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Bolsonaro na Paulista: o circo e os micos

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Bolsonaro na Paulista: o circo e os micos

rprangel2004@gmail.com (Ricardo Rangel)

Bolsonaro fez um comício na Avenida Paulista para pedir anistia para os condenados pelo 8 de janeiro e, principalmente, para si mesmo. Conseguiu reunir cerca de 50 mil pessoas, duas vezes e meia o que obteve na Avenida Atlântica há três semanas.

O circo foi o de sempre. Bolsonaro elogiou a si mesmo; xingou Lula, a esquerda, o Supremo (e, acima de tudo, claro, Alexandre de Moraes); choramingou suas misérias; negou fatos indiscutíveis; insistiu que será candidato 2026 (apesar de isso ser impossível).

Micos, houve novos.

Em dado momento, Bolsonaro discursou em um idioma desconhecido, aparentado com o inglês, no qual se reconheciam palavras como pipoca e sorvete. Deu saudades do macarrônico inglês falado por Dilma Rousseff e José Sarney.

Bolsonaro também nos revelou que seu filho Eduardo Bolsonaro, além do inglês, fala também espanhol e árabe. Conhecendo-se a qualidade do inglês que Bananinha “fala”, pode-se imaginar a proficiência com que domina as demais.

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Eduardo, que já declarou que estaria disposto a se “sacrificar” para concorrer à Presidência da República caso fosse essa a vontade do pai, não compareceu ao comício, por sinal. Por motivo ignorado, preferiu fugir para os EUA. Descobriu-se que o suposto candidato era na verdade putativo.

Silas Malafaia, que sempre xinga, além dos de sempre, alguém novo, chamou os generais brasileiros de “frouxos, covardes e omissos” e alardeou que o presidente da Câmara, Hugo Motta — que até agora não pautou o projeto da anistia — “está envergonhando o honrado povo da Paraíba”.

Sergio Moro, que nunca perde uma chance de enxovalhar um pouco mais a própria biografia, não desperdiçou a chance do domingo: foi lá bajular seu antigo chefe, posterior desafeto e atual sabe-se-lá-o-quê.

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Foi também uma penca de governadores, inclusive os quatro principais candidatos a candidatos a presidente da direita: Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Jr. e Romeu Zema. Tiraram fotografia juntos, abraçados “em defesa da anistia”. A temporada de puxa-saquismo ao ex-presidente continua aberta, e o mico mais constrangedor foi a presença de Caiado, várias vezes hostilizado por Bolsonaro.

Com ou sem micos, o comício foi bem sucedido e tirou a má (ou boa, dependendo do observador) impressão deixada pelo fracasso em Copacabana. Bolsonaro ainda é um líder fortíssimo, e ninguém que queira se candidato a presidente pode prescindir de seu apoio. O que, aliás, explica vários dos micos.

Mais importante é a lição que fica para os democratas e para o Supremo.

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Bolsonaro continua forte e perigoso, mantém grande capacidade de dano à democracia.

Já passou da hora de parar de dar bons argumentos para que ele alimente sua narrativa.

(Por Ricardo Rangel em 07/04/2025)



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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go...

Marcela Rahal

Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.

Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.

Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.

O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.



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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg...

Ludmilla de Lima

Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.

Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano. 

A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.

A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.



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POLÍTICA

Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu...

Matheus Leitão

A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.

Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.

Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.

“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.

A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.

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“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana. 

A seguir as cenas dos próximos capítulos…



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