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Como o ataque de Magdeburg mobiliza a extrema direita da Alemanha – DW – 24/12/2024

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O motivo de Talib A.*, o suspeito do crime do mortal Ataque no mercado de Natal em Magdeburgainda não está claro. O que foi confirmado é que ele é cidadão saudita e está sob custódia.

No entanto, pouco depois do ataque, a cena da extrema-direita na Alemanha começou a antagonizar os migrantes.

“Nunca experimentei um ambiente tão hostil e ameaçador”, disse um estudante de engenharia automotiva em Magdeburg, capital do estado de Saxônia-Anhalt.

Salam, um centro de prevenção da violência na Saxónia-Anhalt, fez um relato semelhante. A associação observou um aumento significativo de incidentes contra pessoas vistas como estrangeiras por extremistas de direita.

De acordo com Salam, “os migrantes percebidos são rotulados como ‘terroristas’, ‘criminosos’ e ‘canalhas’, alguns são empurrados e cuspidos”.

As ameaças chegaram tão longe que as comunidades migrantes alertaram-se mutuamente em grupos de WhatsApp e no Facebook contra sair em público.

Que o autor do ataque de Magdeburgo é suspeito de ser um Islamofóbico e um extremista de direita é um paradoxo, Hans Goldenbaum, especialista em radicalização em Salam, disse à emissora alemã MDR. “Isso mostra o poder desse discurso da extrema direita e como ele está isolado da realidade.”

Ataque de Magdeburg pressiona serviços de segurança alemães

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Mobilização nacional de extremistas de direita

Desde o ataque ao mercado de Natal, partidos, associações e indivíduos de extrema-direita e neonazis mobilizaram-se em toda a Alemanha. Exigem a deportação em massa de migrantes do país.

Centenas de neonazistas reuniram-se num comício de extrema direita em Magdeburg no domingo, dois dias após o ataque. A manifestação viu ataques a jornalistas.

Um dos oradores do comício no domingo foi Thorsten Heise. O militante neonazista tem diversas condenações anteriores. Certa vez, ele tentou atropelar um refugiado com seu carro. Vídeos do comício mostram Heise convocando os manifestantes a se infiltrarem em associações, bombeiros e autoridades.

Jornalistas e observadores relataram que os participantes do comício gritaram “Acordem Alemanha”, uma frase usada durante a Alemanha nazista sob Adolf Hitler. Seu uso é uma ofensa punível na Alemanha.

Flores e velas estão em frente à igreja Johannis em Magdeburg, perto de onde ocorreu o ataque ao mercado de Natal.
Com cinco mortos e mais de 200 feridos, o ataque ao mercado de Natal chocou Magdeburg e a AlemanhaImagem: Michael Probst/AP/picture Alliance

Segundo estimativas da polícia, cerca de 3.500 pessoas — incluindo líderes partidários e extremistas conhecidos da cena hooligan local — participaram numa manifestação promovida pelo partido nacionalista. Alternativa de extrema direita para a Alemanha (AfD) . Roupas e tatuagens comuns entre os supremacistas brancos eram visíveis.

Enquanto a líder da AfD, Alice Weidel, falava, o público gritava: “Deportar, deportar, deportar”. Após a manifestação, os participantes saíram às ruas. Atacaram fotógrafos, gritaram slogans nacionalistas e testaram a força da polícia que os acompanhava.

A politização do ataque já começou

David Begrich, especialista em extremismo de direita da associação Miteinander em Magdeburg, espera uma politização mais ampla do ataque ao mercado de Natal. O partido político AfD organizou grandes manifestações em Magdeburg. Begrich criticou fortemente as manifestações, dizendo que o foco após o ataque deveria permanecer nas cinco vítimas e nos outros 200 feridos.

“Estou testemunhando uma grande perplexidade e choque em Magdeburg”, disse ele à DW. “Este ataque feriu profundamente a cidade. Isso também se aplica a mim pessoalmente: minha esposa foi uma das pessoas feridas.”

Begrich disse acreditar que ninguém deveria politizar o ataque enquanto houver vítimas no hospital: “O destino das vítimas deve ser o foco principal. A reavaliação vem depois. As comunidades não querem qualquer politização.”

Apesar de todas as notícias falsas, especulações e tentativas de politizar o ataque mortal nas redes sociais, Begrich vê a sua cidade como verdadeiramente afetada: “A cidade está a unir-se”.

*Nota do editor: a DW segue o código de imprensa alemão, que sublinha a importância de proteger a privacidade dos suspeitos de crimes ou das vítimas e insta-nos a abster-nos de revelar os nomes completos dos alegados criminosos.

Este artigo foi publicado originalmente em alemão.

Este artigo foi publicado originalmente em 23 de dezembro de 2024 e atualizado em 24 de dezembro de 2024, para incluir detalhes de um comício promovido pelo partido Alternativa para a Alemanha.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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