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Câncer de próstata mata 47 homens por dia no Brasil – 12/11/2024 – Equilíbrio e Saúde

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O Ministério da Saúde notificou 17.093 mortes por câncer de próstata no Brasil em 2023, o que corresponde a 47 óbitos por dia, segundo levantamento da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). A doença, no entanto, tem altas chances de cura se descoberta e tratada de forma precoce.

O tumor é o segundo mais incidente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam para 71.730 novos casos da doença por ano no triênio 2023-2025, com uma média de 196 por dia.

Para detectá-la em estágio inicial, a SBU recomenda que homens a partir de 50 anos realizem consultas periódicas com um urologista. Para pessoas que fazem parte do grupo de risco, como pacientes com histórico na família, é recomendado acompanhamento a partir dos 45 anos.

Segundo o presidente da SBU, Luiz Otávio Torres, além da hereditariedade, os fatores de risco para o câncer de próstata são: idade, obesidade, tabagismo e sedentarismo.

“Outro grupo de risco são os homens negros. Neles, o tumor é mais frequente e mais agressivo por razões genéticas. Não há grandes estudos sobre isso, mas é sabido que essas pessoas estão mais propensas ao tumor, assim como japoneses têm mais câncer de estômago, por exemplo”, diz.

Torres destaca que muitos casos no país são diagnosticados em estágio avançado, quando o tratamento é apenas paliativo. Por isso, é importante que os homens façam exames regulares para que a doença possa ser detectada precocemente. Segundo pesquisa recente, três em cada dez homens nunca fizeram nem pretendem fazer o exame de toque retal.

Um estudo divulgado neste ano pela Comissão de Câncer de Próstata da revista científica The Lancet, uma das publicações de maior fator de impacto no mundo, previu uma duplicação global de casos de câncer de próstata, subindo para 2,9 milhões até 2040. A pesquisa também estima 700 mil mortes nesse período, o que representaria um aumento de 85%.

Para identificar a doença, são feitos o toque retal e um exame de sangue que mede os níveis de PSA, uma proteína produzida pela próstata. Encontrada alguma alteração, o paciente é encaminhado para biópsia (retirada de um fragmento da lesão para análise laboratorial), que vai confirmar a existência ou não de um tumor.

“Hoje só morre de câncer de próstata quem não faz o controle, o acompanhamento. É igual câncer de mama ou os tumores em geral: se fizer um diagnóstico cedo, tem-se uma probabilidade de cura maior.”

SUS não faz rastreamento

Apesar da indicação da SBU, o SUS (Sistema Único de Saúde) não faz rastreamento do câncer de próstata, ou seja, exames em pessoas assintomáticas.

O Ministério da Saúde e o Inca não recomendam fazer rastreamento populacional, com base em revisões sistemáticas que identificaram que o “rastreamento aumenta de forma significativa o diagnóstico da doença, sem redução significativa da mortalidade e com importantes danos à saúde do homem.” Em vez disso, defende o diagnóstico precoce, identificação do câncer em estágios iniciais em pessoas com sinais e sintomas.

Segundo nota de 2022, “os resultados são incorretos (falsos positivos), que podem indicar a presença de um câncer, mesmo não sendo, gerando ansiedade e estresse, além da necessidade de novos exames (como a biópsia), bem como o risco de excesso de diagnósticos e tratamento (sobrediagnóstico e sobretratamento) e suas possíveis complicações.”

A SBU afirma, no entanto, que o argumento a favor do rastreamento para homens com idade entre 50 e 70 anos nos países de alta renda se fortalecem com o uso aprimorado de tecnologias como a ressonância magnética e com a crescente evidência da segurança da vigilância ativa.

Descoberta precoce

Aposentado na área de engenharia industrial, Gustavo Boog, 79, é um dos pacientes que descobriu e tratou o câncer ainda em fase inicial. Fazia consultas regulares no médico quando foi diagnosticado em 2007, quando tinha 62 anos. Fez a remoção da próstata e ficou em acompanhamento por dez anos, somente para impedir o retorno da doença.

“A primeira ideia que me vinha na cabeça era: vou morrer. Mas não é assim, a medicina tem muitos recursos. Hoje estou curado do câncer”, conta.

Nele, o efeito colateral da cirurgia foi incontinência urinária. Precisou usar uma bolsa para coletar a urina, mas o problema foi controlado com medicamentos. Passado o tratamento, ele entrou na faculdade de psicologia e deve concluir o curso neste ano.

Já o militar da reserva Marlon dos Santos, 53, começou a fazer exames de rotina após passar por um transplante de rim. Em uma das consultas, o médico fez o toque retal e não identificou nenhuma alteração. O câncer de próstata foi diagnosticado em 2023 a partir do exame de sangue que mede os níveis de PSA.

