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Brasil quer usar Brics contra impasse financeiro na COP30 – 10/01/2025 – Mundo
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12 meses atrásem
João Gabriel, Nathalia Garcia
O Brasil planeja repetir a estratégia adotada no G20 e trazer o debate ambiental para dentro dos Brics –grupo de países em desenvolvimento presidido por Brasília neste ano. O plano tem como objetivo evitar que as negociações da COP em Belém (PA), a conferência de clima da ONU (Organização das Nações Unidas), esbarrem no mesmo impasse de edições anteriores: o financiamento.
Documentos obtidos pela Folha detalham as atividades previstas pela presidência brasileira no encontro dos Brics em busca de “soluções colaborativas” no combate ao aquecimento global.
Nos últimos anos, as conferências ambientais da ONU travaram diante da falta de comprometimento dos países ricos em mobilizar recursos para atender às necessidades das nações em desenvolvimento, populações mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas.
Em 2024, a COP realizada em Baku (Azerbaijão) tinha como missão efetivar uma nova meta para o financiamento climático global —uma vez que o consensuado pelo Acordo de Paris nunca saiu do papel.
O resultado ficou aquém do esperado. Isso fez com que a conferência de Belém herdasse a missão de construir mecanismos para viabilizar os US$ 300 bilhões anuais em recursos para o financiamento de soluções climáticas.
Segundo quatro pessoas envolvidas nas negociações, a COP do ano passado foi marcada por posições muito divergentes entre os países, o que dificultou o andamento das tratativas.
Neste cenário, o Brasil recorreu ao encontro de líderes do G20, que ocorria simultaneamente no Rio de Janeiro, e conseguiu avanços sobre financiamento ambiental.
Os países do G20 pactuaram na declaração final compromissos sobre desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática. “Nós damos nosso apoio à Presidência da COP29 e nos comprometemos a negociações bem-sucedidas em Baku”, diz trecho.
Na cúpula dos Brics, prevista para julho, parte da agenda visa criar uma ponte com a COP30, em Belém. Uma das cinco prioridades da presidência brasileira é o aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas.
O Brasil busca maior alinhamento com seus pares para chegar à conferência de clima da ONU, em novembro, com um debate mais maduro, segundo diplomatas ouvidos pela reportagem.
Com soluções mais estruturadas, o país quer facilitar consensos e evitar novo entrave na falta de comprometimento dos países ricos com relação ao financiamento climático.
Compõem os Brics a China, Rússia, Índia e África do Sul, além do Brasil e dos recém-admitidos Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia. O grupo representa um dos principais foros de articulação político-diplomática dos países do Sul Global e tem buscado ser um espaço relevante na chamada “nova ordem multipolar”.
Mais de 100 reuniões estão previstas para o primeiro semestre. Apesar de a presidência brasileira terminar em 31 de dezembro, a cúpula dos chefes de Estado dos Brics está inicialmente programada para julho, de forma a não concorrer com o calendário da COP30, agendada para novembro.
Rascunho obtido pela Folha mostra que o encontro do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente, previsto para abril, terá como tema “Avançando a cooperação ambiental entre os Brics em direção ao desenvolvimento sustentável e uma transição justa para todos”.
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O debate será orientado por três eixos principais: desertificação, degradação do solo e seca; poluição plástica; e preservação, restauração e valorização dos serviços ecossistêmicos.
“Estes tópicos foram escolhidos pela presidência brasileira por sua importância para países em desenvolvimento e economias emergentes ao redor do mundo”, diz o documento.
“Os países dos Brics representam diversos ecossistemas e climas e estão coletivamente em uma posição única para oferecer soluções para esses problemas”, continua.
O texto mostra ainda que o Brasil quer estipular metas ambientais para a cúpula dos Brics, como uma declaração ministerial conjunta sobre estes três tópicos, um programa e um cronograma para implementação de políticas desta área entre os países e um plano de ação para alcançar metas de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030.
Apesar dos esforços, os Brics não têm mandato diante da UNFCCC —subdivisão climática da ONU, composta por 196 países. Isso significa que suas resoluções não se tornam obrigatórias para os signatários. Mas, na visão de diplomatas, este ambiente favorece um debate mais aberto, como ocorreu no G20.
“O G20 e os Brics são grupos de concertação de imensa dimensão política, mas não geram documentos com obrigações legais, como Nações Unidas ou OMC [Organização Mundial do Comércio]”, diz o embaixador André Correa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
“Podemos gerar conhecimento, explorar alternativas, testar caminhos, sem as várias preocupações naturais com relação a documentos vinculantes”, acrescenta.
