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Casal gay russo-bielorrusso pede asilo na Bulgária – DW – 26/10/2024

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Andrei é um refugiado político e artista de 30 anos da capital bielorrussa, Minsk. Ele não quis revelar seu sobrenome porque temia as repercussões para seus parentes na Bielo-Rússia. Ele espera que o Estado búlgaro lhe conceda asilo para que possa permanecer no país com o seu marido russo, Alex, jornalista e crítico de Presidente russo Vladimir Putin.

Os dois se conheceram quando Andrei se mudou para Moscou em 2011, onde abriu uma pequena oficina de cerâmica. Ambos dizem que foi amor à primeira vista e são inseparáveis ​​desde que se conheceram.

Eles se casaram na Dinamarca há 10 anos, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecido nem na Rússia nem Bielorrússiaonde cada vez mais leis repressivas tornaram tudo muito difícil para as pessoas LGBTQ+.

Também se tornou cada vez mais difícil ser jornalista na Rússia de Putin. “Por causa do meu trabalho, recebia regularmente ameaças no meu celular”, disse Alex à DW. “Para ser honesto, eu estava acostumado com isso porque já acontecia há anos.” Mas as ameaças pioraram depois A Rússia lançou a sua invasão em grande escala da Ucrânia em Fevereiro de 2022.

Mais tarde naquele ano, os homens decidiram deixar a Rússia e solicitaram asilo na Bulgária. A resposta veio quase um ano depois: Alex foi autorizado a ficar, mas Andrei não.

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Pessoas LGBTQ+ detidas podem ‘ser torturadas, estupradas’

Em Moscou, Alex trabalhou para kasparov.ru, um site crítico de Putin que foi banido desde A Rússia anexou a Crimeia da Ucrânia em 2014. O seu proprietário – o grande mestre do xadrez e activista político Garry Kasparov – está na lista de “terroristas e extremistas” da Rússia. Alex disse que estava “muito claro que poderiam surgir problemas muito reais devido à natureza política do meu site”.

Andrei também corria grande risco de ser perseguido por suas convicções políticas. Desde 2006, participa em protestos contra o líder autoritário da Bielorrússia Alexandre Lukashenko. Também se pronunciou abertamente contra a agressão da Rússia contra a Ucrânia. Ele disse As autoridades bielorrussas continuaram a procurar manifestantes e ainda os prendiamapesar de já terem passado quatro anos desde as últimas manifestações em massa na Bielorrússia.

Andrei explicou que os opositores ao regime bielorrusso eram frequentemente detidos quando tentavam sair da Bielorrússia através de uma fronteira diferente da partilhada com a Rússia. E a detenção é ainda pior para Pessoas LGBTQ+: “Você pode ser torturado, pode ser estuprado. Tudo isso pode acontecer.”

Agência de refugiados da Bulgária rejeita risco de perseguição

No entanto, para o Estado búlgaro, isto não é razão suficiente para conceder asilo a Andrei. Segundo a Agência Estatal para Refugiados, a história de Andrei é contraditória e ilógica, e ele não corre risco de perseguição política ou danos graves. A agência afirmou que Andrei conseguiu entrar na Rússia vindo da Bielo-Rússia várias vezes, sem ser incomodado.

Um homem conversa com uma mulher em meio a uma pequena multidão
Andrei (à esquerda) encontrou-se recentemente com a figura da oposição bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya na BulgáriaImagem: privado

Denitsa Lyubenova, advogada do casal, refuta este argumento. “O pedido refere-se a entradas e saídas de e para a Rússia porque a agência não sabe que não existe fronteira de facto entre a Rússia e a Bielorrússia”, disse ela. “Portanto, estas não podem ser consideradas passagens normais de fronteira com a verificação de documentos de identidade, nos quais ele poderia ter sido preso ou receber uma espécie de documento”.

Além disso, ela disse à DW que a agência não levou em consideração o fato de que, mesmo que o próprio Andrei não tivesse histórico de perseguição, ele estava exposto aos mesmos riscos que o marido de uma pessoa perseguida politicamente.

