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Barack Obama apresentará livro ‘Liberdade’ de Merkel nos EUA – DW – 01/12/2024

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Ambos deixaram o cargo há anos, mas deixaram a sua marca na política global. Angela Merkel já foi a mulher mais poderosa do mundo, enquanto Barack Obama era a pessoa mais poderosa do mundo.

Existe amizade entre líderes em exercício cuja principal responsabilidade é servir os interesses dos seus respectivos países? Aparentemente sim. A presidência de Obama de 2009 a 2017 foi enquadrada, por assim dizer, pelos 16 anos de Merkel como chanceler, de 2005 a 2021, e desenvolveu-se um forte vínculo entre os dois. Tanto é assim que, no final do seu mandato, Obama descreveu Merkel como a sua aliada mais próxima.

Tudo começou com o ombro frio – de ambos os lados

Nem sempre foi assim. Muitos alemães regozijaram-se quando Barack Obama foi eleito presidente em 2008, mas Angela Merkel desprezou-o no Verão desse ano, quando Obama ainda era apenas um candidato, ao recusar permitir-lhe utilizar o Portão de Brandemburgo como pano de fundo para o seu discurso durante uma visita a Berlim.

Obama teve que se mudar para a praça em frente à Coluna da Vitória, onde cerca de 200 mil pessoas o cumprimentaram numa cena que lembrava o A visita icônica de John F. Kennedy a Berlim Ocidental em 1963.

Com a guerra do Iraque em 2003, George W. Bush criou uma divisão entre os EUA e alguns aliados europeus. Alemanha, então liderada pelo Chanceler Gerhard Schröder do Partido Social Democrata (SPD)se opôs à guerra. Merkel, no entanto, apoiou Bush como líder da oposição.

Obama evitou Berlim em 2009, no seu primeiro ano no cargo, apesar de ter feito duas visitas à Alemanha. Isto foi interpretado como uma afronta e as relações entre Merkel e Obama permaneceram frias. Houve razões políticas concretas para isso, principalmente A decisão da Alemanha de se abster da decisão da ONU de 2011 de tomar medidas militares na guerra civil na Líbia.

Mas esse não foi o único motivo. Mesmo nessa altura, Washington exortava o seu aliado alemão a investir mais na sua defesa e alegava que o excedente comercial da Alemanha era demasiado elevado – retórica que aumentou significativamente sob Donald Trump.

Espionando amigos

No entanto, apesar – ou talvez por causa – destas disputas, Obama concedeu à Chanceler Merkel o Medalha da Liberdade em 2011a maior honra que os EUA podem conceder a um estrangeiro. Foi um gesto de reconciliação, um apelo a mais responsabilidade? Os comentaristas tiraram ambas as conclusões na época.

Em 2013, Obama finalmente conseguiu seu palco em Berlim, no Portão de Brandemburgo. Ele e Merkel colocaram as mãos nos ombros um do outro, numa demonstração de unidade. No entanto, as tensões aumentaram novamente quando a extensão do conflito Espionagem da Agência de Segurança Nacional na Alemanha foi revelado.

Em outubro daquele ano, descobriu-se que a NSA havia até grampeado o celular do chanceler. Merkel ficou furiosa e fez o que se tornaria uma de suas declarações mais famosas: “Espionando amigosisso não é aceitável.” Mas não houve grandes consequências políticas.

Indignação alemã segue escândalo de espionagem da NSA

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Obama elogia política de refugiados de Merkel

Quanto mais tempo Merkel e Obama estavam no poder, mais pareciam aproximar-se política e pessoalmente. Peter Beyer, membro do partido conservador CDU de Merkel, disse uma vez à DW que Obama admirava especialmente o “pragmatismo, confiabilidade e profissionalismo” de Merkel.

À medida que a influência política e económica da Alemanha crescia, ele já não podia ignorar o chanceler.

O Cimeira do G7 no Schloss Elmau na Baviera, no verão de 2015, foi o local talvez da foto mais famosa dos dois: Obama sentado com os braços estendidos num banco, enquanto Merkel parece estar lhe explicando algo, com o panorama alpino atrás dela.

Politicamente, eles tinham muito em comum. Mas até que ponto eles se complementavam? “Eles são tipos muito diferentes”, disse Beyer. “Obama é um orador brilhante, ele alcança as pessoas. Merkel vai direto ao ponto em apenas algumas palavras, ela não é uma grande oradora, ela não arrebata as pessoas com entusiasmo.” Mas ambos se apreciavam porque se complementavam.

Algumas semanas após a cimeira do G7, Merkel decidiu não fechar a fronteira alemã aos refugiados. O passo, que polarizou a Alemanha talvez mais do que qualquer outra decisão que ela tomou, foi elogiado por Obama: Merkel tinha “lembrado-nos eloquentemente que não podemos virar as costas aos nossos semelhantes que estão aqui agora e precisam da nossa ajuda agora”.

‘Sem grandes surpresas’ quando Angela Merkel publica seu livro de memórias

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Donald Trump sobre Angela Merkel

Depois veio Donald Trump em 2017. Durante a campanha eleitoral de 2016, o republicano chamou a sua rival democrata Hillary Clinton de “Angela Merkel da América” ​​como um termo pejorativo e afirmou que Clinton também queria implementar a política “louca” de refugiados de Merkel nos EUA.

Com a eleição de Trump, os EUA pareciam ter passado de aliado da Alemanha a adversário em áreas políticas fundamentais: comércio livre, protecção climática e como lidar com os refugiados.

Numa reunião com Trump em 17 de março de 2017, Merkel escreveu em suas novas memórias: “Conversamos em dois níveis diferentes. Trump no nível emocional, eu no nível factual… Sempre que ele prestava atenção aos meus argumentos, isso geralmente era apenas para usá-los para fazer novas acusações. Ele não parecia estar interessado em resolver os problemas que levantei.”

Talvez seja irónico que o livro de Merkel esteja a ser publicado precisamente quando Trump está prestes a tomar posse para o seu segundo mandato – e parece ser uma demonstração de desafio que Merkel quisesse que Obama assistisse ao lançamento nos EUA.

Memórias de Obama, “Uma terra prometida”, foi publicado há quatro anos, em novembro de 2020. O livro de mil páginas vendeu bem em todo o mundo. O livro de 700 páginas de Merkel, “Liberdade”, será publicado em mais de 30 idiomas e o interesse internacional parece ser elevado.

Ela planeia lançar a edição em inglês juntamente com Obama no Anthem Theatre, em Washington DC, no dia 2 de Dezembro. Angela Merkel não poderia desejar um parceiro de publicidade melhor.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão.

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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