“Fiz exames de imagem e identificaram três ou quatro nódulos na próstata. Fizemos biópsia e identificamos o tumor. Depois disso fiz a remoção total da próstata por meio de uma cirurgia robótica”, relata.

Marlon afirma que não enfrentou efeitos colaterais após o tratamento. “Tenho uma vida sexual normal, vida do dia a dia normal também. Sou ativo, faço exercícios diariamente, sempre fui atleta, não tive nenhum impacto negativo.”

Os efeitos colaterais mais frequentes após a remoção da próstata são incontinência urinária e impotência sexual, diz Carlos Dzik, líder em oncologia geniturinária da Dasa. “Boa quantidade dos pacientes nos primeiros três meses vão perder urina involuntariamente, mas depois o problema vai diminuindo. E talvez perto de 5% ou 8% dos pacientes poderá ficar ainda com incontinência urinária pelo resto da vida, mas tem como tratar isso”, explica.

Com relação à disfunção erétil, o problema é comum em homens que removem a próstata, mas é possível resolver tratar com medicamentos ou próteses penianas. Já com o método de cirurgia robótica, que é mais precisa, é menos comum a perda da ereção. Além da cirurgia, os pacientes também podem fazer outros tratamentos para combater o tumor, como radioterapia e quimioterapia.

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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, e a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, realizaram nessa quarta-feira, 15, no anfiteatro Garibaldi Brasil, uma atividade em alusão ao Dia dos Professores. O evento teve como objetivo homenagear os docentes da instituição, promovendo um momento de confraternização. A programação contou com o show de talentos “Quem Ensina Também Encanta”, que reuniu professores de diferentes centros acadêmicos em apresentações musicais e artísticas.

“Preparamos algo especial para este Dia dos Professores, parabenizo a todos, sou muito grata por todo o apoio e pela parceria de cada um”, disse Guida.

Ednaceli Damasceno parabenizou os professores dos campi da Ufac e suas unidades. “Este é um momento de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação de cada um.”

O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara, reforçou o orgulho de pertencer à carreira docente. “Sinto muito orgulho de dizer que sou professor e que já passei por esta casa. Feliz Dia dos Professores.”

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

O Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) realizaram o evento Diálogos de Saberes Ambientais: Compartilhando Experiências, nessa quarta-feira, 15, no PZ, em alusão ao Dia do Educador Ambiental e para valorizar o papel desses profissionais na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. A programação contou com participação de instituições convidadas.

Pela manhã houve abertura oficial e apresentação cultural do grupo musical Sementes Sonoras. Ocorreram exposições das ações desenvolvidas pelos organizadores, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm) e SOS Amazônia, encerrando com uma discussão sobre ações conjuntas a serem realizadas em 2026.

À tarde, a programação contou com momentos de integração e bem-estar, incluindo sessão de alongamento, apresentação musical e atividade na trilha com contemplação da natureza. Como resultado das discussões, foi formada uma comissão organizadora para a realização do 2º Encontro de Educadores Ambientais do Estado do Acre, previsto para 2026.

Compuseram o dispositivo de honra na abertura o coordenador do PZ, Harley Araújo da Silva; a secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Flaviane Agustini; a educadora ambiental Dilcélia Silva Araújo, representando a Sema; a pesquisadora Luane Fontenele, representando o INCT SinBiAm; o coordenador de Biodiversidade e Monitoramento Ambiental, Luiz Borges, representando a SOS Amazônia; e o analista ambiental Sebastião Santos da Silva, representando o Ibama.

 



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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

O curso de extensão Jamovi na Prática: Análise de Dados, da Ufac, está com inscrições abertas até 26 de outubro. São oferecidas 30 vagas para as comunidades acadêmica e externa. O curso tem carga horária de 24 horas e será realizado de 20 de outubro a 14 de dezembro, na modalidade remota assíncrona, pela plataforma virtual da Ufac. É necessário ter 75% das atividades realizadas para obter o certificado.

O objetivo do curso é capacitar estudantes e profissionais no uso do software Jamovi para realização de análises estatísticas de forma intuitiva e eficiente. Com uma abordagem prática, o curso apresenta desde conceitos básicos de estatística descritiva até testes inferenciais, correlação, regressão e análise de variância.

Serão explorados recursos de importação e tratamento de dados, interpretação de resultados e elaboração de relatórios. Ao final, o participante estará apto a aplicar o Jamovi em pesquisas acadêmicas e profissionais, otimizando processos de análise e apresentação de dados com rigor científico e clareza.

 



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