“Ele não é um requerente de asilo independente. Ele está buscando asilo como parente de Alex”, disse ela.

A Bulgária não reconhece casamentos entre pessoas do mesmo sexo

Embora os dois homens pudessem provar que se casaram na Dinamarca, ambos foram registados como solteiros nos seus requerimentos como Bulgária não reconhece casamentos entre pessoas do mesmo sexo. “A agência não acha que Alex e eu compartilhamos alguma coisa, que somos apenas amigos”, disse Andrei à DW. “Eles não acham que eu compartilho os mesmos riscos que meu parceiro.”

Eles planejam reenviar seu pedido com o apoio de seu advogado. Eles argumentarão que, como casal, correm o mesmo risco de perseguição e precisam de proteção juntos. Eles também pretendem ir ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

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Andrei e Alex nunca esconderam que são um casal, o que gerou assédio psicológico e físico em casa. “A polícia na Bielorrússia e na Rússia provavelmente zombaria de qualquer pessoa que diga que é atacada por causa da sua orientação sexual, porque não temos leis contra a discriminação”, disse Alex. “Não há casos de agressões com base na orientação sexual reconhecidas como discriminação. As pessoas LGBTQ+ não são consideradas um grupo social.”

Em Abril, a Bielorrússia aprovou outra lei repressiva que define a representação de relações entre pessoas do mesmo sexo e de pessoas trans como pornografia, o que é punível com até quatro anos de prisão.

A Bulgária também aprovou legislação anti-LGBTQ+

Alex e Andrei disseram que se sentiam seguros na Bulgária. “Não há tantas leis repressivas aqui, nem presos políticos, nem guerra, nem ditadores como Lukashenko e Putin”, disse Andrei.

Contudo, em agosto, Bulgária também aprovou uma lei baseada na legislação russa que restringiu drasticamente os direitos das pessoas LGBTQ+ e proibiu a “propaganda de orientações sexuais não tradicionais” nas escolas búlgaras. O projeto de lei foi apresentado pelo Partido Renascimento, nacionalista e pró-Rússia, e aprovado por ampla maioria no parlamento búlgaro. Muitos especialistas jurídicos disseram que a nova lei é inconstitucional.

De acordo com a Deystvie, uma organização búlgara que faz campanha pela igualdade social e jurídica das pessoas LGBTQ+, as pessoas queer estão em desvantagem jurídica. Casais do mesmo sexo não podem se casar, não podem adotar filhos juntos ou herdar os bens do parceiro. Pessoas trans não podem mudar legalmente de gênero.

Andrei e Alex ficaram chocados com a polêmica nova lei. “Agora sinto-me menos seguro porque vejo a forte influência de Moscovo aqui na Bulgária”, disse Alex. Mas acrescentou que se recusou a perder a esperança de uma vida com Andrei na Bulgária, que ele disse ainda ser “um país democrático”.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão.



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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta delegação que vai para os Jubs 2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (Proex) e em parceria com a Federação do Desporto Universitário Acreano (FDUA), apresentou oficialmente a delegação que representará a instituição nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs) de 2025. O grupo, formado por cerca de 70 estudantes-atletas e técnicos voluntários, foi apresentado em cerimônia realizada na quadra do Sesi neste sábado, 27.

A equipe, que competirá no maior evento de desporto universitário da América Latina, levará as cores da Ufac e do Acre em diversas modalidades: handebol, voleibol, xadrez, taekwondo, basquete, cheerleading, futsal e a modalidade eletrônica Free Fire. A edição deste ano dos jogos ocorrerá em Natal, no Rio Grande do Norte, entre 5 e 19 de outubro, e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.

A abertura do evento ficou por conta da apresentação da bateria Kamboteria, da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da Ufac, a Sinistra. Sob o comando da mestra Alexia de Albuquerque, o grupo animou os presentes com o som de tamborins, chocalhos, agogôs, repiques e caixas.

Em um dos momentos mais simbólicos da solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, entregou as bandeiras do Acre e da universidade aos atletas. Em sua fala, ela destacou o orgulho e a confiança depositada na delegação.