Como os blocos reúnem tanto as principais economias do mundo, mas também os principais poluidores do planeta, há a avaliação de que avançar por estas rotas alternativas pode pavimentar a construção de soluções efetivas na COP de Belém.
De acordo com um representante da diplomacia brasileira, a definição de metas de financiamento e do Acordo de Paris segue dentro da COP, que é a esfera que tem autoridade para definições desse tipo.
Mas, nos blocos econômicos, o ambiente é mais favorável para pensar estratégias sistêmicas diante do problema climático e é possível colocar mais atores na mesa, como bancos centrais e de desenvolvimento.
O debate inclui, entre outros temas, o alto endividamento dos países afetados por mudanças climáticas, linhas de crédito para clima e taxação de rotas produtivas poluentes.
A expectativa é chegar na COP com um leque de possíveis mecanismos de financiamento climático já discutidos entre países ricos, para, então, colocar na mesa acertos definitivos sobre o comprometimento e efetivação do empenho destes recursos.
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Nota da Andifes sobre os cortes no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para as Universidades Federais — Universidade Federal do Acre
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1 semana atrásem
23 de dezembro de 2025Notícias
publicado:
23/12/2025 07h31,
última modificação:
23/12/2025 07h32
Confira a nota na integra no link: Nota Andifes
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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre
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2 semanas atrásem
18 de dezembro de 2025A Ufac, a Associação Paradesportiva Acreana (APA) e a Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer realizaram, nessa quarta-feira, 17, a entrega dos equipamentos de halterofilismo e musculação no Centro de Referência Paralímpico, localizado no bloco de Educação Física, campus-sede. A iniciativa fortalece as ações voltadas ao esporte paraolímpico e amplia as condições de treinamento e preparação dos atletas atendidos pelo centro, contribuindo para o desenvolvimento esportivo e a inclusão de pessoas com deficiência.
Os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, com o objetivo de fortalecer a preparação esportiva e garantir melhores condições de treino aos atletas do Centro de Referência Paralímpico da Ufac.
Durante a solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, destacou a importância da atuação conjunta entre as instituições. “Sozinho não fazemos nada, mas juntos somos mais fortes. É por isso que esse centro está dando certo.”
A presidente da APA, Rakel Thompson Abud, relembrou a trajetória de construção do projeto. “Estamos dentro da Ufac realizando esse trabalho há muitos anos e hoje vemos esse resultado, que é o Centro de Referência Paralímpico.”
O coordenador do centro e do curso de Educação Física, Jader Bezerra, ressaltou o compromisso das instituições envolvidas. “Este momento é de agradecimento. Tudo o que fizemos é em prol dessa comunidade. Agradeço a todas as instituições envolvidas e reforço que estaremos sempre aqui para receber os atletas com a melhor estrutura possível.”

O atleta paralímpico Mazinho Silva, representando os demais atletas, agradeceu o apoio recebido. “Hoje é um momento de gratidão a todos os envolvidos. Precisamos avançar cada vez mais e somos muito gratos por tudo o que está sendo feito.”
A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis da Silva, também destacou o trabalho desenvolvido no centro e o talento dos atletas. “Estou reconhecendo o excelente trabalho de toda a equipe, mas, acima de tudo, o talento de cada um de nossos atletas.”
Já o assessor do deputado estadual Eduardo Ribeiro, Jeferson Barroso, enfatizou a finalidade social da emenda. “O deputado Eduardo fica muito feliz em ver que o recurso está sendo bem gerenciado, garantindo direitos, igualdade e representatividade.”
Também compuseram o dispositivo de honra a pró-reitora de Inovação, Almecina Balbino, e um dos coordenadores do Centro de Referência Paralímpico, Antônio Clodoaldo Melo de Castro.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre
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18 de dezembro de 2025A Orquestra de Câmara da Ufac realizou, nesta quarta-feira, 17, uma apresentação musical no auditório do E-Amazônia, no campus-sede. Sob a coordenação e regência do professor Romualdo Medeiros, o concerto integrou a programação cultural da instituição e evidenciou a importância da música instrumental na formação artística, cultural e acadêmica da comunidade universitária.
A reitora Guida Aquino ressaltou a relevância da iniciativa. “Fico encantada. A cultura e a arte são fundamentais para a nossa universidade.” Durante o evento, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, destacou o papel social da arte. “Sem arte, sem cultura e sem música, a sociedade sofre mais. A arte, a cultura e a música são direitos humanos.”
Também compôs o dispositivo de honra a professora Lya Januária Vasconcelos.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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