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Bets são ameaça à saúde pública global, diz Nature – 27/10/2024 – Equilíbrio e Saúde

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José Henrique Mariante

Apostas não são um tipo de lazer; podem fazer mal à saúde e viciar. Os danos associados às apostas são amplos, afetando não apenas a saúde e o bem-estar de uma pessoa, mas também suas finanças, relações pessoais, famílias e comunidades, com consequências para a vida toda e aumentando a desigualdade.”

“Governos e legisladores precisam tratar as apostas como questão de saúde pública, como já se faz com outros produtos que viciam e fazem mal, como álcool e tabaco.”

A lista de conclusões e recomendações é longa. Em artigo de 45 páginas publicado nesta semana, a revista científica Nature mostra um quadro de risco crescente à saúde pública mundial provocado pelo advento de bets, apostas esportivas e cassinos digitais.

Segundo a publicação, que montou um time de especialistas para investigar o problema, “negligenciado e pouco estudado”, cerca de 46,2% dos adultos do planeta e 17,9% dos adolescentes fizeram alguma aposta no ano passado. A extrapolação dos dados leva a um universo de 450 milhões de pessoas apostando e 80 milhões apresentando algum tipo de distúrbio relacionado à prática.

A análise de metadados da investigação, uma iniciativa da própria revista, mostra que, entre apostadores de cassinos online, 15,8 % dos adultos e 26,4% dos adolescentes apresentaram alguma modalidade de distúrbio relacionada à compulsão ao jogo; no caso das apostas esportivas, foram 8,9% dos adultos e 16,3% dos adolescentes.

A “paisagem epidemiológica”, como descrito pela publicação, muda constantemente. Apostas atingem cada vez mais mulheres e crianças pela simples razão de que aplicativos e sites de apostas são desenhados para viciá-las; e, no caso dos menores, ficam evidentes as falhas na fiscalização do acesso.

“O setor de apostas promove seus produtos e protege seus interesses com práticas desenhadas para influenciar não apenas o comportamento do consumidor, mas a narrativa e o processo político em torno da regulação”, escreve a revista em editorial. Como no caso da indústria do cigarro, que por décadas combateu legislações restritivas ao consumo e à publicidade de seus produtos, o argumento principal é o de que o direito individual não deveria ser tolhido por uma política abrangente.

“Nada disso é novidade, mas em um mundo digitalizado, interconectado e sem fronteiras como o atual, tal estratégia é uma ameaça crescente à saúde pública.”

O relatório da Nature é minucioso ao demonstrar que a indústria de apostas não tem um produto comparável a qualquer outro negócio. Não há, por exemplo, limite físico, que interrompa o consumo, como comida, álcool e cigarro. A oferta online é 24 horas por dia, sendo o único limite a quantidade de dinheiro que o apostador consegue empenhar.

Outro aspecto destacado pela revista é a falta de um preço definido, pois uma sessão de aposta tem uma estrutura opaca de custo e probabilidades. “Esta incerteza separa o jogo de qualquer outro tipo de produto”, explica o relatório, que lembra ainda dos designs imersivos de certos aplicativos, em que o apostador é levado a perder a noção do tempo e da quantidade de dinheiro que está empenhando.

A Nature também comenta sobre a assimetria de transparência que existe na relação de consumo. Enquanto sites absorvem todo tipo de informação, ajustam algoritmos e marketing, os usuários não têm noção de nada, nem do básico, como o preço.

Além da análise, o painel montado pela revista faz diversas recomendações, que contrastam com a realidade de muitos países, incluindo o Brasil, em relação a apostas.

São elas:

1. Apostas são um problema de saúde pública, e governos devem priorizar seu controle a despeito de motivações fiscais;

2. A regulação em todos países, seja o jogo permitido ou não neles, deve reduzir a população exposta ao problema, com proibição ou restrição de marketing, publicidade e patrocínios; oferecer apoio a vítimas do vício; desnaturalizar a prática da aposta, com campanhas de conscientização;

3. Países que permitem o jogo precisam de um regulador independente e empoderado, que garanta proteção à saúde pública, a crianças e adolescentes, consumidores e implemente limites financeiros aos apostadores;

4. Reguladores e legisladores precisam estar protegidos da influência da indústria de aposta e de estudos ou tratamentos patrocinados por ela;

5. Entidades intergovernamentais e da ONU devem desenvolver estratégias para combater os efeitos danosas das apostas em nível internacional;

6. Envolvimento da sociedade civil, acadêmicos e vítimas de distúrbios relacionados a apostas em uma aliança internacional contra o problema;

7. Análise em assembleia de uma resolução da Organização Mundial da Saúde que dê a dimensão devida à questão de saúde provocada pelas apostas.



Leia Mais: Folha

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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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