“Este é um momento de grande alegria para a nossa universidade. Ver a dedicação e o talento de nossos estudantes-atletas nos enche de orgulho. Vocês não estão apenas indo competir; estão levando o nome da Ufac e a força do nosso estado para todo o Brasil”, disse a reitora, que complementou: “O esporte universitário é uma ferramenta poderosa de formação, que ensina sobre disciplina, trabalho em equipe e superação”.

A cerimônia contou ainda com a apresentação do time de cheerleading, que empolgou os presentes com suas acrobacias, e foi encerrada com um jogo amistoso de vôlei.

Compuseram o dispositivo de honra do evento o deputado federal e representante da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro; o deputado estadual Eduardo Ribeiro; o vereador de Rio Branco Samir Bestene; o vice-presidente da Federação do Desporto Universitário do Acre, Sandro Melo; o pró-reitor de Extensão, Carlos Paula de Moraes; a diretora de Arte, Cultura e Integração Comunitária, Lya Beiruth; o coordenador do Centro de Referência Paralímpico e Dirigente Oficial da Delegação da Ufac nos Jubs 2025, Jader de Andrade Bezerra; e o presidente da Liga das Atléticas da Ufac, Max William da Silva Pedrosa.

 



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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza 3ª Jornada das Profissões para alunos do ensino médio — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação da Ufac realizou a solenidade de abertura da 3ª Jornada das Profissões. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 26, no Teatro Universitário, campus-sede, e reuniu estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas do Estado, com o objetivo de aproximá-los da universidade e auxiliá-los na escolha de uma carreira. A abertura contou com apresentação cultural do palhaço Microbinho e exibição do vídeo institucional da Ufac.

A programação prevê a participação de cerca de 3 mil alunos durante todo o dia, vindos de 20 escolas, entre elas o Ifac e o Colégio de Aplicação da Ufac. Ao longo da jornada, os jovens conhecem os 53 cursos de graduação da instituição, além de laboratórios, espaços culturais e de pesquisa, como o Museu de Paleontologia, o Parque Zoobotânico e o Complexo da Medicina Veterinária.


Na abertura, a reitora Guida Aquino destacou a importância do encontro para os estudantes e para a instituição. Segundo ela, a energia da juventude renova o compromisso da universidade com sua missão. “Vocês são a razão de existir dessa universidade”, disse. “Tenho certeza de que muitos dos que estão aqui hoje ingressarão em 2026 na Ufac. Aproveitem este momento, conheçam os cursos e escolham aquilo que os fará felizes.”

A reitora também ressaltou a trajetória do evento, que chega à 3ª edição consolidado, e agradeceu as parcerias institucionais que possibilitam sua realização, como a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Sozinho ninguém faz nada, mas juntos somos mais fortes; é assim que a Ufac tem crescido, firmando-se como referência no ensino superior da Amazônia”, afirmou.
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, explicou a proposta da jornada e o esforço coletivo envolvido na organização. “Nosso objetivo é mostrar os cursos de graduação da Ufac e ajudar esses jovens a identificarem áreas de afinidade que possam orientar suas escolhas profissionais. Muitos acreditam que a universidade é paga, então esse é também um momento de reforçar que se trata de uma instituição pública e gratuita.”

Entre os estudantes presentes estava Ana Luiza Souza de Oliveira, do 3º ano da Escola Boa União, que participou pela primeira vez da jornada. Ela contou estar animada com a experiência. “Quero ver de perto como funcionam as profissões, entender melhor cada uma. Tenho vontade de fazer Psicologia, mas também penso em Enfermagem. É uma oportunidade para tirar dúvidas.”


Também compuseram o dispositivo de honra o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid; o pró-reitor de Administração, Tone Eli da Silva Roca; o presidente da FEM, Minoru Kinpara; além de diretores da universidade e representantes da SEE.



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Enanpoll — Universidade Federal do Acre

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publicado:
26/09/2025 14h57,


última modificação:
26/09/2025 14h58

1 a 3 de outubro de 2025



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