobre falta de acesso às provas colhidas durante investigação. MPF e Polícia Federal têm prazo de 48h para apresentar material à Justiça.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a análise da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o governador do Acre, Gladson Cameli, agendada para o próximo dia 22, e pediu a apresentação de provas por parte do órgão federal. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (8) e atende a uma petição impetrada pelos advogados do governador junto à Corte de Justiça.

No dia 30 de novembro do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STJ que o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), fosse imediatamente afastado do cargo. O pedido também seria analisado no próximo dia 22.

Além da suspensão do prazo, a ministra determinou que seja enviado um ofício ao MPF para que apresente, no prazo de 48 horas, fontes de e-mails apresentados como provas contra o governador.

Também foi requisitado, por meio de ofício, que a Polícia Federal encaminhe, no mesmo período, ‘a íntegra, em meio digital, dos laudos periciais mencionados pelo acusado, das quebras de sigilo bancário, fiscal e demais procedimentos cautelares relacionados ao caso Murano’.

Em dezembro do ano passado, a Corte Especial do STJ decidiu pelo desmembramento da denúncia apresentada pelo MPF sobre suposto esquema criminoso liderado pelo governador do Acre, Gladson Cameli, envolvendo crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

g1 tenta contato com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a Polícia Federal.

Argumentos

 

Na petição, os advogados do governador alegaram que a denúncia é baseada em supostos “prints” de ‘conversas mantidas por “e-mail” e aplicativo de mensagens e que a integralidade do conteúdo extraído dos aparelhos apreendidos na fase inquisitorial não foi juntada aos autos.

A defesa afirma também que não teve acesso a laudos, aos conteúdos extraídos também de computadores e outras mídias apreendidas e nem ao conteúdo da quebra do sigilo bancário.

“No entanto, o inteiro teor dos supostos diálogos e a integralidade do conteúdo extraído de tais aparelhos celulares não foram juntados aos autos, impedindo esta defesa técnica de analisar, por exemplo, o contexto em que teriam ocorrido as aludidas conversas e a preservação da cadeia de custódia dos equipamentos apreendidos e de seu conteúdo”, destacaram os advogados do gestor.

Denúncia

 

A denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador Gladson Cameli aponta que a empresa Murano Construções – sendo o irmão do governador, Gledson Cameli, um dos sócios dessa empresa – e empresas subcontratadas teriam pago propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.

“Embora a denúncia trate apenas dos crimes praticados no âmbito do contrato firmado pelo governo estadual do Acre com a empresa Murano, há provas de que o esquema se manteve mesmo após o encerramento da contratação. Foram identificados oito contratos com ilegalidades, e a estimativa é que os prejuízos aos cofres públicos alcancem quase R$ 150 milhões”, diz o Ministério Público Federal (MPF).

Ao longo de quase 200 páginas, o MPF apresentou amplo material probatório dos crimes praticados e que tiveram como ponto de partida a fraude licitatória, o que consistiu na adesão da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre a uma ata de registro de preços vencida pela empresa Murano, que tem sede em Brasília (DF), e nunca havia prestado serviços no Estado do Acre.

O objeto da licitação feita pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (campus Ceres /GO) era a prestação de “serviços comuns de engenharia referentes à manutenção predial”. Já no Acre, a empresa foi responsável pela execução de grandes obras rodoviárias, tarefas executadas, conforme a denúncia, por companhias subcontratadas, uma delas a Rio Negro Construções, que tem como sócio Gledson Cameli, irmão do governador.

Em nota divulgada na época, o governador disse que confiava na justiça, se mantinha à disposição para quaisquer esclarecimentos.

“Diante das publicações recentes veiculadas na imprensa acreana e nacional acerca de denúncia da Procuradoria-Geral da República, e, consequente, pedido de afastamento do exercício do mandato, o governador Gladson Cameli mantém sua confiança na Justiça, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimento, bem como permanece cumprindo suas obrigações como chefe do Poder Executivo do Estado do Acre”.

Gladson de Lima Cameli (PP) e outras doze pessoas são suspeitas pelos crimes de organização criminosa, corrupção nas modalidades ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. Iniciadas em 2019, as práticas ilícitas descritas na denúncia teriam causado prejuízos de quase R$ 11,7 milhões aos cofres públicos.

Além da condenação de forma proporcional à participação individual no esquema criminoso, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos pediu o afastamento do governador até o fim da instrução criminal. Somadas, as penas pelos crimes podem ultrapassar 40 anos de reclusão.

A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro para processamento de autoridades como governadores, e está restrita a um dos fatos apurados na Operação Ptolomeu: irregularidades envolvendo a contratação fraudulenta da empresa Murano Construções LTDA, que teria recebido R$ 18 milhões dos cofres públicos para a realização de obras de engenharia viária e de edificação. Além do governador, também foram denunciados a ex-mulher de Cameli, dois irmãos do chefe do Poder Executivo, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como “laranjas” no esquema.

Se efetivado o afastamento de Cameli, a vice-governadora Mailza Assis assume o comando do estado e se torna a segunda governadora do Acre após 40 anos.

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